Opinião

Sob as bênçãos de Nossa Senhora Auxiliadora…

Diário da Manhã

Publicado em 7 de março de 2017 às 02:22 | Atualizado há 8 anos

Para a muito querida e exemplar matriarca do Rio de Janeiro – Sylvia Maria da Glória – Vivi – de Mello Franco Nabuco…

Desde menino sou admirador da Igreja Católica – quando acompanhava minha mãe – ainda viva aos 98 anos – à missa – quando ela ia diariamente de manhanzinha – à igreja Nossa Senhora do Rosário – nossa orgulhosa paróquia na Cidade de Goiás…

Minha mãe naturalmente boa – abnegada – caridosa no seu mais amplo sentido…

Desde antes de se casar na maturidade – em 1957 – era ativa voluntária da Legião de Maria – movimento ligado à Igreja Católica que visitava hospitais – detentos e principalmente aos pobres e desvalidos que habitavam à periferia da cidade…

Não vou entrar em detalhes – pois morro de vergonha de falar de mim e dos meus mais próximos entes queridos – mas quem a conhece – na antiga capital – sabe muito bem avaliar…

Nossa modesta vida – principalmente da minha genitora e minha – girava em torno dos ritos e preceitos da Igreja Católica…

Meu pai e minha irmã – também devotos – eram mais arredios…

Quando em 1967 – Elder Camargo de Passos – Goiandira do Couto – Antolinda Bahia Borges – a sempre festejada e muito querida Tia Tó – Antonio Carlos Costa Campos – Lúcia e Ovídio Sabino de Passos Filho – ainda namorados – fundaram a Ovat – Organização Vilaboense de Artes e Tradições – que deram início e reforço às encenações da atual – linda e secular Semana Santa – da Cidade de Goiás – também participei – sendo convidado para ser um dos 12 pequenos apóstolos – vestido à caráter, diga-se de passagem – da cerimônia do Lava Pés – da Quinta Feira Santa – solenemente encenada e dirigida por Dom Tomás Balduíno – que se não me falha à memória era sua primeira Semana Santa – na Cidade de Goiás…

Totalmente incentivada pela contagiante alegria do muito saudoso e enérgico – Monsenhor Angelino Fernandez e Fernandez – de origem espanhola…

Às sempre unidas – devotadas – operosas e por isso muito saudosas irmãs Amorim – Divinha – Dinah – Laíla e Darcyla – tias avós maternas do bravo Ronaldo Caiado Senador – avalizaram e entraram em cheio no novo projeto da Ovat – cuidando com desvelo – como natural costume delas – na belíssima e muito emocionante parte musical do religioso evento…

Achei tudo tão lindo e maravilhoso que trabalhei como assíduo voluntário por vários anos – ao lado do meu querido vizinho amigo de infância e também “apóstolo” Antônio Gomes Lacerda – hoje padre da Ordem Dominicana – como é a nossa Paróquia do Rosário – em Goiás – e ainda – Fernando Passos Cupertino de Barros – sobrinho dileto do Elder Camargo de Passos e neto do muito distinto Senhor Luiz Sabino de Passos – mais conhecido como Lulu Sabino – que batia “ponto” religiosamente todos os dias de manhã – na loja do muito saudoso Tio Dojão – colada a do meu pai – junto ao rio Vermelho e ao Mercado Municipal…

Já – seu irmão – o distinto e carismático Ovídio Sabino de Passos – assíduo diário do balcão de Nagib Pelles – meu amantíssimo e muito peculiar pai..

A propósito chorava de rir das estórias criativas que seu Ovídio Sabino inventava misturando fatos reais…

Eram enredos – que me incluíam também – Kkk – tão fascinantes e pertinentes que dariam até mini série na Globo – tal a sua fértil imaginação e relevante humor…

As histórias eram tão fascinantes e envolventes – que até incomodavam minha mãe da minha demora na loja – já que meu i muito sistemático pai não apreciava que a gente ficasse longo tempo em seu comércio – que muitas vezes ia atrás para saber o que estava acontecendo…

Aí que a coisa se intensificava mais ainda com Seu Ovídio – já que mammy é prima e amiga da sempre linda dona Maí Caiado Fleury de Passos – sua mulher – ainda viva – sob os desvelados cuidados de Lúcia e Ovidinho…

Em janeiro de 1974 mudei para Goiânia para cursar o segundo grau no Carlos Chagas – famoso colégio – no alto do setor Universitário – onde localiza-se hoje o Centro Cultural Basileu Toledo França – quando fui contemporâneo de Fernando Passos Cupertino de Barros, Humberto Tannus Júnior – homem forte do Governo Marconi Perillo – desde o início do “Tempo Novo”. Maria Luiza Povoa Cruz. As primas Mayra Caiado Paranhos – Elaine Caiado Rocha Lima Spencieri – Maria Teresa Fleury Roller e Emília Augusta Alencastro Fleury Curado de Abreu. Silvana de Araújo Moreira – mulher do construtor Elbio Moreira. Os irmãos Lívia Naciff Ximenes – Sarah Naciff Lobo e o saudoso Neio Naciff. Gracinha Michel – sua mana linda e esgalga Fátima – casada com importante político do interior que não lembro o nome agora – cujo pai delas era dono da famosa “Transistel” – de som e imagem. O sempre belo psiquiatra Maurício Frota muito bem casado com a também linda Daniela Scudeler Frota. Os adoráveis “batricios” Rassi: André – Ronaldo – Beto – amigo pessoal do Governador Marconi Perillo – Roberto – Mariana e Raul Rassi. Os lindos irmãos Roriz: Fátima e Tadeu – vizinhos dos meus primos e verdadeiros irmãos – o muito saudoso Paulo – Marcos e Emília Augusta de Alencastro Fleury Curado – na velha Praça do Cruzeiro – hoje merecidamente – praça Germano Roriz – e vários outros colegas de relevância que fazem hoje a história de Goiás.

