Sucessão preocupa investidores
Redação DM
Publicado em 25 de agosto de 2018 às 03:53 | Atualizado há 7 anos
Tenho acompanhado de perto a vida econômica brasileira, eqüidistante de qualquer cunho de ordem ideológica, partidária ou religiosa. O Brasil, apesar de seu imenso potencial, vive riscos. A História narra que os brasileiros souberam vencer as múltiplas crises. Quando o País parecia pender para a União Soviética, líder do regime comunista, em plena guerra fria, veio o golpe militar. Mas, o movimento das Diretas Já, liderada por Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, entre outras lideranças, removeu o Brasil do regime militar sem maiores traumas.
Tivemos Sarney no governo com a morte repentina de Tancredo. Muita liberdade nas ruas, mas poucos resultados econômicos e sociais. Nova Constituição, democrática por excelência, mas que em curto prazo demonstrou suas fissuras. E necessidade de atualização. No governo, Collor não demorou muito e foi derrubado pelo Congresso Nacional. Um carro popular Elba foi o pretexto apresentado. Era a corrupção do então presidente. Hoje, a gente até ri. É muito pouco por uma cassação. Acho que caiu por sua arrogância e em não saber negociar com o os congressistas, em Brasília.
Plano Real
Fernando Henrique deu estabilidade aos brasileiros com o Plano Real, ajuste fiscal, privatizações, destinadas a dar fim à corrupção desenfreada. O Lula passou pelas benesses em decorrência do saneamento econômico de FHC. Henrique Meirelles foi a garantia de seu governo. Depois de deixar a presidência do Banco de Boston, candidatou-se a deputado federal por Goiás. E foi ministro da Fazenda de Lula num compromisso com a elite empresarial para garantir um governo petista que provocava medo. Dilma quis seguir padrões de integridade, mas seu partido a impediu. A colheita maligna era a corrupção na Petrobras.
Michel Temer que assumiu a Presidência da República como vice de Dilma ensaiou algumas reformas básicas, entre elas da Previdência, mas esbarrou no Congresso em ano eleitoral. Reduziu a inflação, novamente com Meirelles, para patamares civilizados. Na agropecuária, o Brasil vai bem, apesar das adversidades no caminho. A greve dos caminhoneiros jogou o País na beira da estrada e sob o risco de atropelamento. Os custos nos transportes são ônus pesado e provocadores de inflação.
O Brasil atual clama por mudanças. Lula, apesar de preso em Curitiba, constitui risco. O PT, com exceções de alguns, pensa em manter-se a todo custo no poder. O Brasil é o que menos importa.
Risco de guerra
civil
Consequência danosa de todo esse processo: uma guerra civil. Por isso, os investidores, sejam nacionais ou estrangeiros, ficam com medo do que virá. Há 14 milhões de desempregados. Outros tantos, no subemprego, vivendo de bico. Uma legião de partidos, uma legião de candidatos. O meio empresarial, que monta empresas, que dissemina empresas, é quem gera e mantém emprego. Ele precisa ter segurança jurídica e, sem dúvida, uma base no Congresso Nacional, para assegurar as reformas básicas. E,para isso, os eleitos precisam pensar no desenvolvimento nacional. Na Ordem e Progresso como está em nossa bandeira
Perspectivas em
Goiás
Nos Estados, devem-se abrir novas perspectivas com o pensamento voltado para o trabalho. Em Goiás, as entidades classistas já deram o primeiro passo.
A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e entidades de classe do setor agropecuário se reuniram à semana passada em Goiânia. O evento foi para debater e elaborar um documento com as principais necessidades e expectativas dos setores produtivos rurais. A ideia é fazer uma carta aberta aos candidatos ao governo de Goiás, direcionando políticas públicas do setor agropecuário para a gestão 2019-2022.
Os sindicatos e entidades rurais têm até o dia 15 de agosto para encaminhamento das propostas. Ontem aconteceu uma oficina para a escolha das sugestões que serão colocadas no documento com o tema: “O que esperamos do próximo governador 2019-2022”. O encontro com os candidatos ao governo do Estado será entre os dias 3 a 9 de setembro, no auditório da Faeg.
O objetivo é o fortalecimento da cultura política e de empreendedorismo coletivo. Debater aspectos importantes para o desenvolvimento agropecuário em ano de eleição. Entre as entidades parceiras do setor agropecuário estão: Abraleite, AGA, AGS, AGCZ, Agopa, AGP, Agrosem, Aprova, Aprosoja-Go, Aprocana, Irrigo, OCB-GO e SGPA.
Confira abaixo as os temas sugeridos para propostas relacionadas ao Agronegócio: Responsabilidade Social: Educação e Capacitação Profissional, Saúde e Redução da Pobreza Rural; Infraestrutura e Logística; Pesquisa assistência Técnica e Extensão Rural; Meio ambiente e recursos hídricos; e Política Agrícola.
É por aí que. Analise quem está trabalhando. No setor rural, entendo que o Brasil necessita de uma forte bancada no Congresso Nacional. Goiás tem seus líderes que não deixam cair a peteca.
(Wandell Seixas, jornalista voltado para o agro, bacharel em Direito pela PUC Goiás, ex-bolsista em cooperativismo agropecuário pela Histradut, em Tel Aviv, Israel, autor do livro O Agronegócio passa pelo Centro-Oeste e editor de Agronegócio do Diário da Manhã)