Um dia um milagre acontece
Diário da Manhã
Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 00:36 | Atualizado há 7 anos
O carma caiu geral sobre o país do Cruzeiro. Desde as leis simples às mais importantes estão sendo conspurcadas. Pessoas inteligentes deixaram se conduzir pelas trevas e sequer respeitam as verdades. Não têm o quê para explicações lógicas quanto à decadência do país, logo eles que eram os que tinham todas as soluções na ponta da língua. Mas eram apenas mentirosos despudorados, falazes inconscientes, mentiam com a mesma tranquilidade de consciência que uma criança sorve um sorvete. Se alguém lhes pedir para explicar o estandarte “Ordem e Progresso”, improvisarão longos discursos com voz empostada e cheia de calhaus, inconsistentes de sentido, de valor e veracidade. Mas não dirão nada senão a repetição de suas falácias ou promessas, sequer saberá se o projeto apresentado servirá para alguma coisa; ouvirá uma frase bonita e exclamará assim, exemplo, “Sintética do Gênero” – Nossa, mas que frase linda, filosófica, profunda, vou ficar famoso se conseguir aprovar essa ideologia empírica que irá agradar todo mundo. Já imaginaram “Eu, deputado Boca Larga”, o descobridor de uma coisa tão importante? As pequenas aldeias do Brasil, por onde fui eleito, nem se interessarão pela importância do meu nome, pois não saberão de que se trata (se bem que nem eu sei…), mas o mundo, principalmente as grandes metrópoles do Brasil ostentarão meu nome nas suas ruas? Prédios? Nãoooooo! Nas suas cidades. Rio de Janeiro. Belo Horizonte. Brasília. Em vez de seus nomes ostentarão na cidade do grande Boca Larga 1. 2, 3 e por aí vai. O político em questão nem cogitará de quantos trilhões custarão ao seu país o tamanho de sua leviandade, se quiser tornar-se famoso internacionalmente. Os Estados Unidos da América aprovarão a mudança de nome da Universidade de Harvard para Universidade Boca Larga Off American.
Onde está o emblema “Ordem e Progresso”? Houve umas horas em que foi “trocado” por uma determinação que causou risada até nas crianças do Colégio “Choro de Bebê”. Foi quando retardada pessoa sugeriu o lema: “Pátria Educadora” no estandarte nacional. Foi uma rejeição geral, estupenda, surda galhofada, que causou a morte de muitos brasileiros acometidos de um nó na cabeça e uma síncope no pé. Vocês podem não acreditar. Mas houve quem concordasse, aprovasse e até “achasse linda essa nova ordem”.
Infelizmente, houve burburinhos sobre nossos representantes judiciários. Também em plano geral. A diferença entre seus vencimentos foi lembrada. Mas não recorramos sobre isto porque entre valores comezinhos não vale o esforço. Não vale o esforço de nada que a gente faça porque não muda nada. Posso acreditar nalguns benefícios com que contemplam os ilustres detentos em comparação a outros. Mas, cá pra nós, eu não me importo com benesses que chegam às mãos com a facilidade da água, porque com a mesma facilidade, saem.
Não nos importamos com grandes prêmios que outros recebem por parte de alguns empresários generosos que só veem merecedores em categorias do seu nível superlativo e nunca nos seus iguais de requintes; é uma avaliação açodada; porque o inverso também pode ocorrer, como, às vezes, ocorre. Num minúsculo torrão de terra pode estar enterrada uma semente de cedro cujo século a espera; e numa pedra rústica talvez exista uma pepita de ouro, que tudo compra. mas que, no entanto, pode ser roubada. A estes tais, a que nada faltaria, a Ação de uma Reação pode forjar uma alteração. Com seus recursos poderá, no mínimo, adiar por bom tempo seu fardo, mas não pelo tempo todo. A Evolução é continuidade e, esta, tem seu prazo de amadurecimento, como quase tudo no universo. Se não estivermos inseridos no rol dos que podem melhorar alguma coisa, deixemo-nos como estamos e vejamos como iremos ficar.
Falemos da justiça comum. Dessa que beneficiam desonestos e mentirosos em troca de uma consciência menos pesada. A empresa pode fazer tudo corretamente legal. Mas advogados identificam as más índoles e tudo fazem para levar o que não é devido a eles. E estes mal intencionados, que se empregam apenas para dar golpes, são muito conhecidos; repetem suas malinesas onde quer que se empreguem. De hora em hora entram nos banheiros com uma finalidade e o que fazem? Telefonam para os seus cúmplices (namorados marginais ou desocupadas mesmo) e os chamam para busca-las, de moto, e vão direto para os motéis ou a qualquer passeio, e o pretexto é que “volto agora mesmo”, e voltam nada. Queriam curtir uma “chaca na buchaca”. Deixam seus garotos na piscina com uma colega e só retornam dia seguinte. Preguiça. E o quanto mentem!
Já que estamos nas mudanças de Lei, a Trabalhista devia ser legalizada, não dar asas a bandidos nem a picaretas; todo patrão gostaria de fazer justiça, mas os falsos funcionários querem “auferir mais” com a injustiça, nem que seja manipulada, inventada a custo de falsidades e inverdades; não dá para Justiça nenhuma avaliar os absurdos que acontecem na hora desses ajustes de contas. São muitos abusos; e há pessoas que vivem disso. Conheci um desses indivíduos que se gabava de fazer isto através da Justiça Trabalhista. E explicava com a boca cheia “Ganhei na Justiça!” Pior é que todo mundo sabe disso, razão pela qual a teme: sabe que lá vem aborrecimento por ter feito a coisa certa. E não dá outra. A justiça trabalhista pune quem faz a coisa certa, errada ou equivocada. Por isso ninguém gosta dela senão os malfeitores. Nunca vi uma sessão em que a JT tenha se pautado pelo justo e correto. Mas a nova Lei vai melhorar. E se não melhorar? Continuemos esperando que um dia um milagre aconteça. É isto.
(Iron Junqueira, escritor)