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O que está por trás das erosões que ameaçam os goianos

Anápolis enfrenta um problema que se espalha em Goiás e de difícil solução: o excesso de erosões.  Bastante próxima de Anápolis, a região do Entorno do Distrito Federal tornou-se terra minada que precisa de urgente intervenção. Buracos que abrem de repente em avenidas e ruas tornou-se um pesadelo para gestores municipais.

O primeiro problema é identificar corretamente as causas – nem sempre claras. Depois, o pior: conseguir os recursos, que costumam ser estratosféricos.  As erosões assustam os moradores e colocam medo. Uma cratera que se abriu na Guatemala, há nove anos, tornou-se exemplo do que pode ocorrer se os gestores não realizarem intervenções corretas nas cidades.

No caso de Anápolis, uma das crateras, localizada na região da Rua Leopoldo de Bulhões, no Centro do município, foi aplacada pela Prefeitura, que liberou as obras de estaqueamento metálico e reforço do solo com atirantamento. Trata-se de um dos métodos mais  modernos de contenção. A Prefeitura ainda programou a construção do muro de sustentação e ainda a drenagem do lençol freático da região. Somente do bolso da prefeitura devem sair R$ 4 milhões para enfrentar uma das crateras.

Como a erosão da rua Leopoldo de Bulhões existem outras, que ameaçam moradores e colocam a Prefeitura em alerta constante.

Na semana passada, o senador goiano  Wilder Morais foi até o Ministério da Integração para cobrar a resolução de pendências em relação à Anápolis e outras cidades do Entorno junto ao ministro Helder Barbalho.

“O ministro nos informou que será preciso que a Defesa Civil decrete estado de emergência para que uma ação do mesmo porte da realizada em Novo Gama possa ocorrer também em Anápolis. O ministro depende deste rito para "assumir" o caso e ajudar a Prefeitura a combater este grave problema”, diz o senador Wilder Morais.

O caso de Novo Gama é ainda mais emblemático. O município do Entorno do Distrito Federal apresenta erosões gravíssimas, que ameaçam os moradores e requerem intervenção estatal.

No caso da erosão da cidade, ela já engoliu até mesmo as casas e ameaça uma escola. A população relata o registro de um corpo de ciclista e de uma criança encontrados numa das crateras.

PRESSÃO

O próprio prefeito João Gomes já esteve no Ministério da Integração Nacional, em Brasília, com a missão de reivindicar recursos para solucionar o problema das erosões de Anápolis.

A Prefeitura identifica a Rua Leopoldo de Bulhões, Vila Formosa, Giovanni Braga, Cidade Jardim e Santa Maria de Nazareth como áreas que necessitam de ampla atuação, tendo em vista ampliar a segurança  dos moradores.

ÁGUA ÁCIDA

Estes sumidouros resultam de um processo de erosão, em que uma capa de rocha sob o solo, geralmente formada por rochas de carbonato de cálcio, como as pedras calcárias, é dissolvida por águas ácidas.

A água fica ácida porque, quando a chuva se infiltra no solo, ela absorve o dióxido de carbono e reage com vegetação em decomposição.

Com o tempo, a erosão vai criando um sistema de pequenas cavernas e, quando estas cavidades não suportam o peso da terra ou areia por cima delas, a terra afunda e forma um sumidouro.

Dependendo das circunstâncias, o colapso final destes poços pode levar minutos ou horas e se dar naturalmente ou ter outros fatores como gatilho, como uma chuva intensa ou um terremoto.

Em áreas urbanas, há alguns sinais de alerta, como janelas e portas que não fecham mais completamente ou rachaduras que aparecerem na fundação de uma casa. Em alguns casos, é possível sentir tremores no solo.

No caso da praia australiana, não está claro por que o sumidouro surgiu. Mas geólogos o estão monitorando para descobrir as causas e ver se é possível que toda a península desapareça. (Com informações da BBC)

[box title="Clima interfere na formação das erosões"]

Erosão é um conjunto de processos pelo qual os materiais terrosos e rochosos da costra terrestre acabam por desagregar e desgastar. Eles acabam dissolvidos e carregados pela ação de agentes erosivos – cujo melhor exemplo é a água e o vento.

Conforme Wilder Morais, a erosão é inevitável ao longo do tempo geológico.  “Ocorre naturalmente na superfície terrestre.  A questão é que existem terrenos com maior e menor suscetibilidade erosiva”.

O senador e engenheiro civil explica que o Brasil é um pais com grande concentração de problemas erosivos. Devido ao clima tropical, com chuvas concentradas durante alguns meses, é natural que surjam as crateras e que elas cheguem com risco nas comunidades.

Existem estudos que indicam a perda de 600 milhões de toneladas de solo amplamente no país.

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