Opinião

Sobre a “vagabunda”, novamente!

Redação DM

Publicado em 22 de janeiro de 2016 às 22:51 | Atualizado há 10 anos

Já disse e, volto a repetir: não desviarei nem um milímetro da reta traçada para cumprir os objetivos sendo o primeiro, o angular, ater-me somente aos fatos, nunca adulterá-los e, o segundo, ser perfeito. “Tendes de ser perfeitos assim como o vosso pai que está nos céus é perfeito”. Uma máquina de lavar roupas pode estar velha, até enferrujada, entretanto, pode lavar perfeitamente uma quantidade enorme de roupas até pifar, ou, digamos, “morrer”. Bem, para ser exato, devo registrar que a tal “reta traçada” não está submetida ao nosso universo curvo – porque nada é reto porque o universo é curvo – maas não como é curva e turva a “mente” de alguns obtusos, obnubilados, que insistem em pensar que “socialismo” significa juntar um monte de analfabetos em torno duma ideologia, como se o corpo social existisse sem entidades, sem células ou cem cidades, vielas, velas, sentimentos, ódios e paixões e, vou parar de desabafar porque devo finalizar este parágrafo para não afugentar alguns leitores que não suportam parágrafos extensos, antes, porém, gostaria de novamente mencionar, porque me lembrei agorinha, que um cretino analfabeto, cujo nome, ainda bem, não me lembro, que era crítico de literatura do New York Times, em 1998, teve a coragem de confessar, em sua coluna, que não conhecia o ganhador do prêmio Nobel de Literatura daquele ano, José Saramago (1922-2010) – isto porque o fenomenal Saramago havia sido agraciado, em 1995 com o  Prêmio Camões! Quer dizer que aquele jornal mantinha um crítico de literatura que não conhecia o ganhador do, considerado, o maior prêmio europeu? Foi o primeiro, escrevendo “no” idioma mais lindo do mundo, o “português”, a ser agraciado com o Nobel de Literatura. Aproveito o ensejo para recomendar “Ensaio sobre a cegueira” e “Memorial do Convento”. Escrever com parágrafos intermináveis era um dos dons do Saramago e eu, um aprendiz, devo cobrir-me de vergonha e encerrar logo este primeiro parágrafo.

Eu não queria voltar ao assunto, mas, estava conversando com um amigo sobre o artigo publicado domingo, dia 17, sob o título: “Quem é esta ‘vagabunda’ estampada nas notas e ‘cunhada’ na moeda de um real?”, num comércio próximo à “Praça A”, quando um senhor disse:

“Eu não o conheço e nem esta mulher estampada nas notas, mas, o senhor não pode ficar chamando a mulher de vagabunda. Alguma coisa de bom ela deve ter feito para estar em todas as notas brasileiras”.

Na hora vem aquela vontade de responder como eu respondia quando pensava que era dono da verdade, que sabia e podia tudo, que melhoraria o mundo, enfim, responder-lhe com uma pergunta: o senhor faria a tal pergunta se eu fosse um jovem de dois metros de altura por um de largura? Para tanto, no passado, costumava subir numa cadeira, porque sou de estatura baixa, e tomava todo o cuidado para que o sujeitinho não percebesse que eu estava com um turbinado e refrigerado de seis polegadas que, à época, e por quase uma década, foi meu companheiro na cintura, porque a minha única intensão sempre foi fazer amizades o que, é bom mencionar também, sempre conquistei nos momentos citados, como acabou ocorrendo ontem também com  o meu querido intelocutor como amigo como testemunha e, aproveito aqui para enviar-lhes um abraço, mas, veio-me à mente, ontem, mais uma vez, a indignação dos soldados romanos que não entenderam aquela estranha frase do “bandido”, sendo crucificado:

“Pai perdoe-lhes, pois não sabem o que fazem.”

Não consta nos relatos bíblicos, entretanto, registraram – os repórter e jornalistas da cidade de Jerusalém e região, pois ocorria uma grande festa aonde se juntava mais de 1 milhão de pessoas na cidade –  que ao ouvir tal frase os soldados interpretaram-na como ofensa e um deles disse:

“Como não sabemos o que fazemos se fomos aprovados para servir César pendurando criminosos como você todos os dias?”.

A fúria foi tanta que resolveram criar um suplício ainda maior, que era fazer correr mais sangue, no rosto e, pior, naquele lugar infestado de moscas varejeiras, o tal do Gólgota. Depois de disputarem suas vestes construíram uma coroa de espinhos que fez com que o sangue descesse sobre o seu rosto atraindo um enxame de moscas. Isto não é mostrado nos filmes nem mesmo com os avanços na tecnologia dos efeitos especiais. Já está na hora, no Brasil, da Igreja Católica, Evangélicas e os líderes espirituais mostrarem para o povo crédulo as verdades escondidas, as mentiras impostas para que possamos progredir social e espiritualmente e, por falar em “Praça A”, fiz uma viagem com a Sophia Penellopy, minha caçulinha de sete anos, até a cidade de Trindade – pela qual ela é apaixonada porque é católica convicta – ontem, de ônibus. Meu Deus do céu! Olha, senhor governador Marconi Perillo, por favor, o senhor precisa ver como está  o “Terminal Vera Cruz”, os buracos, o semblante dos passageiros, dos motoristas, das pessoas de muita idade tentando não serem massacradas no momento do embarque e desembarque, as mães com criancinhas no colo… Eu já repeti e volto a repetir que depois do sepultamento da minha mãe em 2014 a Sophia passou a finalizar a oração do “Pai Nosso” assim: “E abençoe todas as pessoas que estão aí no céu e, principalmente, o senhor mesmo e tenha uma boa luta”. Até.

 

(Henrique G. Dias, jornalista)


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