Após encontrar resistências do PL, o prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha deve se filiar ao Patriota até 2 de abril próximo para buscar a candidatura ao governo de Goiás. O ex-emedebista já acertou o apoio do Podemos, PTC, DC e Brasil 35. Conversas com Progressistas e Republicanos não avançam.
O Patriota, desde a desistência do ex-prefeito de Trindade, Jânio Darrot, passou a ser a alternativa de Gustavo Mendanha. O presidente do partido em Goiás e 1º secretário-nacional Jorcelino Braga abriu as portas para o prefeito aparecidense. Braga faz oposição a Ronaldo Caiado (União Brasil) e a Marconi Perillo (PSDB).
Jorcelino Braga afirma que, com a desistência de Jânio Darrot, o caminho natural para o partido é apoiar a pré-candidatura de Gustavo Mendanha ao governo. E tem mais: “O Patriota está à disposição. Se ele quiser disputar eleição, tem um partido que dará todas as condições para isso.”
O Patriota conta em Goiás com o deputado federal Alcides Rodrigues, deputado estadual Amauri Ribeiro, presidente da Câmara Municipal de Goiânia Romário Policarpo, três prefeitos e poucos vereadores. No Congresso, são seis deputados federais e nenhum senador.
Desde que deixou o MDB, em setembro último, Mendanha já cogitou filiação ao Podemos e ao PL, mas encontrou dificuldades diferentes.
No caso do Podemos, a presença do presidenciável Sergio Mouro traz prejuízos ao projeto eleitoral de Mendanha em Goiás em razão da rejeição dos evangélicos ao ex-ministro e ex-juiz da Operação Lava Jato.
A ala bolsonarista veta a filiação de Mendanha ao PL, pois tem preferência pela candidatura do Major Vitor Hugo ao governo de Goiás. No PL, o prefeito tem o apoio da deputada federal Magda Mofatto e de seu marido, empresário Flávio Canedo, presidente do partido no estado.
“O Patriota está à disposição. Se ele (Gustavo) quiser disputar eleição, tem um partido que dará todas as condições para isso.”
Jorcelino Braga
Os seguidores de Jair Bolsonaro lembram que Gustavo Mendanha não tem identidade política com o presidente da República e, mais do que isso, abriga em seu secretariado cinco partidos de esquerda (PT, PSB, PC do B, PDT e PV).
Após diversas tentativas frustradas de conversar com Jair Bolsonaro, Mendanha só conseguiu ter acesso ao filho do 01 do presidente, senador Flávio Bolsonaro, que segundo a fonte do blog Notícia Pura, dispensou Mendanha em apenas 4 minutos de conversa.
Os presidentes nacionais do Progressistas e Republicanos, Ciro Nogueira e Marcos Pereira, respectivamente, avisaram Mendanha: o partido não tem interesse em sua filiação, já que a preferência é pelo lançamento de candidatura própria ao Senado (Alexandre Baldy, do PP, e João Campos, do PRB).
Desistência
De acordo com pessoas próximas do pré-candidato, diante da crise por falta de opção partidária, o mais provável é que Gustavo Mendanha anuncie em breve a desistência da candidatura, com o argumento de que pensou melhor e chegou à conclusão que o melhor a fazer neste ano é permanecer à frente da Prefeitura de Aparecida, para concluir o mandato.
Após o insucesso de suas andanças improdutivas pelo interior, tentando obter apoio para o projeto de sua candidatura, que chegou até aqui sem apoio de prefeitos de cidades expressivas, sem deputados, sem lideranças de maior peso político, o destino da candidatura de Mendanha parece caminhar mesmo para a desistência.
Segundo revelação de um parlamentar, diante do não recebido para a filiação no PL, Mendanha ficou sem partidos para lhe dar sustentação na campanha, sem dinheiro, sem apoios de lideranças políticas expressivas, sem perspectivas, sem tempo de TV para a propaganda eleitoral e sem chapas de deputado. É isso mesmo, Mendanha tem dificuldade para montar chapas de deputado, por falta de ânimo dos pretendentes a disputar eleição para estes cargos.
Dos atuais 41 deputados estaduais, Mendanha tem o apoio de apenas três e dos 17 federais, dois. Dos 246 prefeitos, ele tem respaldo apenas do de São Luiz de Montes Belos.
