Temer, pior com ele, pior sem ele ou sem eles?
Diário da Manhã
Publicado em 20 de junho de 2017 às 02:37 | Atualizado há 8 anos
Diante do quadro político institucional que se avizinha em relação ao mandato do presidente Michel Temer face aos recentes acontecimentos, recheados de fatores que apontam para o risco de sua destituição do cargo que ocupa, tendo como ação propulsora a chamada grande imprensa através de matérias das delações premiadas. Evidenciando que poder-se-á levar a crer de se tratar de um linchamento político e moral do presidente da República que, quer queiram quer não queiram ocupa um governo de transição, ou melhor provisório até às eleições de 2018 . E, a sua destituição a bem da verdade não será salutar para o país em virtude da crise econômica latente em todos os setores.
Tudo indica que embora uma administração emergida do impedimento legal da então presidente da República, o atual ocupante do Palácio do Planalto, tenta acertar nas suas decisões e apagar um incêndio cujas chamas remontam 13 anos das gestões anteriores, deixando na ´ área de recursos humanos um saldo negativo de aproximadamente 14 milhões de brasileiros desempregados. Acresce-se também a corrupção desenfreada propagada em nossas estatais, fundos de pensão, entre outras áreas da administração pública,vindo à tona com a operação Lava-Jato e congêneres.
Anunciam-se aos quatro ventos os pescadores de águas turvas que a melhor saída para á crise política é uma eleição direta para presidente da República ao invés de um governo tampão. Esquecem ou não querem saber que um custo para os cofres públicos para esse pleito de um mandato curto que não chega a 16 meses poderão superar 300 milhões de reais. Segundo o TSE as eleições de 2002 custaram ao erário 495 milhões de reais, a de 2010 cerca de 490 milhões e por fim a de 2014 o valor de 628 milhões de reais. Nessas quantias não estão incluídas doações, fundos partidários, isenção fiscal para emissoras de rádio e TV, etc.
. Para se ter uma idéia melhor dessas despesas o ciclo eleitoral de 2010 a 2014, teve um custo total de 9,5 bilhões de reais para o governo Federal. Valor aproximado das obras de mobilidade urbana para realização da copa do mundo em 2014 que amealharam dos cofres públicos cerca de 8,1 bilhões de reais. O que não deixou de ter também vínculo eleitoreiro. É muita sangria no Tesouro Nacional e um confisco nos bolsos dos contribuintes. Daí um forte motivo de uma precipitada e infrutífera eleição direta nesse momento.
O governo de transição de Michel Temer tem uma equipe econômica competente e está colocando à Casa em ordem, conforme tem-se divulgado os veículos de comunicação social. É um fato público e notório. Então por que mexer num time que está acertando ?:
Para complementar está no Congresso Nacional para ser aprovada e posteriormente sancionadas as reformas da Previdência e Trabalhista, mais que necessárias para o equilíbrio fiscal da gestão pública.
Mencionam-se também uma eleição indireta como reza à Constituição no caso da vacância da presidência da República. Também outra aventura que quebra o ritmo e embalo do atual governo. Não se para subitamente uma locomotiva em movimento e todo vapor. Seria desastroso para o nosso país essa interrupção abrupta. Ademais quem seriam os candidatos na eventualidade dessas eleições? Os políticos desgastados de sempre? Pelo trotar dos cavalos da carruagem um cidadão brasileiro que se preze não se arriscaria numa eleição indireta tutelada pelo Congresso Nacional, a nosso ver.
Diante dessa crise, nos Três Poderes tem surgidas demonstrações de atos de desmoralizações em determinados setores, colocando a credibilidade em baixa perante à opinião pública. Daí mais uma razão de se segurar esse governo de transição até dezembro de 2018, onde dependendo do eleitor poderá ocorrer uma mudança radical do quadro político que comporá a nova Legislatura e no Executivo .Não se esquecendo que o responsável por essa mudança é o eleitor. Tirando à sua imagem de um importante ajudante na preservação da picaretagem e o refrão de que o nosso povo ainda não aprendeu a votar, onde o sistema eleitoral tem privilegiado quem faz parte dele, conforme comentou no DM a colaboradora Izabel Avallone.
Ao persistir o reboliço dessa crise, a caserna tem dado sinais de uma intervenção nem que seja pelo voto de uma eleição direta já, elegendo um dos seus representantes como o militar e deputado Federal Jair Bolsonaro, apontado com destaque nas recentes pesquisas para presidente da República. Esse fato se acontecer, poderá abrir portas novamente para um regime militarista, cuja equipe de gestão administrativa nos diversos órgãos do governo Federal será ocupada por técnicos competentes e de passados ilibados, conforme fora feito no passado.. Ao contrário dos últimos governos que nomearam para os importantes cargos , políticos oriundos da aliança partidária que os elegeram. E, os resultados negativos estão aí latentes com destaque para à corrupção.
Os cinco governos militares nos seus 21 anos (foto) deram ao Brasil um ganho de eficiência com implementação de importantes obras, entre outras como a rodovia Transamazônica, hidrelétricas de Itaipu e Tucuruí, usinas nucleares de Angra dos reis,pólos petroquímicos, ponte Rio Niterói, projeto de minério de ferro com Carajás, Pró-Alcool, Embratel com expansão das telecomunicações, Marcha para o Oeste com inúmeras obras para a mobilidade, Ferrovia do Aço. No agronegócio foi implantado o Prodecer- Programa Nipo-brasileiro para ocupação dos cerrados que abriu uma nova fronteira do desenvolvimento nessa área, o qual acompanhamos através do Jornal da região-Geoeconômica de Brasil que editamos naquele período. Contudo os presidentes que ocuparam esses governos não deixaram fortunas para seus herdeiros, fato também que é extensivo aos membros da equipe que compuseram essas administrações.
Fica então uma indagação. Quais as obras de destaques que vieram com a redemocratização do pais nos últimos 31 anos desde à chegada da chamada Nova República ?
(Vicente Vecci edita há 33 anos em Brasília-DF o Jornal do Síndico-www.jornaldosindicobsb.com.br, e-mail [email protected])