Política

Jingles que fizeram história nas urnas e com os eleitores entre 1980 e 2018

Diário da Manhã

Publicado em 26 de agosto de 2018 às 03:01 | Atualizado há 4 meses

  •  O nome dele é Pedro Wilson: PT e PDT, PV e PH, é a Frente Popular, é a Frente Popular, de mudanças: 1988, canta o cantor e compositor Itamar Correia
  •  Tá certo, Paulo Roberto!, 1990. Goiânia ééééééé Darci Accorsi, 1992. Digite o 4, digite o 5, é verde 45, 1996, para Nion Albernaz, fazem parte da história
  •  O Tempo Novo, o Tempo Novo, 1998, com a ascensão de Marconi Ferreira Perillo Júnior, ao Palácio das Esmeraldas, entrou na lista das músicas eleitorais

 

Iris, coração de Mutirão, de 1982. É Mauro, É Mauro, É Mauro Borges, sim senhor, ano 1986. O nome dele é Pedro Wilson: PT e PDT, PV e PH, é a Frente Popular, é a Frente Popular, de mudanças: 1988. La, la, la Brizola, da explosiva primeira eleição presidencial des­de 1960, em 1989. Tá certo, Paulo Roberto!, 1990. Goiânia ééééééé Darci Accorsi, 1992. Digite o 4, di­gite o 5, é verde 45, 1996, para Nion Albernaz. O Tempo Novo, o Tem­po Novo, 1998, com a ascensão de Marconi Ferreira Perillo Júnior, ao Palácio das Esmeraldas. Alcides é o nome, para Alcides Rodrigues, eleito inquilino da Casa Verde, em 2006, ao derrotar Maguito Vilela. Jingles que incendiaram corações e mentes, viraram febre, fundaram conceitos, na festa da democracia. As eleições. Produto da parceria es­tratégica entre Álvaro Martins, pro­prietário, operador e técnico, ícone da Gravadora Araguaia, ao lado do cantor e compositor, um sobrevi­vente dos anos de chumbo da di­tadura civil e militar no Brasil [1964- 1985], apaixonado pelo samba e a MPB [Música Popular Brasileira], Itamar Correia, um velho cancio­neiro ‘enragé’ em 1968.

QUEM É?

Nascido em 19 de março de 1953, hoje, portanto, com 65 anos de idade, é o operador mais velho do mercado do mundo da propaganda e da publicidade, além das artes e do entretenimento. O homem con­ta que já abocanhou dez prêmios. Ao longo de sua carreira. De suces­so de crítica especializada e de pú­blico. Os seus primeiros passos foram dados em 1971. Sob Emílio Garras­tazu Médici. Épo­ca de utopias e de sombras. Como funcionário da Gravadora Re­unidas. Depois, Embalo. Por últi­mo, Araguaia. O ano de 1992 lhe sorriu. Ele comprou a empresa. Para um pro­jeto solo. Apesar do estabelecimen­to de parcerias estratégicas. O en­dereço novo era à Rua 86, número 3.952, Setor Sul, Goiânia, Capital do Estado. Artistas como Zezé Di Ca­margo e Luciano, Marcelo Barra, Ri­naldo Barra, Ricardo Leão, Odilon Carlos, Gustavo Veiga Jardim, Val­ter Mustafé e Itamar Correia passa­ram por seus estúdios. Para ascen­der, depois, ao mercado. Nacional e internacional. O primeiro comício do retorno de Iris Rezende Macha­do, pós-Anistia, de 1979, do cassa­do em 17 de outubro de 1969, teve a sua gravação. Com LP.

– O título? Canções da Vitória.

O resultado, da criação do con­ceito, estratégico, influenciou o elei­tor, explica Itamar Correia. Iris Re­zende Machado ganhou as eleições, em 15 de novembro de 1982, ao Go­verno do Estado de Goiás. A cam­panha por eleições diretas para a Presidência da República, em 1984, parou o Brasil, observa. Pedro Wil­son quase chegou lá, na Prefeitu­ra Municipal de Goiânia, em 1988, um passo direto para as urnas de 2000, quando derrotou o seu ad­versário político. Darci Accorsi su­biu ao pódio. Ano de 1992. O profes­sor de Filosofia, ex-VAR-Palmares, saiu do Palácio das Campinas, à época, com 83% de aprovação po­pular, recorda-se o artista e produ­tor de ‘hit parade’. É pai da atual de­putada estadual Adriana Accorsi. Nion Albernaz, mesmo sob pressão da Casa Verde, faturou as eleições de 1996. A novidade, em 1998, era o Moço da Camisa Azul. Embala­do por jingles inventivos. Criativos. Multifacetados. Ecléticos. Cheios de suíngue. Catira. Com impres­sões digitais do cabeludo da Socie­dade do Samba, caçado pelos ho­mens da farda verde e oliva, e do circunspecto dono da Gravadora Araguaia. Deu no que deu.

ARAGUAIA

– Alcides Rodrigues promoveu uma virada espetacular, em 2006. Mesmo sem carisma. Nem trajetó­ria política expressiva. Um produ­to do marketing e da publicidade. Na arena política.

Itamar Correia lembra que Mar­coni Perillo elegeu-se, em 2010, e conquistou a reeleição, quatro anos depois. Álvaro Martins infor­ma que o líder do PSDB exerceu quatro mandatos de governador na História de Goiás, recebeu, em 1999, um PIB, Produto Inter­no Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas no Esta­do, de R$ 17 bilhões e entre­ga, em 2018, um de R$ 202 bilhões. Com o trabalho publicitário, de marke­ting, artístico, dos dois, Paulo de Siqueira Garcia, um petista que não era do alto clero, da cúpula da le­genda de Luiz Inácio Lula da Silva, médico que não conseguiu eleger-se vereador, em 2000, virou prefeito de Goiânia, no ano de 2012. Com uma vitória expressiva já no primeiro turno. Contra o deputado federal da Base Aliada, presidente do Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB de Roberto Jefferson, Jovair Arantes. Cansado, Álvaro Martins pensa em aposentar-se após o re­sultado das urnas de 7 de outubro de 2018. Não bateu, porém, o mar­telo. Itamar Correia continua ainda com fôlego. De adolescente, brin­ca o cantor de músicas engajadas, para recuperar a memória e a his­tória do Brasil.

PASSADO

– É fundamental passar a limpo a história dos anos de chumbo. Tanto do Estado Novo, quanto da ditadura civil e militar. Assim como do golpe frio, líquido, pós-moderno de 2016. Renato Dias, 50 anos de idade, é gradua­doemCiênciasSociais, pelaUniversidade Federal de Goiás. Mais: pós-graduado em PolíticasPúblicas, pelamesmainstituição deensinosuperior, aUFG. Emtempo: com curso de Gestão da Qualidade, pela Fieg, Sebrae-GO e CNI. Além de jornalista pela FaculdadeAlvesdeFaria, aAlfa. Orepórter especial do jornal Diário da Manhã e co­laborador do www.brasil247.com é tam­bém mestre em Direito, Relações Interna­cionaiseDesenvolvimentopelaPontifícia Universidade Católica, a PUC de Goiás. É autor de 13 livros-reportagem, premiado por obras investigativas e reportagens de direitos humanos.

 



 Jingles que incendiaram corações e mentes, viraram febre, fundaram conceitos, na festa da democracia

 

O resultado, da criação do conceito, estratégico, influenciou o eleitor

Álvaro Martins

 

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