Opinião

Relações humanas são como átomos de nitroglicerina

Redação DM

Publicado em 26 de agosto de 2018 às 01:35 | Atualizado há 7 anos

Po­de­mos com­pa­rar as re­la­ções hu­ma­nas com as re­a­ções quí­mi­cas. Do en­con­tro de du­as sub­stân­cias po­dem-se ob­ter os mais va­ri­a­dos com­pos­tos, ou re­la­ções ou re­a­ções fí­si­co-quí­mi­cas. Um exem­plo vi­tal pa­ra qual­quer ani­mal, a re­la­ção de hi­dro­gê­nio (H) com o oxi­gê­nio (O). Quer exem­plo da me­lhor, da mais ben­fa­ze­ja, da mais fe­liz re­la­ção (re­a­ção) quí­mi­ca do que es­ta. Do en­con­tro de dois ga­ses, tem-se o mais pre­ci­o­so dos com­pos­tos quí­mi­cos. A água (H2O), im­pres­cin­dí­vel a to­da e qual­quer for­ma de vi­da no uni­ver­so, se­ja aqui e su­pos­ta­men­te em ou­tros pla­ne­tas si­de­ra­is( per­mi­tam-me o ple­o­nas­mo).

Em ra­ci­o­cí­nio opos­to bas­ta ima­gi­nar quan­do du­as sub­stân­cias in­com­pa­tí­veis se en­con­tram , se mis­tu­ram. Po­dem-se ter os re­sul­ta­dos, os mais no­ci­vos, pe­ri­go­sos e le­si­vos, co­mo o são os ve­ne­nos e ex­plo­si­vos. Nes­se exem­plo ,um mo­de­lo sim­ples é o da ni­tro­gli­ce­ri­na (C3H5N3O9) ou se­ja, iso­la­da­men­te o car­bo­no, o hi­dro­gê­nio, o ni­tro­gê­nio e o oxi­gê­nio são inó­cuos ou es­sen­ci­ais a vi­da, mas quan­do jun­tos se tor­nam des­tru­i­do­res com po­ten­ci­al ex­plo­si­vo. Daí sur­giu até o ad­je­ti­vo, o su­jei­to se mui­to co­lé­ri­co ou iras­cí­vel é ta­cha­do de ni­tro­gli­ce­ri­na pu­ra.

Ora, o mo­te com­pa­ra­ti­vo aqui pre­sen­te faz mui­to sen­ti­do. Se na quí­mi­ca te­mos ili­mi­ta­dos exem­plos de in­com­pa­ti­bi­li­da­de dos ele­men­tos, bas­ta fa­zer o mes­mo pa­ra­le­lis­mo com nós hu­ma­nos. So­mos cons­ti­tu­í­dos, ali­ás, de ele­men­tos e com­pos­tos quí­mi­cos. Car­bo­no, ni­tro­gê­nio, oxi­gê­nio, cál­cio, hi­dro­gê­nio, água ,etc.

E pa­ra com­pli­car as re­la­ções hu­ma­nos so­mos cons­ti­tu­í­dos de sis­te­ma ner­vo­so, de in­te­li­gên­cia, de emo­ções, de sen­ti­men­tos os mais di­ver­sos, de ra­ci­o­na­li­da­de e pen­sa­men­tos. Pen­sa­men­tos con­cre­tos e abs­tra­tos.

To­man­do em con­si­de­ra­ção os exem­plos da quí­mi­ca os mes­mos prin­cí­pios po­dem ser apli­ca­dos na con­vi­vên­cia hu­ma­na, nas re­la­ções so­ci­ais, de ami­za­des, afe­ti­vas, de na­mo­ros e con­ju­gais. Até nas re­la­ções pro­fis­si­o­nais, cor­po­ra­ti­vas, tra­ba­lhis­tas e em­pre­sa­ri­ais. Nes­tes úl­ti­mos mo­de­los, quan­tas não são as re­la­ções so­ci­e­tá­ri­as, co­mer­ci­ais e mer­ca­do­ló­gi­cas que aca­bam des­fei­tas, com de­sa­ven­ças, li­tí­gios, pro­ces­sos ju­di­ci­ais, ini­mi­za­des e até ho­mi­cí­di­os. Se ana­li­sa­das com as ne­ces­sá­rias di­li­gên­cias, tu­do se deu por es­co­lhas in­fe­li­zes dos ele­men­tos hu­ma­nos, as pes­so­as cons­ti­tu­ti­vas des­sas re­la­ções (re­a­ções) de ne­gó­ci­os.

