Para reflexão no ano que se inicia: afastar-me de quem me afasta de Deus
Diário da Manhã
Publicado em 26 de dezembro de 2017 às 22:30 | Atualizado há 7 anos
Prosseguir nosso caminho sendo e escolhendo as coisas de Deus e de consequência da Espiritualidade, não é nada fácil. Por vezes vivemos altos e baixos; tempos de profundo relacionamento com essa outra dimensão, mas também tempos de vazios de Espiritualidade. Por isso se torna cada vez mais exigente o compromisso de sermos comprometidos com a missão que aqui na terra viemos cumprir.
É certo que todos nós já experimentamos, também, nessa nossa estrada, pessoas que marcaram nossa caminhada de forma positiva, pessoas que foram ajuda e sinal da presença incontestável da Espiritualidade.
Mas, também, todos nós, indistintamente, já experimentamos um pouco do contrário, ou seja, pessoas que ao se aproximarem de nós, fizeram com que nos afastássemos da vida espiritual e dos propósitos que ela tinha ou tem para conosco. Pessoas que quanto mais convivíamos ou convivemos, menos nos faz refletir a essência da transcendentalidade espiritual.
Queiramos ou não, existem pessoas que buscam força para descaracterizar essa realidade em nós, pessoas que sugam nossos propósitos do bem.
É necessário que estejamos sempre atentos para identificarmos situações como essas e vivermos em sintonia com o Espírito Santo que nunca falha e sempre nos alerta fazendo com que nos lembremos de nomes, fatos e pessoas que nos fizeram e fazer viver exatamente esta realidade. Pessoas que procuram influenciar de modo negativo nosso comportamento e escolhas, que tentam nos fazer voltar a fazer coisas do passado que já tínhamos abandonado; outras que nos incentivam a estarmos em lugares que há tempos não mais frequentávamos e assim por diante…Pessoas que nos impulsionam voltar a praticar atos há muito esquecidos; que procuram nos influenciar no modo de falar e comportar e tudo fazem para desistirmos do caminho da fé e enfraquecer em nós o desejo de Deus…
Façamos uma comparação e tomemos como exemplo com determinadas situações que nos vemos envolvidos, com o que Jesus quis nos ensinar quando enviou os doze apóstolos para sair e pregar o reino dos céus dizendo-lhes: “Não ireis aos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel”, mas apenas para Israel, porque mais tarde Jesus enviaria Saulo que se tornou Paulo para ir aos gentios. Eles receberam autoridade para “Curar os enfermos, ressuscitar os mortos, limpar os leprosos, expulsar os demônios; – e acrescentou- de graça recebestes, de graça dai”.
Jesus dá um aviso severo para aqueles que não receberam os apóstolos que Ele enviou, porque Ele já disse que quem não os recebe, não recebe quem os tinha enviado e é por isso que Ele disse: “Se não for digna, torne para vós a vossa paz. E, se ninguém vos receber, nem ouvir as vossas palavras, saindo daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés. Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para a terra de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade”. O simbolismo é que, ao sacudir a poeira de seus pés, eles estavam mostrando que aqueles naquela cidade não receberam a mensagem, e isso os torna indignos. Qualquer um que rejeita a mensagem de Jesus nunca pode ser digno de herdar a vida eterna. Se eles não os ouvissem nem os recebessem, em seguida, a paz de Deus retornaria para eles; porque se a pessoa não crê, ela não tem o que ela precisa, que é a paz de Deus.
Jesus diria mais tarde “Quem vos recebe, a mim recebe, e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”, no entanto, o outro lado desta é “Quem vos ouve, a mim me ouve; e quem vos rejeita, a mim me rejeita; e quem a mim me rejeita, rejeita aquele que me enviou”. Mas o que aconteceria se eles não recebessem os apóstolos ou qualquer outra pessoa enviada por Cristo?
Os paradigmas que procuro estabelecer é exatamente o de que somos Apóstolos, em primeiro plano, de nossa própria vida. Cuidemos para que nossos corações e nossos Espíritos sejam como a terra de Israel; que nosso terreno e nossa própria existência seja a essência do Criador e que sejamos, realmente, sua imagem e semelhança. Somos, cada um de nós, um lugar sagrado que deve ser preservado e cuidado com esmero e carinho, protegendo-o daqueles que não nos querem bem e em especial observarmos as seguintes palavras de sabedoria:
“Quem procura entender as mensagens da Espiritualidade superior terá, também, uma excelente amizade, pois seu amigo lhe será semelhante.”
É hora de sacudir o pó dos nossos pés.
Quem tem ouvidos que ouça, quem tem olhos que veja!
(José Cândido Póvoa, poeta, escritor e advogado. Membro fundador da Academia de Letras de Dianópolis – GO/TO)