Rio Corumbá, condenado por nossos políticos
Redação DM
Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 23:11 | Atualizado há 7 mesesMais um grande rio do Estado de Goiás está prestes a desaparecer do mapa, esse rio se Chama Corumbá, além de quatro hidrelétricas já prontas, há mais 17 barragens para serem construídas ao longo de seu curso só no ano de 2016. Um rio ainda vivo que temos, um rio repleto de espécimes, com matas ciliares, nascente preservada, e, com várias cachoeiras ao longo de seu leito, o torna um rio tão especial.
Rio Corumbá é um rio brasileiro que banha o Estado de Goiás. Sua nascente é no sopé da serra dos Pireneus, em Cocalzinho de Goiás, dirigindo-se para o sudeste, onde deságua no Rio Paranaíba. O Rio Corumbá possui 567,5 km, com suas águas escuras ocasionadas pelas folhas e pedras do cerrado e suas inúmeras cachoeiras, é ideal para a prática de boia-crós e rafting. O Salto de Corumbá é uma das grandes atrações turísticas, pela sua beleza selvagem e natural.
O fim de tudo isso está se aproximando, no ano de 2016 não será mais possível ver o Rio Corumbá como ele é agora. O pobre rio está no corredor da morte, esperando só um “sim dos poderosos” para dar Adeus ao povo goiano.
Sabemos que a energia gerada por essas barragens não resolvem o problema energético atual, a demanda é cada dia maior, o pobre Corumbá não dá conta de suprir essa demanda. Aliás, o governo não apresenta um estudo sequer para implantar novas tecnologias para produção de energia alternativa, como energia solar, que temos o ano todo em grande quantidade, energia eólica, pois temos ventos o ano todo.
O Rio Corumbá que abriga fauna e flora que completam o ecossistema do Cerrado vai deixar sua função, e vai virar um amontoados de lagos. O Cerrado goiano vem sofrendo duramente com plantio desenfreado de cana-de-açúcar, soja e pastagens, agora sofre com as barragens.
90 por cento da água doce do Brasil tem origem no Cerrado. O Brasil precisa preservar os rios do Cerrado, o Cerrado é chamado de caixa d’água do Brasil, por que as nascentes das águas estão aqui, no cerrado. Estamos acabando com tudo, e pior ,com consentimento de nossos “supostos” líderes.
Além dos graves impactos ambientais já mais do que conhecidos, causados pela construção de barragens em nossos rios (perda da biodiversidade e de florestas por conta das áreas inundadas, impacto social sobre a posição ribeirinha e a perda da qualidade da água pela mudança do regime lótico pelo regime lêntico, com águas paradas, eutrofização, fenômeno causado pelo excesso de nutrientes numa massa de água, provocando um aumento excessivo de algas, dando cheiro e cor à água). Fonte de pesquisa: Diário dos Campos.
É um estrago e tanto. Na área que recebe o grande lago que serve de reservatório da hidrelétrica, a natureza se transforma: o clima muda, espécies de peixes desaparecem, animais fogem para refúgios secos, árvores viram madeira podre debaixo da inundação. E isso, fora o impacto social: milhares de pessoas deixam suas casas e têm de recomeçar sua vida do zero num outro lugar. No Brasil, 33 mil desabrigados estão nessa situação, e criaram até uma organização, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Imagino que, se as grandes empresas “empreiteiras” não possuem obras, os políticos encontram um jeito de inventar algumas. O duro é que, sobra para o ecossistema, logo a natureza envia a conta a ser paga.
Alguém já notou o quanto o Estado de Goiás está mais quente? A temperatura por aqui décadas atrás era outra, bem mais amena. Hoje em dia, está insuportável o calor que as altas temperaturas tem provocado.
Alguém já notou que as tempestades e alagamentos tem deixado todos goianos apavorados? Década atrás não havia chuvas destruidoras como na atualidade, não havia trombas d água com tamanha intensidade e violência como agora.
Tudo isso podemos colocar na conta dos maus tratos que o homem vem promovendo contra á mãe natureza.
Barragem é uma barreira artificial, feita em cursos de água para a retenção de grandes quantidades de água. A sua utilização é sobretudo para o abastecimento de água zonas residenciais, agrícolas, industriais, produção de energia eléctrica (energia hidráulica), ou regularização de um caudal.
Transformação Geográfica do Meio Ambiente pela atividade humana. O termo é utilizado para referir de forma geral toda a transformação que o homem produz sobre o meio ambiente, como a urbanização, a agricultura, a silvicultura, introdução de espécies exóticas em geral, a alteração do relevo, a mineração, a extensão de cabos, a construção de caminhos e pontes, a dragagem de vias navegáveis, a construção de diques e barragens, etc.
Muitas vezes a grande antropização da natureza é a que elimina grandes ecossistemas complexos, exterminando espécies e gerando perda de biodiversidade e de equilíbrio no planeta.
Hoje em dia podemos ver as devastadoras consequências de casos extremos de antropização como a gigantesca desflorestação do Amazonas, as centrais hidrelétricas (barragens) que cortam os rios em dois dividindo os habitats de muitas espécies, e também se incluem as grandes cidades que crescem e crescem invadindo os lugares onde antes existiam ricos ecossistemas.
Pelas contas do educador ambiental Sérgio Dialetachi, coordenador da campanha de energia do Greenpeace, daria para economizar 40% da energia produzida no país com três medidas. Primeiro, instalando turbinas mais eficientes nas usinas antigas. Segundo, modernizando as linhas de transmissão e combatendo o roubo de energia. Terceiro, retornando ao comportamento da época do racionamento, em 2001, com equipamentos e hábitos menos gastadores. Tudo isso evitaria que novas hidrelétricas precisassem ser construídas, protegendo um pouco mais nosso planeta.
Em pleno século XXI ainda temos políticos que ainda defendem essa solução, que foi importante no século XX. Mas o tempo passou e hoje o importante é “energia verde” eólica, biomassa e solar. Não podemos nos calar diante daqueles que gostam de obras “faraônicas”, cujos impactos ambientais e sociais já são mais que conhecidos.
Em tempo relativamente curto, o homem está destruindo a natureza, a velocidade dos acontecimentos é espantosa.
(André Junior, membro UBE – União Brasileira de Escritores – Goiás – [email protected])