Opinião

Previdência só em 2018

Diário da Manhã

Publicado em 13 de dezembro de 2016 às 01:24 | Atualizado há 8 anos

Parece haver um consenso quanto a necessidade de mudanças na Previdência. Qual profundidade destas mudanças e em que vertente devem acontecer com mais intensidade, se nas despesas ou na receita, é que está o nó górdio da questão. Para os trabalhadores é inaceitável a perda de direitos. Para os empresários, é inadmissível pensar-se em criação ou aumento de impostos para sustentar um sistema sabidamente falido, embora alguns poucos oportunistas, que vivem de votos dos aposentados, garantam ser superavitário. Talvez o único em todo o mundo pois praticamente todos os países ou já fizeram ou estão articulando reformas capaz de manter o equilíbrio das contas previdenciárias.  Há, porém, um ponto crucial desta reforma que vem passando ao largo nestas discussões e que é fundamental para o trabalhador de hoje e de amanhã. O mercado de trabalho, como ele ficará com as mudanças? Em que ele será atingido com uma maior permanência do trabalhador em atividade? De que forma se assegurar que haverá espaço para o trabalhador mais velho, ainda necessitando de permanecer em atividade para completar seu tempo de contribuição e atingir a idade mínima? Um trabalhador acima de 55 anos, se perder o emprego, conseguirá um novo espaço? Isso não significa o estreitamento das oportunidades para os que estão chegando ao mercado? Estas são apenas algumas questões que precisam ser discutidas em profundidade por quem terá a responsabilidade de aprovar as mudanças. Aprovar sim,  pois o país, nem de longe suportará o déficit crescente do atual modelo. De um lado é preciso que os sindicatos desçam do palanque demagogo e venha para o chão da realidade para discutir com seriedade o assunto. De outro, é urgente que o governo faça a sua parte, cortando os gastos, apurando e punindo fraudes contra o sistema e que, efetivamente,  aja contra a sonegação nas contribuições.  O desafio de viabilizar a Previdência está colocado e é de todos. Todos terão que empregar os anéis agora para não perderem os dedos um pouco mais à frente.

 

(Paulo Cesar de Oliveira, jornalista e diretor-geral das revistas Viver Brasil e Robb Report)


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