Pioneirismo no esporte
Redação DM
Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 23:48 | Atualizado há 8 anosEle é o mais antigo médico do futebol brasileiro, com mais de 33 anos de bons serviços prestados ao esporte bretão, curando, anestesiando, dando conselhos da medicina desportiva e escrevendo uma gratificante história do campo de jogo. Ortopedista e especialista em medicina esportiva, o doutor José Wálcio Souza Guimarães é um apaixonado pelo futebol e exerce um papel de liderança. A sua história de vida se confunde com o próprio Esporte Clube Rio Verde. Ele já trabalhou em Brasília, atuando nos times do Guará, Brasília, Brasiliense, com muita motivação e conhecimento. Um homem de raro senso de humor e capacidade de enxergar longe, tanto na vida do futebol quanto no futebol da vida. Um médico que faz de sua profissão um sacerdócio da saúde, pois sai de seu consultório e vai para o campo tratar dos jogadores, mexendo em feridas expostas ou contusões da carreira do atleta profissional.
Torcedor fanático do Cruzeiro de Belo Horizonte, chegou até a colocar o nome de seu filho de Roberto César, jogador que foi artilheiro do campeonato brasileiro de 1979, com muito orgulho. O seu filho é mais conhecido por Pé de Chumbo e tem um raro conhecimento de futebol, sabendo avaliar cada time e jogador. Depois de fazer carreira no Distrito Federal veio para Rio Verde, por influência do doutor Vicente Guerra, que era o médico do Verdão do Sudoeste. Começou a torcer pelo Cruzeiro por iniciativa do tio Guimas Guimarães, em 1968, e que hoje mora em São Paulo. Com certeza se o doutor Wálcio morasse em Minas Gerais, ele seria médico do Cruzeiro. Hoje é o médico mais antigo do futebol brasileiro, ao lado de José Sanches, médico do São Paulo. Ele é o mais antigo e tradicional, mas não deixa de participar de congressos e estar sempre atualizado. Ama o que faz e por isso faz bem feito. Um homem de visão esportiva, com paixão pelo esporte da bola rolando, e quando não está no Hospital Santa Terezinha ou no Cais, se encontra perto de uma televisão acompanhando todos os jogos de futebol, de qualquer divisão. Cita como amigos do futebol os ex-jogadores Manoel Resende de Matos Cabral, o Nelinho e Palhinha, ambos jogaram no famoso Cruzeiro de passado iluminado. Ainda lembra dos amigos Frei, José de Oliveira, Antônio Edson Guerra, Waldez Guimarães, Wolnei Marques (presidente do Esporte Clube Rio Verde), o repórter Lela e tantos outros amantes do futebol arte, como o ex-goleiro do Fluminense, Paulo Vítor. No time de Rio Verde é um abnegado, e muitas vezes tira dinheiro do próprio bolso para ajudar o clube, como fez no último jogo do campeonato goiano de 2017, quando o time se salvou do rebaixamento num jogo dramático em Goianésia. O jogo estava empatado e aos 49 minutos do segundo tempo o atacante André Luiz fez o gol da vitória, num lance milagroso do futebol. Foi pura emoção, com a participação do técnico Regis Amarante, do diretor Roberto César e os jogadores, todos chorando de emoção. O médico se lembra que ainda passou perto do atacante Nonato, que jogava no Goianésia, e tentou consolá-lo, pois o Rio Verde venceu e derrubou o time do famoso Nonato. Foi campeão brasiliense em 1984 e ganhou a final do Taguatinga dentro do campo do adversário. Disputou jogos da Série A do campeonato brasileiro, enfrentou os bons jogadores do Brasil e escreveu a sua história em cada raio X que manda tirar ou remédio que receita, com raro senso profissional. Conhece cada ambiente dos campos e campeonatos. Ama seus filhos e netos, sendo um pai e avô presente em cada decisão familiar. E até viaja com o clube para mostrar seus serviços, mesmo sabendo que a obrigação de ter um médico no campo é do mandante do jogo!
Um idealista, pioneiro, apaixonado pela medicina esportiva e por belas mulheres, embora seja muito fiel à sua esposa. Tem bons companheiros como doutor Waninho, além de Vicente Guerra e outros expoentes da arte médica. Sonha com um Esporte Clube Rio Verde com muita estrutura, organização, planejamento, reconhecimento do poder público e um conselho dinâmico para gerir as finanças do Verdão do Sudoeste. Um personagem singular de nosso futebol, que viu muita mudança na técnica de cuidar bem do joelho dos jogadores, abreviando a recuperação do profissional da bola. Mais de 33 anos de amor, esperança, luta, conhecimento e empenho pelo futebol, sendo peça fundamental para começar qualquer jogo. Torcedor do Cruzeiro de Belo Horizonte, do Esporte Clube Rio Verde e das boas causas da sociedade. Com 66 anos de vida, sabe o valor de cada remédio ou de uma grande amizade. Tratar bem o jogador é tão importante quanto cuidar bem de sua família. Cada paciente recebe o devido respeito do doutor José Wálcio, um homem que fez do esporte a missão do Juramento de Hipócrates. Doutor Wálcio, reserva moral e esportiva de Rio Verde e do Brasil, anestesiando as dores do atleta e abrindo um sorriso no rosto do torcedor. Toda sua família gosta de futebol, como o lendário Altino Paraguai. Ele não sabe mais se é mineiro, brasiliense, goiano, pois a sua geografia só respira medicina e futebol. O verdadeiro sinônimo da paixão. E sem contraindicação!
(José Carlos Vieira, o Lela, escritor, jornalista, fotógrafo da Secretaria de Esportes de Rio Verde. E-mail lelabalela1@hotmail.com)