Vencendo batalhas
Redação DM
Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 22:12 | Atualizado há 7 anos
A vida segue seu ritmo natural. Nascemos, crescemos e envelhecemos. Nesse grande espaço de tempo, cultivamos tudo o que nos torna cidadãos: o caráter, a personalidade, a profissão, a família, os amigos… Quando somos crianças os cuidados são tomados pelos nossos pais, mas consequentemente crescemos, adquirimos responsabilidades. Surgem diversas oportunidades na juventude: o primeiro emprego, os estudos, os amores, e com elas vêm a escolha da profissão, o trabalho que faremos para deixar nossa contribuição para o mundo. Assim a vida corre, feito o rio, calmaria em certos momentos, e agitada em outras horas.
Eu e meus colegas dos tempos da ativa escolhemos a profissão de auditor fiscal. Naquela época, os postos de fiscalização eram localizados em fronteiras estaduais e pequenas cidades que, em sua maioria, eram inseguras para nós que detínhamos em grandes quantidades os impostos recolhidos para o Estado. Foi um período difícil para aqueles que eram mais jovens, e já com tantas responsabilidades. Mas ninguém fugiu ao ofício. Pelo contrário, buscamos cumprir com o máximo zelo e eficiência o trabalho que de nós era exigido como fiscais.
Nossa profissão é tão antiga quanto a medicina. Arrecadar tesouros para os reis era a função dos cobradores, exercício este que exigia rígidos controles na formulação dos relatórios contábeis que eram apresentados para os governantes. Trabalho digno, valioso e importante para o bom funcionamento das cidades, estados e países. Profissão que nos dá orgulho e nos enche de memórias felizes, mesmo daqueles momentos em que, no cumprimento do nosso dever, ficávamos longe da família.
Mas o passar do tempo é implacável e nos obriga a deixar até mesmo isso para trás. O tempo corre: surge o momento da aposentadoria, aquele em que podemos desfrutar do descanso após anos de dedicação à vida pública. Vivemos então o período que chamam de terceira idade. Ou seria melhor idade? O fato é que não estamos mais no exercício da profissão, nossos filhos já saíram de casa para construir suas próprias famílias, muitos de nossos amigos já se foram, talvez nossos pais não estejam mais aqui. Depois de se aposentar, até a rotina pode ficar um pouco igual, e aí aparece mais um obstáculo para ser vencido – não ficar ocioso – já que a inatividade acarreta doenças, físicas ou psicológicas.
Para não cair em nenhuma dessas armadilhas é preciso se ocupar. Como? Tudo o que nos faz feliz é positivo para nossa saúde. Caminhar ao ar livre, ler, conviver em família, cultivar novas amizades e preservar as antigas; fazer atividades que possam ser úteis para o bem comum da comunidade em que vivemos. É ser mais presente do que esquecido, é fazer-se útil – visitando um amigo, passeando com os netos, viajando, participando de atividades em grupo. Aproveitar o tempo, enfim, para aproveitar a vida, que está aí e pede para ser vivida.
Para comemorar um dia tão importante quanto este, o Dia do Aposentado, é indispensável celebrar tudo o que foi conquistado ao longo de todos esses anos. Temos muito pelo que agradecer! Aos meus colegas auditores fiscais, especialmente, digo que eles podem se orgulhar por todo o trabalho feito, pela dedicação que nunca foi demais, e pela superação dos obstáculos, que eram muitos, mas que foram vencidos com força de vontade e perseverança!
Nós da Affego desejamos a todos os aposentados um dia repleto de boas memórias!
(Wilmar Nunes Pinheiro, auditor fiscal aposentado, ex-vereador de Goiânia e atual presidente da Associação dos Funcionários do Fisco do Estado de Goiás)