Um novo conceito em Educação
Diário da Manhã
Publicado em 3 de agosto de 2018 às 00:01 | Atualizado há 7 anos
Educação Pública. Universal. Com prestação de serviços de excelência. Nos níveis de ensino: fundamental, médio e superior. Com investimentos maciços nas escolas rurais. Com a construção de uma unidade escolar alegre. Feliz. Como sonhava o educador Paulo Freire. Executar um radical projeto de erradicação do analfabetismo. No País. Chaga social que atinge milhões & milhões de brasileiros. Sem a possibilidade de ter acesso à educação como fator de mobilidade social, obtenção da cidadania, melhoria das condições de saúde, trabalho e vida. É essa plataforma, não patrimonialista, republicana, democrática que Goiás e o Brasil precisam.
Além de uma estrutura arquitetônica moderna, as escolas públicas no Brasil exigem uma atenção especial às crianças e adolescentes que chegam famintos às salas de aulas. Os indicadores econômicos apontam um quadro de tragédia social. Pasmem: 27,7 milhões de desempregados e desalentados. Mais: 37 milhões de pessoas no mercado de trabalho informal ou invisível. Um conceito formulado pelo economista da Unicamp, Márcio Pochmann. Sem garantias trabalhistas, de renda, nem proteção previdenciária. O número de brasileiros em situação de vulnerabilidade social, de pobreza extrema, seria de 14,5 milhões. Triste. Trágico.
O Mapa da Violência mostra que a violência em Goiás atinge patamares extremos. Elevados. O segundo Estado em Feminicídio. Boletins de Ocorrência registrados pelos veículos de comunicação traduzem alto quantitativo de violência doméstica, abuso sexual. Buylling em casa e nas escolas. Os registros de mortes em supostos confrontos policiais assustam. A letalidade do Estado seria uma herança da ditadura civil e militar [1964-1985], uma noite que durou 21 anos, da cultura do Estado Novo [1937-1945], do escravismo colonial. O que explicaria a atual violência. Contra negros, indígenas, mulheres, dissidentes e LGBTs. Em 2018. Em pleno século XXI.
A formulação de um novo projeto de Educação Pública é estratégico. Para o desenvolvimento do Centro-Oeste, de Goiás e do Brasil. O País deve abandonar o ‘Pibinho’ de Michel Temer, inquilino do Palácio do Planalto enlameado por escândalos de corrupção. De desvios de recursos públicos. Para bolsos privados. O Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas pela Nação, necessita, sim, voltar a crescer. Em uma escalada asiática. Como da China e Coreia do Sul. Para erguer um amanhã. Sob uma face diferente. Para a atual e às próximas gerações. Compatíveis com suas posições geopolítica e econômica no cenário mundial.
(Jacqueline Cunha, graduada em Pedagogia, mestre em Ciências da Educação, doutora em Educação, consultora da ONU no Timor Leste, em Educação Pública, e escritora)