Por que voto em Ronaldo Caiado
Diário da Manhã
Publicado em 6 de outubro de 2018 às 00:05 | Atualizado há 7 anos
Era 1989, quando deparei, na frente da televisão, com aquele sujeito esguio de voz grave, montado em um cavalo branco e se colocando como candidato a presidência da República do País. Era um goiano da mesma origem minha, Cidade de Goiás, Ronaldo Caiado. Tinha meus 9 anos de idade e a cena de ver aquele homem que me dava bom dia em apogeu como candidato ao mais alto cargo da nação me impressionou imensamente.
No dia da eleição eu e minha mãe Elizabeth entramos na cabine de votação e lembro-me nitidamente daquela cédula com um monte de nomes de candidatos à presidência da República. Ela me deu a caneta e o meu X foi no nome do meu conterrâneo. O gesto vem se perpetuando ao longo da minha vida como cidadão, porque conheci ele de forma muito próxima. Um goiano de estilo sério, honesto, ético e com propósito de vida e coração manso.
O médico ortopedista de sobrenome forte e que nasceu e foi criado na terra do pequi, da empada e que indevidamente foi rotulado, de forma conveniente, como uma elite superficial do latifúndio. Nada disso. Conheço este homem que sempre trabalhou por muitas outras causas que não fossem apenas o grande agronegócio.
Ele conseguiu verbas para compra de tratores e outros maquinários que atendessem pequenos produtores enquadrados na agricultura familiar, reforço para a área da saúde pelo interior, fez cirurgias gratuitas em pessoas simples por saber que não teriam o atendimento de um sistema de saúde decente. Portanto, ele é muito mais que roça, ele é povo.
Agora, 29 anos depois, me deparo novamente com o extraordinário. O homem do cavalo branco, mais maduro e profundo conhecedor das mazelas sociais principalmente do nosso Estado, reaparece para comandar o nosso Goiás pelos próximos quatro anos. Um grande desafio diante do cenário de crise que se apresenta antes mesmo do final deste ano.
Cidades onde moradores e produtores arcam com os custos de infraestrutura básica, escolas rurais em que alunos e professores são os grandes mestres da resistência diante do nada oferecido pelo governo do Estado. E os hospitais desativados no interior, como é o caso do Hospital da Caridade São Pedro Alcântara da Cidade de Goiás que fechou por falta de material e salários pagos aos funcionários.
Se adoecer na terra do Patrimônio Histórico da Humanidade, prepare um carro ou ambulância para trazer o doente para o Hugo ou Hugol, em Goiânia. Isso quando o Hugo voltar a conseguir receber pacientes, porque no momento está impossibilitado por falta de dinheiro. Se o hospital do porte do Hugo fecha as portas, quem se arrisca a pedir um analgésico nos Cais para curar uma dor de cabeça? Ninguém, óbvio.
Assim como aquele menino de quase 30 anos atrás, tenho no meu coração a esperança de avançarmos na construção de um Goiás que visa a melhoria de vida de quem paga caros impostos embutidos em produtos e serviços, IPVA, taxas de redes de esgoto que nem existem, impostos absurdos, segurança caótica e muitos outros.
Ronaldo Caiado não será o salvador que resolverá tudo em quatro anos, mas acredito que ele mudará a filosofia de um Estado atual muito eficiente na cobrança, mas incompetente na prestação de serviços. Um Estado, onde a Polícia Federal não encontre mais de R$ 1 milhão na casa do simplório motorista de um alto funcionário do Palácio das Esmeraldas.
Desejo muito que o homem do campo ou da cidade tenha amparo e o respeito de quem ocupa a cadeira do Executivo estadual. Um governante que saiba que não é favor algum direcionar o dinheiro do povo para o povo. É obrigação.
E o meu estimado conterrâneo da “Goiás Velho” sabe o seu lugar e o do povo. Acima de tudo, porque ele é gente, independente de sobrenome, estatura física ou outros adjetivos. Alguém que sempre refletiu seriedade e até rigidez na defesa de quem precisa.
(Eurico Velasco, presidente da Associação Goiana dos Criadores de Nelore, advogado agrarista e produtor rural)