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Lula cita “obscurantismo” e diz que “país está saindo das “trevas”

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (19) que o Brasil foi tomado pelo ódio nos últimos anos e que a principal causa para essa condição foi a negação da política.

Lula chegou a se emocionar ao comentar a situação política atual. Também criticou o surgimento de uma “extrema direita fanática, raivosa” em todo o mundo e que esse é um “novo monstro” que precisa ser enfrentado.

“Eu quando comecei a falar com vocês, vocês até perceberam que eu gaguejei um pouco porque eu estava emocionado com esse encontro [com reitores], emocionado porque era impensável [...] Eu tenho 77 anos de idade e nunca vi o Brasil tomado pelo ódio que ele foi tomado”, disse o presidente, em um momento em que chegou a embargar a voz.

Lula recebeu reitores de universidades federais e institutos federais de educação para uma reunião no Palácio do Planalto. Em diversos momentos, ao comentar a situação da educação, disse que o país está deixando tempos de “trevas”.

O presidente afirmou que o crescimento da extrema direita é um fenômeno mundial que precisa ser enfrentado. Citou o exemplo do Brasil, mas se recusou a citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, referindo-se a ele como “coisa”.

“[O país] foi tomado pelo ódio porque em algum momento esse país teve muita gente que começou a negar a política. E na hora que você nega a política, aconteceu o que aconteceu nos Estados Unidos com o Trump. Acontece o que aconteceu no Brasil com o coisa, que eu não quero falar o nome dele”, afirmou o presidente.

“Acontece o que aconteceu na Hungria, na Itália e acontece o que aconteceu no mundo inteiro com o surgimento de uma extrema direita fanática, raivosa, que odeia tudo aquilo que não combina com o que eles pensam e é um novo monstro que temos que enfrentar e derrotar”, completou.

Lula afirmou que o retrocesso civilizatório no Brasil culminou nos atos golpistas de 8 de janeiro. Na ocasião, apoiadores de Jair Bolsonaro avançaram sobre as forças de segurança e invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal.

“Eu acho que o Brasil não merecia ter passado por isso. A gente não tem dimensão do retrocesso que esse país, em cada escola, em casa local de trabalho, em cada local que as pessoas estavam acostumadas a uma certa civilização. As coisas mudaram no Brasil, a ponto de acontecer o que aconteceu no dia 8, aqui em Brasília”, afirmou.

Militares do Planalto

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dispensou nesta quinta-feira (19) mais nove militares do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), dando sequência à série de trocas no órgão, em particular após a manifestação golpista. As novas dispensas foram publicadas no Diário Oficial da União.

Desde o início da semana, já são 84 militares dispensados de postos no Planalto, contando com os desta quinta, sendo 38 do GSI. Os demais trabalham na parte administrativa ou do departamento de residência oficial, que cuida do Palácio da Alvorada, não ligado ao ministério.

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