“Quem não tiver ‘pecado’ que atire a primeira pedra” Parte II
Diário da Manhã
Publicado em 8 de abril de 2016 às 03:14 | Atualizado há 9 anosNo artigo anterior, falávamos daqueles que querem crucificar o próximo sem olhar para as próprias falhas ou como nos sugere a Bíblia: pecados!
Qual foi a primeira resposta do Mestre diante desse grave incidente? Se você pensou: “Quem não tem pecado atire a primeira pedra!”, errou, essa foi a segunda resposta. A primeira foi não da resposta, foi o silencio. Só o silêncio pode conter a sabedoria quando a vida está em risco. Precisamos aprender a pensar antes de agir; mas, a maioria das pessoas, primeiro age e pensam depois. Nos primeiros 30 segundos de tensão cometemos os maiores erros de nossas vidas, ferimos quem mais amamos. Por isso, o silencio é a oração dos sábios. Para o Mestre dos Mestres, aquela mulher, ainda que desconhecida, pobre, esfolada, rejeitada publicamente e adultera, era mais importante do que todo o ouro do mundo, tão valiosa como a mais pura das mulheres. Era uma joia raríssima, que tinha sonhos, expectativas, lágrimas, golpes de ousadia, recuos, enfim, uma historia fascinante, tão importante como a de qualquer mulher. Valia a pena correr riscos para resgatá-la.
Para o Mestre dos Mestres não havia um padrão para classificar as mulheres. Todas eram igualmente belas, não importando a anatomia do seu corpo, não importando nem mesmo se erravam muito ou pouco. Jesus precisava mudar a mente dos acusadores, mas nunca ninguém conseguiu mudar a mente de linchadores, de corruptos, de falsos profetas, de aproveitadores e incultos. Eles estão mergulhados na cegueira da ignorância. O “eu” deles era vítima das janelas do ódio, não eram autores da sua história, queria ver sangue. O que fazer, então?
Ao optar pelo silencio, Jesus optou por pensar antes de reagir. Ele escrevia na areia, porque escrevia no teatro da sua mente. Talvez dissesse para si mesmo: “Que homens são esses que não enxergam a riqueza dessa mulher? Por que querem que eu a julgue, se eu quero amá-la? Por que, em vez de olhar para os erros dela, não olham para seus próprios erros?”
O silencio inquietante de Jesus deixou os acusadores perplexos, levando-os a diminuir a temperatura da raiva, da tensão, oxigenando a racionalidade deles. Num segundo momento, eles voltaram a perguntar o veredicto do Mestre. Então, finalmente, ele se levantou. Fitou os fariseus nos olhos, como se dissesse: “Matem a mulher! Todavia, antes de apedreja-la, mudem a base do julgamento, tenham a coragem de ser transparentes em enxergar as suas falhas, erros e contradições.” Esse era o sentido de suas palavras. “Quem não tem pecado atire a primeira pedra!”
O nosso País já a mais de seis meses parou para que partidos pecadores acusem outros partidos também pecadores e cheios de ganância e corrupção. O Senado virou uma verdadeira feira livre, cada gritando mais alto para vender a sua falsa mercadoria: honestidade.
Os fariseus receberam um choque de lucidez com as palavras de Jesus. Saíram do cárcere das janelas killer e começaram a abrir as janelas light. Deixaram de ser vítimas do instinto de agressividade e passaram a gerenciar suas reações. O homo sapiens prevaleceu sobre o homo bios, a racionalidade voltou. O resultado é que eles saíram de cena. Os mais velhos saíram primeiro porque tinham acumulado mais falhas ao longo da vida ou porque eram mais conscientes delas.
Os nossos políticos precisam com urgência acordarem para a realidade em vive a nação. Porque sabemos que não são os ricos que arrebentam com o País; mas o Estado.
Jesus olhou para a mulher e fez uma delicada pergunta: “Mulher, onde estão seus acusadores?” O que ele quis dizer com essa pergunta e por que a fez? Em primeiro lugar, ele chamou a adultera de “mulher”, deu-lhe o status mais nobre, o de um ser humano. Ele não perguntou com quantos homens ela dormira. Para o Mestre dos Mestres, a pessoa que erra é mais importante do que seus próprios erros. Aquela mulher não era uma pecadora, mas um ser humano maravilhoso. Em segundo lugar, perguntou: “Onde estão os seus acusadores? Ninguém a acusou?” Ela respondeu: “Ninguém.” Ele reagiu: “Nem eu.” Talvez ele fosse a única pessoa que tivesse condições de julgá-la, mas não o fez. O homem que mais defendeu as mulheres não a julgou, mas compreendeu, não a excluiu, mas a abraçou. As sociedades ocidentais são cristãs apenas no nome, pois desrespeitam os princípios fundamentais vividos por Jesus. Um deles é o respeito incondicional pelas mulheres e pelo povo. Milhares de seguidores de religião vivem sob a falsa ilusão de seus dirigentes que tento essa religião serão salvos. O próprio ‘molusco’ de o disparate de dizer: “Que não existe alma mais pura sobre a terra que a dele.” Já tivemos a oportunidade de dizer em outros artigos que somos dirigidos por políticos patologicamente doentes – doença do caráter.
O homem que mais defendeu as mulheres não parou por aí. Sua ultima frase indica o apogeu da sua humanidade, o patamar mais sublime da solidariedade. Ele disse para a mulher: “Vá e refaça seus caminhos.” Essa frase abala os alicerces da psiquiatria, da psicologia e da filosofia. Jesus tinha todos os motivos para dizer: “De hoje em diante, sua vida me pertence, você deve ser minha discípula.” Os políticos e autoridades usam seu poder para que as pessoas os aplaudam e gravitem em sua órbita. Mas Jesus, apesar do seu descomunal poder sobre a mulher, foi desprendido de qualquer interesse. “Vá e revise a sua história, cuide-se. Mulher, você não me deve nada. Você é livre!”
Jesus a despediu, mas ela não foi embora. E por quê? Porque o amou. E, por amá-lo, o seguiu para sempre, inclusive até os pés da cruz, quando ele agonizava. Talvez essa mulher tenha sido Maria Madalena. A base fundamental da liberdade é a capacidade de escolha, e a capacidade de escolha só é plena quando temos liberdade de escolher o que amamos. Todavia, estamos vivendo em uma sociedade em que não conseguimos sequer amar a nós mesmos. Estamos nos tornando mais um número de cartão de crédito, mais um consumidor potencial.
Nos tornamos escravos da corrupção, da política suja que governa esse País. Escravizados pelas redes sociais, internets, tabletes, celulares, etc.
Isso está se tornando algo cada dia mais insuportável!
O distress é o resultado do escoamento energético que alimenta as criações e mecanismo de defesa do orgulho.
A mídia desenvolve influente papel estimulando padrões.
Os que defendem os governantes são pecadores e os que acusam não menos pecadores. Eis a grande questão a ser resolvida! Quem nesse momento pode dizer que está apto a governar essa grande Nação? Muita coisa precisa ser mudada e essa mudança tem que começar em cada um dos brasileiros que nesse momento não tem ainda uma opinião formada; mas procura formar sua própria opinião e não se permite ser dominado ou dominador.
(Dr. José Geraldo Rabelo, psicólogo holístico, psicoterapeuta espiritualista, parapsicólogo, filósofo clínico. Artista plástico. Prof. Educação Física. Especialista em família, depressão, dependência química e alcoolismo. Escritor e palestrante. Emails.: [email protected] e/ou [email protected])