Uma perspectiva certamente incerta
Redação DM
Publicado em 2 de janeiro de 2018 às 22:47 | Atualizado há 7 anosOs fatos que surgem a todo momento nos levam a pensar que, dificilmente haverá eleições democráticas em 2018, depois do golpe de 2016. Um golpe não tem sentido se não for para imobilizar, frear ou destruir um estado de coisas. Ainda mais quando seus protagonistas estão fincados em todo lugar: parlamento, executivo, judiciário e mídia como se vê estampado no noticiário. O resto é discurso, análises e mesmice.
Não há de ser fácil. Em que pese a movimentação das organizações democráticas, sindicais e populares para alcançar a atenção dos trabalhadores e a população em geral para a resistência e a luta comum, não houve a necessária resposta. Enquanto isso, o grupo sinistro que se instalou no governo vai baixando e operando medidas antipopulares como o desmonte do estado, corte de direitos sociais e ações contra a soberania do país.
As populações dos bairros, confusas, anestesiadas, ainda não reagiu com o vigor que a situação exige e já sofrem e sofrerão ainda mais com essas medidas, a exemplo dos constantes aumentos das tarifas e serviços públicos, fazendo com que amplie o empobrecimento, o desencanto e a desconfiança nas instituições e organizações. Cenário propício para aventuras de todo tipo.
Esse estado de coisas que vem de longe, poderia ser minorado se o discurso fosse de formação de consciências criticas, de defesa da importância da democracia e suas possibilidades para as pessoas, a coletividade e o país. Mas preferimos o conforto das medidas paliativas, seguir o modus vivendi das coisas estabelecidas, acreditando estar na direção certa, enquanto que gerações e gerações de pobres vai brotando por todo canto, com tanta riqueza neste país.
Mas, não podemos parar: o momento é de manifestar, conversar, ouvir e reunir com pessoas e comunidades; e extrair dessas relações um novo discurso que transforme numa força capaz de dizer um basta a esta nova tragédia brasileira; traçando um novo caminho para o Brasil e os brasileiros. Esse discurso não pode contemplar a conciliação. A conciliação nos leva a acomodação e a permanência dos privilégios sem fim de uma minoria. Nada é imutável.
(Marcos Antônio da Silva, presidente do CCAB (1993-1995) e militante do Movimento Democracia marcosant47@hotmail.com)