Ugo di Pace, o grande mago da arquitetura e das artes clássicas do Brasil
Diário da Manhã
Publicado em 19 de março de 2018 às 23:16 | Atualizado há 7 anos
Desde quando comecei no jornalismo – como colunista social – há 40 anos – lia diariamente nos famosos espaços dos muitos saudosos paulistanos Alik Kostakis e Tavares de Miranda – notícias do sempre belo casal Vera Andraus e Ugo di Pace. Ele arquiteto de renome internacional disputado quase a tapa pelos realmente elegantes e cultivados – de São Paulo, Rio, Nova York, Roma, Istambul e outras valorosas cidades do mundo onde respira-se arte e cultura. Pois Ugo di Pace do alto dos seus joviais 90 anos exala isso – categoria, boa informação e muita simplicidade. Seus par de impecáveis jeans e seu icônico óculos de tartaruga – comprado em Paris – o acompanha há 40 anos – tornando sua marca registrada. Ugo di Pace chegou ao Brasil em 1948 – vindo de Nápoles, onde tem suas tradicionais origens – a chamado do amigo o então playboy e homem de extremo bom gosto – Rudi Crespi – quem trouxe para o Brasil – juntamente com arrojado patricio Luigi Carta – as então imbatíveis – “Vogue” e “Casa Vogue”, em 1975. Para vocês terem ideia do natural poder da elegância de Rudi Crespi. Ele e sua mulher americana – Consuelo O’Connor – faziam parte da relação de convidados de Nancy Reagan – na Casa Branca. Em 1960 – Di Pace – abriu em Roma uma galeria de arte com o fraterno amigo – Pietro Maria Bardi – onde comercializavam obras do quilate de Picasso, Renoir, Modigliani. O muito peculiar professor Bardi e sua mulher Lina Bo Bardi – a emblemática arquiteta – que o visionário empresário das comunicações – Assis Chateaubriand – trouxe da Itália, em 1946, para montarem o que é hoje o Masp – considerado o museu mais rico em obras do Hemisfério Sul. O sempre grande Ugo di Pace quando foi construir o “The Gallery”, em 1978, em SP – o mais sensacional clube noturno que o Brasil já teve em todos os tempos – havia junto à entrada uma bela e muito charmosa vitrine que funcionava como galeria de arte – sem fins lucrativos, please – daí o nome “The Gallery” – quando o professor Bardi – em sua estreia – fez questão de emprestar ao grande amigo Ugo di Pace -valiosas obras do Masp para decorar o notável espaço…Agora me responda – por favor – existe coisa mais “in” do que isso???
O sempre bravo e elegante Ugo Di Pace continua na ativa aos 90 anos – sendo exemplo de hiper atividade neste período até há bem pouco tempo chamado de idade “provecta”.
Há dois anos reativou na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 689 – seu famoso studio – o qual havia inaugurado há 40 anos – quando a importante e atual via de móveis e decorações em São Paulo – nem sonhava ser o que é hoje. Era tipicamente residencial quando virou moda com a passagem do sempre craque e lançador de elegantes novidades – Ugo di Pace ali – “bandeirantemente” – se aportou.
Aliás começa hoje – dia 19 de março e vai até final de abril – a bela exposição – que já havia visto antes – em preparativos no final de Janeiro – quando fui visitá-lo pela primeira vez em seu primoroso studio paulistano.
Trata-se da inédita no Brasil – “Arte do Século XV ao XXI” – verdadeiras obras primas dignas em figurar nos mais importantes museus do mundo -. pinçadas do riquíssimo acervo do célebrado arquiteto ítalo-brasileiro – Ugo di Pace – como igualmente de grandes colecionadores amigos do Brasil – que a propósito não estarão somente expostas…
O que é melhor – está tudo à venda – como uma linda e minúscula escultura em mármore do portento das artes italiana Bernini – em final de negociação com o rígido Museu do Vaticano…
(Jota Mape, jornalista, jma[email protected])