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CTB leva centenas de ônibus a Brasília para protestar, hoje, contra a PEC 55

Sob o comando da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, seção de Goiás, trabalhadores urbanos e rurais, além de estudantes, realizam hoje, em Brasília [DF], na porta do Congresso Nacional, ato de protesto contra a aprovação, em segunda votação, do Projeto de Emenda Constitucional Número 55 [PEC - 55], que propõe o congelamento do teto de gastos públicos da União por 20 anos. É o que anuncia Ailma Maria de Oliveira, presidente da CTB.

- Acusado, ontem, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o peemedebista Renan Calheiros [AL] não tem autoridade política nem moral para aprovar a PEC da Morte!

A líder sindical quer o “Fora, Temer”. O golpista teria sido citado 43 vezes na delação premiada do executivo da empreiteira Odebrechet. Comunista, ela defende a unidade com a Central Única dos Trabalhadores [CUT], a Conlutas, além da Frente Brasil Popular e a Frente do Povo Sem Medo, que inclui também o MTST [Movimento dos Trabalhadores Sem Teto], coordenado por Guilherme Boulos, e o MST [Movimento dos Trabalhadores Sem Terras], liderado pelo economista João Pedro Stédile, inimigo número um do latifúndio, agronegócio e transgênicos.

- Os trabalhadores não devem aceitar o pacote de concessões e privatizações, as reformas da Previdência Social e trabalhista, a entrega do pré-sal e muito menos o escândalo do PMDB!

A dirigente lembra que a PEC 55 é o número que ela tomou ao tramitar no Senado. O presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros [PMDB-AL], delatado na Operação Lava Jato, quer aprová-la até hoje, relata.  A medida, se aprovada, congelará investimentos públicos em Saúde e Educação por 20 anos, denuncia. É  a redução do tamanho do SUS [Sistema Único de Saúde] anunciada por Michel Temer e a diminuição dos gastos com o ensino, ataca ela.

- Não haverá mais concursos públicos, ocorrerá um desmonte do Estado e a precarização do trabalho, como a ampliação do processo de terceirização dos serviços de utilidade pública. O dia para impedir a aprovação do Projeto de Emenda Constitucional é hoje!

Formada em Pedagogia na Pontifícia Universidade Católica de Goiás [PUC-GO], com especialização em Educação Ambiental na Universidade Federal de Goiás [UFG], a sindicalista, que possui vínculos históricos com o Partido Comunista do Brasil [PCdoB], legenda criada em 1962, condena a escalada conservadora no Brasil. Ultraliberais, as reformas da Previdência Social e trabalhista irão liquidar e jogar na lata de lixo da história direitos econômicos e sociais dos trabalhadores no Brasil, registra, emocionada.

- A idade mínima, para homem e mulher, pode subir para 65 anos de idade, inclusive de professoras. Além disso, a aposentadoria não terá mais o reajuste do salário mínimo.

A presidente da CTB, seção de Goiás, Ailma Maria de Oliveira, afirma ao Diário da Manhã que os projetos de leis de Michel Temer, enviados ao Congresso Nacional, retirarão dispositivos da CLT [Consolidação das Leis Trabalhistas]. O governo federal planeja também mudar as regras do FGTS [Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço], afirma ela. O 1/3 de férias, fim de semana remunerado, reposição do salário mínimo podem ser atingidos por novas medidas, atira.

- Com o pacote de privatizações e concessão desmonta-se o Estado Nacional-Desenvolvimentista...

Nem o pré-sal escapará do apetite dos mercados nacional e internacional, sobretudo da Shell, reclama a dirigente da CTB, seção de Goiás. Tanto é que um novo modelo de abertura e partilha para a exploração do pré-sal, reserva brasileira, acabou aprovado na Câmara dos Deputados, apesar dos protestos da sociedade civil organizada, frisa. Radical, ela condena ainda a proposta de acabar com a destinação de um porcentual obrigatório das verbas para Saúde e Educação.

- O estabelecimento do teto de gastos é um crime contra as próximas gerações. As universidades públicas sofrerão duros cortes orçamentários, o que prejudicará o ensino, as pesquisas científicas e os programas de extensão.

- Não podemos aceitar a desnacionalização da economia!

De linhagem marxista, Ailma Maria de Oliveira avalia que a deposição de Dilma Rousseff e a ascensão de Michel Temer, Eliseu Padilha, Romero Jucá, Geddel Vieira Lima e Renan Calheiros ao poder, além de José Serra, teria sido um golpe parlamentar. Preto no branco: com suposto suporte do aparato jurídico e policial do Estado e insuflado pelos grandes conglomerados de comunicação social, controlados por apenas sete famílias no País, dispara, indignada.

- É a luta de classes, o que ocorre no Brasil, hoje, em 2016. A disputa da burguesia pelos fundos públicos.

Os grandes grupos econômicos e financeiros, os conglomerados de comunicação e as castas jurídicas e policiais do Estado no Brasil não aceitam mecanismos de transferências de renda, como o Bolsa Família, além de programas inclusivos como as cotas sociais e raciais nas universidades públicas e o ProUni, o aumento real do salário mínimo, direitos econômicos e sociais às empregadas domésticas e a valorização das carreiras dos servidores públicos, reclama.

- Fascista, como classifica a filósofa da USP Marilena Chauí, a classe média odeia ver pobre andar de avião e carro.

Cronologia dos fatos

2009

Deposição de Manuel Zelaya, em Honduras;

2012

Queda do ex-bispo Fernando Lugo, no Paraguai;

2013

Difusa, manifestação de junho sacode o Brasil;

2014

PSDB e DEM não aceitam reeleição de Dilma Rousseff;

2015

Eduardo Cunha é eleito presidente da Câmara Federal;

2016

Golpe contra Dilma Rousseff e caçada final a Luiz Inácio Lula da Silva.

Fonte: Diário da Manhã

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