Seja surpreendido e não decepcionado
Redação DM
Publicado em 25 de agosto de 2015 às 22:56 | Atualizado há 10 anosMuitos fiéis, frequentemente, procuram-nos, porque o esposo/esposa, porque o filho/filha, porque o pai/mãe, porque o patrão/patroa não faz isso ou aquilo. Não fala isso ou aquilo. Na maioria das vezes, estas pessoas que nos procuram estão decepcionadas com as outras que não cumprem aquilo que gostariam que fizessem ou falassem. No entanto, muitas vezes, os fiéis estão decididos a tomar qualquer decisão: o filho/filha deseja morar em outra casa. O esposo/esposa deseja separar. O pai/mãe deseja brigar com o filho/filha. O funcionário/patrão/patroa deseja sair do serviço ou dispensar o funcionário. Portanto, não podemos deixar nos decepcionar com as outras pessoas.
Nós devemos esperar sempre de Deus, às vezes, de nós mesmos e nunca dos outros. Quando esperamos da outra pessoa uma atitude “assim ou assada”, nós corremos grandes possibilidades de nos decepcionar.
Os filhos não devem esperar dos pais deixar ir a um lugar ou outro, quando estes são adolescentes/jovens. Porque os pais preferem que os filhos fiquem nervosos, do que os filhos caírem em uma cilada que a sociedade consumista e hedonista arma para os adolescentes/jovens.
Os pais devem cortar os cordões umbilicais dos seus filhos, ou seja, depois que os filhos ficam adultos, os pais devem somente indicar o caminho a seguir e nunca obriga-los, senão, ocorre conflito no seio da família.
Os esposos/esposas não devem criar expectativas de mudança de vida (conversão), ganhar algo, ir a algum lugar. Na verdade, os esposos/esposas devem dialogar para saber o que fazer com cada aquisição da família e não um só dá o destino desejado para tudo que é dos dois.
O patrão/patroa/funcionário deve cumprir suas funções, respectivamente. No entanto, se não tiver de acordo com o combinado ou o ambiente não for favorável o patrão/patroa/funcionário deve se desligar da empresa ou da pessoa. Porque é melhor cortar a ligação de patrão/patroa/funcionário que ter conflitos.
Portanto, cada pessoa deve cumprir o seu papel no interior da família/sociedade/empresa: aos filhos obedecerem e aos pais orientar o caminho a seguir, que este caminho seja sempre o caminho do Senhor Jesus. Aos esposos/esposas construírem tudo com muito diálogo, perdão, paciência, tolerância e mansidão.
Quando os pais ou os filhos são surpreendidos positivamente uns pelos outros é uma graça. Ser surpreendido e não criar expectativas é muito bom. A decepção é consequência da expectativa e não da surpresa. A surpresa boa dá um ar de esperança. Eu digo sempre que devemos sempre fazer o melhor que podemos, para que a nossa consciência não venha a nos cobrar depois, seja para quem for: esposo/esposa, filho/filha, patrão/patroa, vizinho/vizinha, etc. Devemos elogiar as pessoas que fazem o bem. Isto instiga a pessoa a continuar produzindo algo bom. O elogio deve sair, mesmo que isto seja uma obrigação da pessoa, como por exemplo, prover os alimentos necessários para a família. E, finalmente, nunca devemos cobrar as pessoas. Cobrar as pessoas é criar expectativas e passamos a ter grandes possibilidades de nos decepcionarmos. Portanto, a vida é uma verdadeira doação aos outros: faça o melhor, não cobre e elogie sempre que puder.
(Padre Sérgio de Souza Neres, vigário da Paróquia Sagrada Família [email protected])