Volta pra mim
Redação DM
Publicado em 22 de janeiro de 2018 às 23:30 | Atualizado há 7 anos
Jessica estava sentada no túmulo de mármore branco. Na mão, uma única rosa branca. As lágrimas desciam silenciosamente.
– Amor, lembra quando você disse pela primeira vez que me amava? Eu fiquei tão feliz, por que eu também te amava, e ainda amo, e é tão raro um amor ser realmente correspondido.
Fez uma pausa observando o cemitério completamente vazio as 3 horas da manhã.
– Eu sempre tive medo de amar, sempre evitei. Mas quando eu percebi, era tarde demais. Meu coração já era seu. Você se tornou meu Norte. Você me dava a certeza de um futuro maravilhoso, só por saber que você estaria nele. Mas agora estou perdida no mundo e terei que ser o norte de alguém.
Jessica deitou em cima do túmulo frio, acariciando a barriga e olhou para o céu nublado. Quando Miguel estava vivo, parecia que o céu estava sempre estrelado, a lua sempre cheia e brilhante. Agora tudo o que restava eram trevas.
– Eu sinto tanto a sua falta. Sinto falta do seu toque. Da sua voz. Sinto falta do seu olhar e do seu carinho. Sinto falta de deitar junto com você e ficar só te olhando e sentindo meu interior transbordar de amor por você. Sinto falta de estar em seus braços em meio a um abraço apertado. Sinto falta de seu beijo que me fazia perder o fôlego. Sei que não podemos te pedir para voltar. Sei que você não queria me deixar grávida e viúva aos 23 anos. Mas eu realmente te quero de volta.
Grossas gotas de chuva começaram a cair se misturando às suas lágrimas. Ao que parece, até o céu havia se entretecido com o destino da jovem. Jessica se encolheu desejando desesperadamente que Miguel revivesse, a tomasse nos braços e dissesse: “Está tudo bem, meu amor. Tudo não passou de um sonho ruim, eu te amo e amo nosso filhinho. Nunca vou deixar vocês.”
(Jaíne Jehniffer, escritora)