Um mundo corrupto não prevalece
Diário da Manhã
Publicado em 9 de junho de 2017 às 03:08 | Atualizado há 8 anos
Ao olharmos a história da civilização, desde os tempos rudimentares em que não existiam, a moeda, a escrita e os números, da forma que sabemos hoje, não é difícil compreendermos as necessidades da humanidade que surgiram ao longo do tempo como: Organizar o estado para administrar e promover crescimento e desenvolvimento econômico; criar educação de qualidade igualitário a todos; assegurar o direito e a proteção à vida e garantir saúde humanitária, entre outros fatores. Por isso, as razões e os motivos do nascimento da ordem social, ou seja, cria-se o que podemos chamar, se é que podemos assim dizer, um ordenamento jurídico para dar a sociedade uma direção e regular o convívio entre si. As necessidades desta época eram várias, por exemplo, o homem que cuidava de ovelhas, que também não conhecia números, escrita, necessitava de controle sobre seus pertences para quantificar o seu rebanho, então, usou-se de meios rústicos disponíveis da época para organizar seu patrimônio, desse modo, historicamente, é que surgem os primeiros passos da contabilidade, uma das mais nobres profissões que possui entre suas prerrogativas, a função de avaliar e quantificar as riquezas das sociedades, em um tempo que não se conhecia as estações do ano. O tempo passa e as necessidades continuam, e para tanto, é necessário fazer planos para o futuro, ser organizado, adaptar-se a situações de que nada saísse de seu domínio que faremos isto e aquilo na mais absoluta confiança, que seremos pessoas prósperas e o sucesso será garantido. Não há nada de errado nisso tudo, mas é neste contexto que o homem se perde em sua caminhada, e quando fazemos isso, nos esquecemos da fragilidade de nossa vida, “pois ela é como neblina que logo se dissipa” (Tiago 4:14-15). Por isso, nós, seres humanos criados para vivermos em plena harmonia, dotados de dons e talentos, sábios e incorruptíveis, um dia nos vemos diante de situações incertas, tudo isso, ocasionado por causa da alta confiança em si, da ganância, da cobiça e da soberba. Além disso, vivemos tempos difíceis em pleno século XXI, mesmo com todos os avanços alcançados e significativos, o cenário é grave. Uma publicação da revista Exame de 2017 aponta que as previsões de um crescimento econômico do país não são otimistas: falta emprego e as famílias desesperadas por não terem recursos para o sustento. Na saúde, o caos é total e ainda sem solução, a população sofre com o descaso do poder público. Na segurança não é diferente, a sociedade vive com medo e desguarnecida, e a criminalidade reina diante das instituições policiais que não conseguem combater. Já na educação, segundo o site Brasil escola, é preciso melhorar a formação dos docentes que obviamente implica no desenvolvimento educacional do país. Esse é o cenário em que vivemos. Portanto, neste contexto, mesmo com este processo evolutivo de conquistas e avanços alcançados, que se tornou um marco histórico e importante para o nosso desenvolvimento, não se deve deixar de acreditar em dias melhores e não se deve desistir, e sim sermos constantes em nossa luta, por um país mais justo e igualitário. Assim, desculpa-me por mergulhar neste emaranhado e confuso sistema em que vivemos, pois não podemos parar. É importante entendermos que nesta caminhada quem quiser se desenvolver como pessoa e também profissionalmente requer aprendermos “princípios e valores”. Não precisamos construir um futuro a qualquer modo e a qualquer custo como alguns fazem, mesmo que em situações adversas. Nossa natureza frágil nos afasta do querer fazer o bem às pessoas, menospreza princípios e valores, corrompem-nos causando dor, miséria, enfermidade e morte. Um mundo corrupto não pode prevalecer, porque não tem solidificação, não tem vida em si, não possui princípios éticos e valores para o desenvolvimento de uma sociedade com equidade. Por isso, façamos nossas escolhas: diremos sim ou não a este sistema corrupto e devastador que assolam nossa sociedade? Diante desses fatos, façamos boas escolhas e lembremo-nos: a vida é um ciclo e passageira, procuremos ser os melhores cidadãos, melhores patrões, melhores funcionários, melhores políticos, melhores pais, melhores mães…
(Uilton Carlos Paiva Lemos, escritor)