Na se­a­ra das re­la­ções so­ci­ais, to­mem-se os exem­plos mais co­me­zi­nhos, os na­mo­ros. Ca­da pes­soa ao de­pa­rar com ou­tra e sur­gir, nes­se en­con­tro, al­gu­ma atra­ção, não im­por­ta a fai­xa etá­ria, de­ve­ria le­var em con­ta to­dos os qua­li­fi­ca­ti­vos do in­te­res­sa­do(a). Se há tan­tos pon­tos e pre­di­ca­dos in­com­pa­tí­veis, o afas­ta­men­to len­to e ci­vi­li­za­do é o me­lhor con­se­lho. Não quei­ra trans­for­mar es­sa re­la­ção em uma re­a­ção quí­mi­ca ex­plo­si­va, às ve­zes, até de fis­são nu­cle­ar, co­mo uma bom­ba de hi­dro­gê­nio, ou quan­do me­nos de ni­tro­gli­ce­ri­na.

Mui­tas têm si­do as re­la­ções hu­ma­nas de pu­ra in­fe­li­ci­da­de, de so­fri­men­to psí­qui­co, de in­se­gu­ran­ça e mes­mo cri­mes (fe­mi­ni­cí­di­os). To­das por ab­so­lu­ta fal­ta dos cri­té­rios na ho­ra de es­co­lha do par­cei­ro.

No cam­po das re­la­ções de ami­za­de e re­la­ções pa­ren­tais eu mi­ro nos re­la­tos de um dos pou­cos, pou­quís­si­mos ami­gos que cul­ti­vo. Tra­ta-se de su­jei­to de mo­ral ir­re­pre­en­sí­vel e al­ta qua­li­fi­ca­ção pro­fis­si­o­nal e aca­dê­mi­ca: con­ta-me ele que cul­ti­va al­guns ini­mi­gos e an­ti­pá­ti­cos, e es­cas­sos ami­gos.

Ou se­ja, sub­sis­te nos ine­vi­tá­veis con­ta­tos uma au­ra mui­to for­te de an­ti­pa­tia e ini­mi­za­de.

De cer­ta fei­ta, re­ve­lou-me es­se ami­go de pou­cos ami­gos, hou­ve um di­á­lo­go mais ás­pe­ro (ba­te-bo­ca) com um des­ses ini­mi­gos. E ele en­tão po­de pas­sar a lim­po, al­gu­mas des­sas in­con­gru­ên­cias com o seu opo­si­tor. E ele foi enu­me­ran­do al­guns des­ses pon­tos in­co­muns. Em tra­du­ção li­vre e pes­so­al foi es­se o di­á­lo­go, que no ca­so vi­rou um mo­nó­lo­go.

– Ne­nhu­ma frus­ta­ção ou de­cep­ção res­ta-me de sua ini­mi­za­de. Eu sou um in­di­ví­duo pro­du­ti­vo e tra­ba­lha­dor. Di­vi­das não te­nho se­quer com car­tão de dé­bi­to ou cré­di­to.

-To­do o meu pa­tri­mô­nio, con­ti­nua o in­ter­lo­cu­tor ao ini­mi­go, se­ja ele mo­ral ou ma­te­ri­al eu os ga­nhei com o la­bor de mi­nha men­te e ba­ga­gem pro­fis­si­o­nal. Nun­ca em nos­sas re­la­ções, na­da lhe pe­di e na­da de­vo, por­tan­to, man­te­nho mi­nha con­sci­ên­cia, mi­nha al­ma e mi­nha fi­cha lim­pas ; pas­sar bem é o mí­ni­mo que lhe de­se­jo.

Nes­ses ter­mos e em con­clu­são, o que mui­tas ve­zes con­quis­ta­mos são tam­bém in­ve­jo­sos. E com es­ses de­ve­mos ter mui­ta cau­te­la. Ma­le­di­cên­cias e mal­que­rên­cias pu­lu­lam pe­lo mun­do fí­si­co e pe­las re­des an­tis­so­ci­ais. Agos­to/2018.

 

(Jo­ão Jo­a­quim – mé­di­co – ar­ti­cu­lis­ta DM  fa­ce­bo­ok/ jo­ão jo­a­quim de oli­vei­ra www.drjo­ao­jo­a­quim.blog­spot.com – What­sApp (62)98224-8810)


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