Ronco na Secima
Diário da Manhã
Publicado em 13 de março de 2018 às 21:42 | Atualizado há 7 anos
Funcionário oriundo da extinta Caixego tira tranquilamente todos os dias suas preciosas horas de sesta – dormindo tranquilamente embaixo de uma mesa de sua sala da importantésima repartição – resultado de outras cinco secretarias – comandada com galhardia – até há bem pouco tempo – pelo professor Vilmar Rocha – como parte de uma das providenciais reformas promovidas pelo bravo Governador Marconi Perillo.
O pior não é o tranquilo sono com ronco – forração e tudo mais – do eficiente funcionário.
O mais deplorável é o atrevimento do seu colega de sala – que deve também ser oriundo da mal fadada Caixego – em defender corporativamente – de maneira arrogante com unhas e dentes – o péssimo comportamento do seu colega de sala.
Aliás seria de bom alvitre – aproveitando essa mudança de cargos visando as iminentes eleições que se avizinham – transferirem essas tristes e apaniguadas figuras – para uma repartição bem longe que não seja a sacrossanta Secima – criada bravamente há 45 anos – no ilustre e inesquecível Governo de Irapuan Costa Júnior, onde a natural lisura imperava – pelo o impagável sertanista Leolídio Di Ramos Caiado – para controle da biosfera e meio ambiente de Goiás…
Falando no tradicional Centro Administrativo – que o Governador Marconi Perillo insiste em chamar de Palácio Pedro Ludovico – como se na bela capital de Goiás – fundada com bravo pioneirismo por este grande homem – a quem tanto devemos – não fosse suficientes para distinguir o glorioso fundador, pois lamentavelmente, tal gesto nunca se justificou…
É a mesma coisa que batizar a internacionalmente cultuada Avenida Atlântica, em Copacabana – no Rio de Janeiro – com o nome do Governador Leonel Brizola – que residiu ali por vários anos.
Quem lembra que o famoso Aeroporto do Galeão – no Rio de Janeiro – tem o nome do ilustre compositor Tom Jobim?
E queriam até batizar o secular Jardim Botânico fundado por Dom João VI, em 1808 – de Tom Jobim – só porque ele morava no bairro e era assíduo frequentador do belíssimo parque.
Agora me respondam por favor – pode uma heresia dessas???
Bom voltando ao Centro Administrativo – onde no térreo está belíssimamente instalado o Vapt Vupt – tem um emproado Senhor de cor – atendendente do Ipasgo – que externa regularmente ali – sua aflição e empáfia.
Virou até piada maldosa – entre os muitos funcionários mal atendidos por tal exótica figura….
Um revezamento 4 x 4 ali – não faria mal ao seu ninguém – concordam???
Outro dia um distinto e simples Senhor me abordou na rua – perguntando se eu era contra o Governador Marconi Perillo.
Eu disse – claro que não. O bisavô dele é meu trisavô – Francesco Perillo – que veio com uma mão na frente e outra atrás – de Rosano – região pobre da Calábria – ao Sul da Itália – por volta de 1860.
Chegou em Catalão com mais dois bravos companheiros Rafael Viggiano e o Sr Jácomo – que não lembro o primeiro nome.
Trabalhavam como artesãos de manutenção de engenho consertando alambiques – tachos e a própria parafernália de moagem.
Foram cada um para uma região atendendo senhores de engenho e demais fazendeiros – com natural alegria daquela brava gente insular somados a cortês simpatia e a boa educação conquistando a todos – quando dividiam irmanamente por três – o arrecadado.
Casaram com boas moças de tradição estabelecendo aqui – a considerada “famiglia” Periillo.
Modéstia à parte eu sinto responsável pelas ações em prol do bem e do engrandecimento de Goiás comandadas brilhantemente por Marconi Perillo – pois afinal temos o mesmo sangue e princípios correndo nas veias.
Muitas vezes como um vigilante e empedernido tio solteirão – pois os 40 anos de jornalismo que carrego nas costas equivalem a 120 – do tempo comum…
E fico deverasmente apoplético com coisa errada – insensata e suja.
Como um dos pioneiros da Sema – hoje Secima – quando lá entrei com 18 anos e cabeça de 14 – onde naquele alicerce de poesia e firmeza empreendida com denotada bravura pelo romântico escritor e sertanista – Leolídio Di Ramos Caiado – vive em mim até hoje.
Homem naturalmente bom de ilustre berço – generoso de caráter – bisneto como Marconi – de Francesco Perillo e neto do seu muito amado primogênito Francisco Perillo Júnior – amplamente conhecido como Chiquinho Perillo – o primeiro farmacêutico diplomado de Goiás – em 9 de Janeiro de 1899 – que infelizmente seu importante sobrinho neto não fez a menor questão de por uma placa alusiva no belo sobrado da praça do Coreto – onde no térreo funcionava sua farmácia e em cima sua residência – que o pai imigrante orgulhoso lhe deu de presente – pois foi aprovado com grande mérito pela Universidade do Rio de Janeiro – ficando lá durante quatro anos – com mais dois ele formaria médico. Sem poder rever seus entes queridos – pois uma viagem à Capital do Império do Brasil – era realmente custosa.
Chiquinho Perillo teve a graça de ser escolhido para marido por Illydia Fleury de Campos Curado – mais conhecida como Yáya -fina flor do que existia de mais elegante e cultuado – pois seu pai era a maior autoridade jurídica de Goiás – uma espécie de desembargador, mas longe dessa dinherama desnecessária que atualmente recebem.
Famosa pianista – mulher de traquejo e natural brilho social.
Zelosa dos seus deveres como mãe e cidadã esclarecida de alma caridosa junto aos menos favorecidos pela sorte – que sem a menor sombra de dúvidas foi a grande matriarca da família – que minha sempre humilde e sábia mãe rotulou como – “a mulher mais bem educada que ela conheceu em toda vida”.
Tudo isso para dizer que Marconi Perillo, o também bravo Senador Ronaldo Caiado – sou Caiado também em dose dupla – por casamentos consaguíneos na família – e esse modesto escriba que vos escreve.
Não gostamos dos mau feitos e refutamos com todas as forças algo ao contrário – quando temos desagastantes e doentios estrees – para depois voltarmos arrependidos como se o réu fosse a gente.
Devido a isso me sinto muitas vezes como um “Fiscal do Marconi” – por mera índole mesmo – pois nunca recebi nada além do meu salário de funcionário público de nível superior de 41 anos dedicados a hoje Secima – onde nos seus notáveis alicerces tem um pouco do sangue e a da carne de minha muito difícil juventude – quando nunca levei uma caneta e um clip sequer – para o sossego do meu batalhado lar…
(Jota Mape, jornalista)