Recursos naturais para 2016 estão chegando ao fim
Diário da Manhã
Publicado em 3 de junho de 2016 às 02:52 | Atualizado há 9 anosTodos os recursos que o planeta é capaz de renovar em um ano estão esgotando, colocando a humanidade em uma dívida ecológica até 31 de dezembro, um fenômeno que está se acelerando, de acordo com a ONG Global Footprint Network.
O “dia da sobrecarga ecológica” ou “overshoot day” em inglês, está previsto este ano para final de julho inicio de agosto, estima a organização, que constata que isso tem ocorrido cada vez mais cedo, sinal de um consumo cada vez mais deslocado em relação aos recursos disponíveis.
No ano passado, este momento ocorreu em 13 de agosto, lembra em um comunicado a ONG com sede na Califórnia que divulga essa avaliação todos os anos, às vezes corrigindo ligeiramente, retrospectivamente, as datas anunciadas em anos anteriores em razão dos avanços na metodologia e atualizações dos dados.
Em 1970, o “dia da sobrecarga ecológica” ocorreu em 23 de dezembro. Mas, desde então, a data continua em declínio: 3 de novembro de 1980, 13 de outubro de 1990, 4 de outubro de 2000, 3 de setembro de 2005, 28 de agosto de 2010.
“Nós estamos em uma ladeira. Até 2030, corremos o risco de chegar a um hiperconsumo em junho”, disse à AFP, expressando a esperança de que “as metas ambiciosas de redução das emissões de CO2? adiem a data do “overshoot day”.
De acordo com Global Footprint Network, seria necessário 1,6 planeta para atender às necessidades atuais da humanidade.
A ONG leva em conta em seus cálculos a pegada de carbono, os recursos consumidos pela pesca, pecuária, agricultura, construção, bem como água.
Em 2030, se as emissões globais de gás carbono (CO2) não diminuir, a população mundial terá engolido seu “orçamento ecológico” já em 28 de junho.
No entanto, “se reduzirmos nossas emissões de CO2 em 30%” em relação ao seu nível atual, o “dia da dívida ecológica” será diminuído para 16 de setembro, de acordo com a ONG.
Continuar estimulando a aceleração do crescimento produtivo na prática apenas aumenta de forma substancial a perda de diversidade biológica e ecossistêmica. É importante não perder de vista que aumentar a produção econômica, dentre tantos outros estragos ambientais, também é sinônimo de poluir mais ainda a atmosfera.
Nos dias atuais, mais de dois milhões de pessoas morrem a cada ano no mundo em decorrência da poluição, alojando nos pulmões pequenas partículas (PM 10) geradas pela queima de combustíveis fósseis, além da poluição de ozônio (O3).
Somente na América Latina e no Caribe, a cada ano, morrem aproximadamente 35 mil pessoas devido à contaminação do ar; na Europa, são mais de 150 mil e, no leste da Ásia, mais de 1 milhão de vidas são ceifadas pelo mesmo motivo.
Por isso o posicionamento ecológico deve estar acima do pensamento econômico tradicional, ferindo assim, para desespero dos economistas tradicionais, o dogma atinente ao crescimento econômico, visto e defendido erroneamente como fator preponderante para consolidar a prosperidade de uma sociedade.
O Planeta pede socorro, estamos levando o ambiente onde vivemos a um verdadeiro caos, a ponto de explodir. Não plantamos arvores, não preservamos as nascentes e os rios, não reduzimos o consumo de água e energia e muito menos temos propagado o tema. A sociedade, o setor publico privado também não. Muito pouco se faz sobre tudo isto. Temos que ter a consciência em disseminar o tema em busca de um ambiente melhor para vivermos.
(André Junior, membro da UBE – União Brasileira de Escritores – Goiás – [email protected])