Até o momento, as pesquisas de maior conceito em Goiás colocam Gustavo Mendanha em terceiro lugar, atrás do tucano Marconi Perillo.A pesquisa Serpes/Acieg divulgada no Jornal O Popular mostra o tucano em segunda posição e Mendanha em terceiro.
Veto aos tucanos
Mesmo sem o apoio de um partido de expressão nacional, o prefeito de Aparecida rejeita aproximação com o PSDB dos ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton. O pré-candidato alega que o desgastes dos tucanos, em razão dos escândalos e das derrotas eleitorais impedem qualquer aliança com o PSDB goiano.
Vitor Hugo busca apoio para entrar no PL: “Tudo dará certo”
Em busca de a respaldo para a sua pré-campanha ao governo de Goiás, o deputado federal Major Vitor Hugo (União Brasil) teve encontro com o presidente nacional do PL Valdemar Costa Neto, em que discutiu o seu ingresso no partido.
O deputado federal Major Vitor Hugo, que já havia declarado seu interesse a disputa do governo de Goiás, se consolida como o candidato de Jair Bolsonaro (PL) e do próprio PL no estado. “Tudo dará certo”, escreveu no Twitter, após a reunião, quinta-feira (10), em Brasília.
Vitor Hugo tem o apoio do clã Bolsonaro para filiar-se ao PL e concorrer ao Palácio das Esmeraldas, em contraponto a Gustavo Mendanha, prefeito de Aparecida de Goiânia, que tem respaldo da deputada federal Magda Mofatto para ingressar na legenda.
Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Major Vitor Hugo resistem ao projeto de Mendanha pela falta de compromisso do prefeito de Aparecida com as ideias de “direita” e por abrigar em seu secretariado cinco partidos de esquerda (PT, PSB, PC do B, PDT e PV).
Ainda pelo Twitter, Vitor Hugo chegou a dizer sobre sua intenção de disputar o governo goiano. “Esse é um sonho meu, poder concorrer ao estado de Goiás. Acho que temos uma via aberta para a consolidação da direita conservadora no meu estado. Vejo isso. O governador atual [Ronaldo Caiado] se desgastou muito com os bolsonaristas e o setor produtivo com as medidas que ele impôs durante a pandemia”, afirmou à Jovem Pan News.
O deputado federal afirmou que os únicos possíveis obstáculos que o fariam desistir de uma possível candidatura seriam se o presidente Bolsonaro entendesse, em uma articulação maior, que deveria apoiar outro pré-candidato em Goiás, ou se a maioria da população goiana demonstrar a candidatura de Vitor Hugo ao governo não fosse viável. No entanto, ele avalia que “o apoio cresce cada vez mais”.
Em lives e vídeos, o presidente Jair Bolsonaro tem manifestado simpatia pela candidatura de Vitor Hugo ao governo de Goiás.
“Em Goiás, quem tem de candidato a governador é o Vitor Hugo. Você conhece ele? Não basta você. Tem que ver como ele está. Eu não sei. Ele é um cara competente, inteligente, trabalhador, entende do assunto, se empenha, busca soluções. Ele é major do Exército, forças especiais. Foi primeiro lugar no concurso da Câmara, foi meu líder aqui. Tem tudo para dar certo na política”, disse.

Insistência
A deputada federal Magda Mofatto e seu marido, Flávio Canedo, presidente estadual do PL, vão a Brasília, esta semana, para tentar “emplacar” Gustavo Mendanha como candidato do partido ao Palácio das Esmeraldas. Para isso, agendaram reunião com Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL e com o senador Flávio Bolsonaro, responsável pelas articulações do partido nos estados. “Vou estar com o Valdemar (da Costa Neto, presidente do PL) e vou pedir audiência com Flávio Bolsonaro, que é quem está fazendo essa articulação pelo presidente, pois acredito que o melhor para o partido é a candidatura de Gustavo Mendanha ao governo de Goiás”.
Há alguns meses, Major Vitor Hugo, de um lado, e Magda Mofatto e Flávio Canedo, de outro, trocam farpas pela mídia. O bolsonarista diz que Mofatto se equivoca ao defender Mendanha, um político “sem compromisso com as ideias da direita e do presidente”. Já Magda e Canedo sustentam que Vitor Hugo não tem “expressão política e votos” para disputar o governo de Goiás.