Você quer o Brasil governado por um presidiário?
Redação DM
Publicado em 19 de outubro de 2018 às 00:41 | Atualizado há 7 anos
Seria um absurdo total, e os brasileiros não merecem tamanha insensatez, mas pode ocorrer de o Brasil ser governado por um presidiário. E isto acontecerá se Fernando Haddad for eleito presidente da República, hipótese pouco provável. O Judiciário não tem precedentes nem normas jurídicas para lidar com tal situação. Eleito Haddad estará ele subordinado ao seu mentor Lula, que decidirá quem deve ser nomeado e para qual cargo.
Presume-se que, semanalmente, o presidente da República, se Haddad for eleito, irá ao presídio onde Lula estiver recolhido e apresentará a papelada acumulada para saber o que pode e o que não pode assinar. Vale ressaltar que se Haddad for eleito ele não poderá ser advogado de Lula, pois exercerá cargo incompatível com a advocacia, nos precisos termos do artigo. 28, I, do Estatuto da Advocacia e da OAB. Tão logo tome posse a OAB, de ofício, deverá suspender sua inscrição por exercer cargo incompatível. Na hipótese de não ser suspensa de ofício a inscrição, não faltará advogado para requerer formalmente a providência. Não sendo advogado somente poderá contatar Lula nos dias assinalados para visitas de parentes e amigos. Se insistir estará violando a Lei de Execuções Penais e normas internas do presídio. Ou então, como represália até poderá tentar indultar seu “mestre”, o que é juridicamente incabível no caso, e até mesmo tentar acabar com a Lava Jato. Qualquer das tentativas resultará em muita confusão jurídica, política e social.
Não tendo acesso continuado ao presidiário Haddad poderá receber recados e bilhetes dizendo como deve proceder. Também nesse caso será uma administração esdrúxula, com graves prejuízos para a população, que resultará na venezualização do Brasil. Ambos países com dois presidentes. No caso da Venezuela há um presidente morto e outro inconsequente no cargo. Os brasileiros teremos um preso e outro totalmente perdido no cargo. O desatinado venezuelano diz até mesmo contatar o defunto por intermédio de passarinhos. O “pau mandado” brasileiro apenas executará os recados e bilhetes que receber do presidiário. Sobre bilhetes, os brasileiros mais velhos sabem bem o que aconteceu com o aloprado Janio Quadros, presidente do Brasil por sete meses, que tentou governar por meios de bilhetes endereçados a seus ministros. Até hoje sofremos com as consequências.
Em uma observação pessoal, sem pretender ser dono da verdade, ousamos classificar os petistas em três grupos: a) os intelectuais esquerdistas e cidadãos esclarecidos, bem como os comunistas por opção ideológica que preferem ficar sob a bandeira do PT. Muitos estão deixando o partido, mas os que ficarem devem ser respeitados pela decisão consciente que tomarem; b) os sanguessugas, esquerdistas de conveniência, que preferem acomodação nas pregações recebidas e pretendem alguma forma de recompensa, normalmente cargos públicos; c) a grande massa manobrável de eleitores menos esclarecidos, inocentes úteis que receberam pequenos favores, que acreditam em promessas, em pregações vagas, vendem votos e aceitam trocar votos por alguma forma de ajuda material, até mesmo pão com mortadela. Os mais radicais, nos três grupos, formam a militância barulhenta.
De nada vai adiantar Haddad abandonar a cor vermelha e deixar de usar a reconhecida estrela petista, passando a ostentar as cores verde e amarelo e a bandeira do Brasil, vez que tal comportamento, para conquistar eleitores antipetistas, desagradará parcela considerável de petistas. De nada adiantará, nessa altura do jogo, Haddad deixar de visitar Lula para o tradicional “beija-mão” semanal ou fingir que ele não é simplesmente um laranja, pois resultará, como já está ocorrendo, na sua rejeição por parte de muitos petistas.
Se Haddad for eleito presidente, por uma questão de consideração ao seu criador, deverá ele ser submisso a Lula. Se assim não proceder, ignorando Lula, entrará em conflito com a militância do PT. Agindo como simples preposto, sendo ele Presidente de direito e Lula presidente de fato, Brasil ficará em uma situação vexatória.
Para os ainda indecisos fica a pergunta: Você quer o Brasil governado por um presidiário?
(Ismar Estulano Garcia, advogado, ex-presdente da OAB-GO, professor universitário, escritor)