Opinião

Uma carta-bomba no coração de todos os advogados

Redação DM

Publicado em 21 de julho de 2016 às 02:02 | Atualizado há 9 anos

Estarrecida com os últimos acontecimentos. Triste em saber que somos vítimas de um sistema escuso e contrário a dignidade humana.

A advocacia goiana lamenta profundamente o episódio ocorrido com o advogado Walmir de Oliveira da Cunha vítima de uma carta-bomba em Goiânia. Fato horrendo e que clamamos por justiça.

Não podemos admitir que advogadas e advogados sofram qualquer tipo de represália ou constrangimento por causa do exercício da advocacia.

Não existe Estado Democrático de Direito sem uma advocacia forte e voltada para a defesa dos cidadãos. Advogar é uma arte, advogar é apresentar defesas, argumentos e teses no teatro da vida.

Walmir de Oliveira da Cunha é um atuante advogado na área do direito agrário e sempre se pautou na conduta ética e ilibada.

E infelizmente foi vítima de uma carta bomba que resultou na carta bomba endereçada a sua pessoa que acabou por perder dedos e machucar a mão, a ponto de quase perdê-la.

A Carta Magna traz o artigo 133, que estipula que “o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”.

Dessa forma, a indispensabilidade do advogado por cumprir função essencial à concretização da Justiça, dentro dos fundamentos constitucionais do direito de defesa, do contraditório e do devido processo legal.

O artigo 133 reconhece que o exercício da advocacia é fundamental para a prestação jurisdicional, uma vez que cabe ao advogado postular em favor do cidadão, que desconhece o arcabouço jurídico, mas que busca no advogado o mediador que se manifestará em seu nome e lutará pelo reconhecimento de seus direitos em juízo.

O artigo 133 da Constituição Federal dignificou a advocacia ao longo dos anos e é o resultado da luta da classe que uniu forças em torno dessa causa, na qual os advogados fossem respeitados como artífices da justiça.

Não podemos virar reféns de parte de uma sociedade injusta que afronta o advogado, profissional liberal que garante a verdadeira justiça, a igualdade entre as partes, advogados e advogadas que garantem o pão de cada dia.

 

(Lorena Ayres, advogada, articulista e comendadora)

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