Aqui fui morar sempre ao redor da Catedral de Goiânia – cuja padroeira é Nossa Senhora Auxiliadora…

Aliás desde menino aliás – frequento – essa igreja pois meus avós maternos Nenzinha (Fleury Perillo) e Enéas (Caiado) de Alencastro mudaram-se para Goiânia em 1959 e residiram até o fim dos seus dias na rua 91 – no Setor Sul – praticamente colado à igreja.

Quando o sempre santo – ainda Cônego Aldorando, na época – frequentava a casa deles – assistindo a minha mãe a preparar meu avô cético – convertido por ela – à sua primeira comunhão com quase 90 anos de idade…

Foi ali na casa deles – em meados dos anos 70 – que tive conhecimento do mister de “ministro da Eucaristia” – quando o discreto e muito piedoso Senhor Carneiro – marido da famosa e muito experimentada modista Mariinha Carneiro – residentes na Alameda Botafogo – continuação da 91 – sentido Centro – ia todas às sextas feiras levar à Sagrada Comunhão – aos sempre inesquecíveis e piedosos avós – Nenzinha e Enéas…

Depois fui morar numa república de estudantes na Rua 19 – em frente ao muro do Lyceu – dirigida com rigor pelos adoráveis baianos – Dona Esther e Senhor Tãozinho – nos fundos da residência dos sempre amáveis Ereny e Almir Turisco de Araújo – irmão da sempre elegante – muito distinta e mestra cuca de mão cheia – a extremamente saudosa e muito querida Dona Esther – que se passava muitas vezes como minha severa e adorável mãe…

Quando minha frequência à Catedral aumentou mais ainda – quando participei ali num dos pioneiros grupos da Renovação Carismática cuja uma das líderes era a muito distinta e adorável amiga – Maria Gildina De Santana Roriz – que muito se preocupava com a gente…

E não esqueço nunca que numa rápido encontro na igreja ela me perguntou com a sua natural candura de sempre: “você já é universitário?” – estou muito emocionado escrevendo isso…

Logo comprei – com muito sacrifício meu primeiro apartamento na mesma Rua 19 – quase em frente a hoje Justiça Federal – quando fiquei mais assíduo à Catedral e muito devoto de Nossa Senhora Auxiliadora…

Do meus 43 anos de Goiânia – 30 foram junto à Catedral e mesmo antes quando hospedava e morei por um pequeno tempo com meus avós – na 91…

Quinta última – dia dois de março – resolvendo problemas na região – fiz questão de entrar na Catedral para rezar e agradecer pela alma pia de Dom Antônio – quando coincidentemente ainda peguei a última mão de cimento fresco feito por operosos e silentes pedreiros à sua última morada dentro da igreja…

Fiquei super emocionado – contrito – presenciando tudo aquilo – com inúmeras coroas de flores circundado todo o átrio…

A igreja toda linda – renovada para o clássico – com seus lindos mármores – belos e introspectivos vitrais – aquela coisa bela – mística – que nos remete à nossa boa infância – quando estávamos mais próximos de Deus…

E comecei a vagar em pé ali estoico – presenciando à ultima mão de cimento selando o destino carnal do sempre saudoso e extremamente querido Dom Antônio – Bispo Auxiliar e Arcebispo de Goiânia – uma espécie de Governador Católico do Estado de Goiás – e lembrando com emoção – saudade e gratidão – dos meus avós – minha mãe – que me ensinou desde pequenino a amar a Deus ao meu próximo e graças isso sou extremamente feliz e realizado na minha pobreza humilde – sem pretensão – de um jornalista que vive e morrerá atrás do seu bom trabalho de informar com isenção e lisura…

E sobretudo a lição humilde de Bom Pastor – de Dom Antônio – cujo o nosso último encontro foi na fila de uma pequena audiência com o Governador Marconi Perillo nos bastidores do auditório do Centro Administrativo – quando o “Crer” – recebeu uma láurea internacional pelo seu controle de qualidade…

Quando disse à ele que vale a pena ir à missa na atual Basílica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – a nossa carismática Matriz de Campinas – com seu lindo ritual de coroinhas – hoje acólitos – em procissão tocando campainha e pequenos sinos incensos escoltando o padre com o Santíssimo Sacramento – que nos enleva com emoção para próximo de Deus e suas igrejas belíssimas renovadas para o tradicional e clássico nos moldes dos seculares templos europeus…

Quando ele disse com propriedade e gratidão:

– Isso é obra do Padre Robson – redentorista de Trindade…

Foram as últimas palavras que ouvi naquele encontro fortuito – do sempre sábio e santificado Dom Antônio – que está na Glória de Deus olhando por todos nós goianos indistintamente – mas principalmente os justos – de bom coração…

A propósito: Feliz aniversário bravo e guerreiro Governador Marconi Perillo – que Nossa Senhora Auxiliadora o abençoe sempre e proteja a nossa tão amada Goiânia – a Capital esplendor do Centro Oeste brasileiro – inspiração única do grande bandeirante do séc.XX – Pedro Ludovico Teixeira!!!!

 

(Jota Mape, jornalista e relações públicas graduado pela UFG, presta seus serviços na Comunicação Setorial da Semarh e atua informalmente mercado de antiguidades e raridades decorativas. e-mail: [email protected])


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