Reforma política não sai
Redação DM
Publicado em 27 de junho de 2017 às 03:08 | Atualizado há 8 anosA tão falada reforma política, pomposamente chamada de ‘mãe de todas as reformas’, parece, vai mudar para promover mudanças para que tudo permaneça igual.Duvidam? Pois olhem em que estão concentrados, armados para a briga, nossos políticos. É claro que no financiamento futuro das campanhas que, supostamente para tornar mais transparente e menos corrupto processo eleitoral, se quer público. Pois não é que, antes de qualquer outra coisa, querem logo definir a formação do bolo – falam num fundo de r$,3,5 bilhões- e a forma de dividi-lo. Lógica que a proposta de maior sucesso, capaz de unir cobras e tatus, privilegia quem já está instalado. Ninguém tem disposição de abrir o cofre para os que estão começando, até para não ser ameaçado nas urnas.Este, certamente, será um dos grandes embates da reforma que não tem a menor chance de ser algo que mereça este nome. Vamos ter apenas mais um remendo naturalmente para favorecer os que já estão lá. O ‘remendão’ será o fundo público para financiamento de campanha que se sabe, desde já, não será o único recurso a entrar nas campanhas. Até os estagiários de marketing político sabem que, numa campanha, o que se declara á Justiça Eleitoral não foi o que efetivamente se gastou. Até porque, os acertos de apoiamento político, não podem ser lançados como despesas de campanha. Os “currais eleitorais”, acreditem, ainda existem, apesar de internet, redes sociais e outras modernidades da comunicação. Nesta área de financiamento, se quiserem mesmo fazer algo, comecem colocando todas as legendas em pé de igualdade. Todo mundo recebendo seu quinhão igual. A participação proporcional seria implantado devagar, a cada eleição. Melhor seria até que houvesse a extinção das atuais legendas e a formação de novas, dentro de um número limitado, acabando com os proprietários de partido e na farra das negociações para a constituição da governabilidade. Esta extinção poderia ser decretada pela Justiça Eleitoral, considerando-se que todos os partidos estão no centro da corrupção. Se se pune empresas, porque não punir partidos? A legenda é corrupta, ponha-se um fim nela, já que o povo não coloca este fim pelas urnas, que o Judiciário faça. Talvez dê resultado dispersar os corruptos.
(Paulo César de Oliveira, jornalista e diretor-geral da revista Viver Brasil e jornal Tudo BH)