Uma reflexão pela responsabilidade humana

Vivemos os desdobramentos do maior desastre ambiental da história do Brasil, com o rompimento de duas barragens em Mariana- MG. Em Paris, atentados terroristas chocam a humanidade pela crueldade e frieza com que foram executados. Mas isso nos deixa uma pergunta. Qual a razão de tamanha desgraça?

Primeiro, acredito que os dois acontecimentos são fatos incomparáveis. Analisando o comportamento humano, digo sem sombra de dúvidas que não são tragédias, uma vez que são fatos decorrentes de ações e omissões humanas. Esses dois acontecimentos atingem a alma humana quase que com a mesma intensidade. Tragédias não são decorrentes de decisões humanas, ou seja, não temos responsabilidade. Mariana ocorreu por omissão da mineradora e dos órgãos de fiscalização.

Quando duas barragens daquele tamanho desabam, ou quando terroristas fuzilam ou degolam pessoas, são acontecimentos dramáticos. É claro que não podemos deixar de refletir sobre o que nos atinge, mas sem nos cegar a ponto de nos deixar sem ação. Se ontem foi em Paris, amanhã pode ser aqui. Quantas outras barragens estão prestes a ruir? Tudo que atinge a um indivíduo, também interessa à coletividade humana.

Por isso, nesse momento a humanidade está ferida, machucada. E isso nos aflige. Desde aquele que morreu em terras mineiras pela omissão humana, ou na capital francesa pela intolerância religiosa, que jamais poderia em nome de deus eliminar vidas.  Esses dramas nos lançam a um olhar mais humano na dor do outro, nos faz menos soberbos e mais realistas sobre o quanto temos que, apesar dos avanços tecnológicos e da ciência, evoluir como seres tolerantes, capazes de ter compaixão e misericórdia para com as vidas que nos cercam. Precisamos ser mais responsáveis na construção de um futuro melhor para os nossos filhos.

(Fernando Henrique Freire Machado, assessor da Presidência da Metrobus, pós-graduado em Marketing e Gestão de Pessoas e secretário geral do PHS-Goiânia)