Políticos de porcelana
Redação DM
Publicado em 28 de janeiro de 2018 às 00:33 | Atualizado há 8 anosSem dúvidas vivemos a época mais confusa da política brasileira, daquelas que darão dificuldade para saber narrar e documentar quando virar história. Inundados em novos casos de escândalos dos gestores públicos todos os dias através da mídia, surpreendidos com prisões de grandes chefes de governo e líderes políticos por atividades públicas criminosas atuais e passadas rotineiramente, hoje em 2018 é difícil saber até quem é o legítimo dono do mais alto cargo executivo.
Desde a redemocratização do país, são inúmeros os casos de corrupção noticiados, tendo esse câncer maligno social evoluído paulatinamente durante os anos até culminar em sua fase mais elaborada, aparelhada e disseminada por todo país, quando o executivo nacional foi tomado por um partido que diz representar a classe operária, cujo maior líder histórico será mencionado logo mais.
Todo esse esforço por um país mais livre, igualitário, próspero e justo para todos os brasileiros foi um total fiasco, pois quando conferimos a liberdade de escolher seus líderes para esta população tão sofrida, miserável e de educação sucateada o resultado não poderia ser outro: elegeram ao poder (na maioria esmagadora das vezes) esses ladinos egoístas, sem nenhum sinal de empatia pelo seu povo, que se apossaram da máquina pública e suas receitas, utilizando-as para melhorar sua própria vida, de seus famíliares, dos financiadores de sua campanha e, melhor, mandarem os cônjuges para a Europa comprar jóias, tudo isso em detrimento do bem estar social de toda uma nação.
Infelizmente na era democrática desta pátria amada quase sempre foram escolhidos esses políticos de porcelana, que conquistam pela finesse aparente, estando sempre bem vestidos e dotados de desenvoltura descomunal para falar e para tratar (manipular) as pessoas e as grandes massas para depois decepcionarem da maneira mais vil possível através da fragilidade de seu caráter, que se estilhaça em pedaços quando confrontados, principalmente pelos órgãos julgadores federais.
Para não correr o risco de desprezar o histórico de corrupções e ineficiências existentes em todas as fases políticas anteriores do país, que também foram abusivamente ruins para suas respectivas sociedades desde a monarquia, deve-se lembrá-las por serem a raíz desse poder político atual arbitrário, egoísta, luxuoso e muita das vezes hereditário, porém historicamente terão menos repercussão pela dificuldade e ausência tecnológica nas investigações e documentação dos fatos dessas épocas mais remotas.
Deve-se agradecer por ter chegado a era do fim da impunidade, grandes coronéis agora amargam o lado de dentro das celas. Deve-se agradecer por viver na época em que todos começam a ser julgados pelos seus atos à frente do poder público, sem as anistias tão enraízadas por toda história, sim, caixa 2 é crime! Devemos ser gratos por ver uma geração do Brasil onde o maior chefe de estado/governo e líder político das últimas decadas é condenado em segunda instância por ter de maneira criminosa colocado de lado os interesses do país por interesses próprios em imóveis (urbano e rural) e olha que essa é apenas a ponta do iceberg, é impossível citar todos os algozes do país e seus crimes, nem um departamento inteiro de uma empreitera nacional seria capaz.
Enfim, como é bom notar que estamos começando a viver em um país que preza pela seriedade, de uma nação que não mais irá tolerar a impunidade, se roubou uma carteira ou o BNDES, nessa nova fase do país e da política brasileira você será devidamente julgado. Que possamos estar entrando na fase do racionalismo político/social e que essa racionalidade varra de uma vez por todas qualquer herança governamental maldita. Vida longa ao Brasil!
(José de Assis Neto . Advogado – AVCA Advocacia e Consultoria Jurídica Joseassisne[email protected])