Representatividade – uma luta por união e paz
Diário da Manhã
Publicado em 10 de maio de 2016 às 21:30 | Atualizado há 9 anosÉ possível colocar em prática o simbolismo da “tocha olímpica”, que nos leva a defender e lutar pela “união e a paz entre os povos e entre os seres humanos”. No Brasil essa luta passa pela questão do fortalecimento da representatividade social, não só a política, mas também a sindical. O que não será fácil, uma vez que os princípios da cidadania são construídos ao longo de um processo histórico compartilhado por diferentes pontos de vista.
No exercício do direito de eleger nossos representantes políticos muitos de nós aceitamos um certo cabresto simbólico, uma herança do coronelismo, perpetuada pela falta histórica de uma educação de qualidade.
Sem educação não há o empoderamento na ação de reivindicação dos direitos civis, políticos e sociais; muito menos conhecimento dos deveres e regras que diferencie os valores éticos e morais que uma sociedade deve promover para alcançar um equilíbrio na distribuição dos recursos materias do país.
O ditado popular “o povo tem o governo que merece” pode ao primeiro olhar parecer uma inverdade cruel. Porém, ele nos alerta para o fato de que nada é de graça. É preciso fazer por merecer uma sociedade menos desigual. O Estado tem a obrigação de promover medidas que favoreçam a igualdade, ao mesmo tempo, tem o dever de proteger a liberdade de participação.
O povo precisa ter a liberdade de entrar em disputas, exercer o diálogo para chegar a um consenso contrabalanceado. Seja na comunidade por melhoria de transporte, saúde; ou nas escolas por condições estruturais e didáticas.
Desse modo, nota-se que a construção social é um processo trabalhoso, mas que urge ser enfrentado. Para que não ocorra o predomínio de apenas uma perspectiva.
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás é um órgão de defesa do trabalhador e um mediador dos empresários, entendendo que trabalhador e empresário formam uma simbiose, ou seja, uma vida em comum.
Percebe-se que os sindicatos tanto de trabalhadores, quanto de empregadores estão em boa parte isolados de suas bases. A representatividade e a participação carecem de mobilização. Cada integrante é importante para o conjunto, por que juntos irão defender o seu posicionamento e assim promover o debate que levará a um consenso de forma equilibrada.
Nesse momento, a maioria dos trabalhadores só ficam em contato com o sindicato no momento da Rescisão Contratual de Trabalho e muitos empresários somente quando vão pagar a contribuição sindical. Com esta atitude ambos perdem.
No entanto, a situação descrita acima pode ser revertida com a participação de cada membro dessa sociedade. Momento em que, apesar das diferenças de interesses, precisamos estar unidos em prol do bem comum.
(Arquivaldo Bites Leão Leite, superintendente regional do Trabalho e Emprego em Goiás)