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O ex-governador Marconi Perillo, presidente estadual do PSDB, afirmou que não será candidato à prefeitura nenhuma. Seu nome foi lembrado para concorrer em Goiânia, Aparecida ou Anápolis.
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (20), no escritório de seu advogado João Paulo Brzezinski, em Goiânia, deixou claro que estará fora do pleito municipal de 2024. “Eu não sou candidato de dois em dois anos, eu não faço política por oportunismo, faço por idealismo. Eu não sou candidato, e 2026 está longe e até lá eu vou avaliar como vai ser”, garantiu Perillo.
O ex-governador se reuniu com jornalistas para falar sobre as consequências do arquivamento de ações contra seus governos, pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) e pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), o tucano considera “processos vazios” dos quais foi vítima e alega ter sofrido perseguição. “Até 2026 o objetivo é usar todos os espaços possíveis para que eu possa me defender de todas as atrocidades que cometeram contra a mim nestes últimos cinco anos”, afirma.
Durante sua fala Marconi Perillo deixou claro que nunca saiu da política e garante que nunca vai sair. Segundo ele, mesmo em momentos difíceis, disputou as eleições de 2022 concorrendo ai cargo de Senador, e associa a sua derrota aos ataques que recebeu. “Se eu não tivesse sofrido o que eu sofri, os ataques a minha imagem através dessa maldade toda e perseguição, pode ser possível que eu teria ganhado as eleições a senador. Mas eu recebi isso tudo com resiliência e vou prosseguir, não faço política pensando em mim, faço pensando nas outras gerações”, destaca.
“Perseguição”
Na coletiva, o líder tucano destacou que foi vítima, em 2018 e 2022, de “perseguição” e “ativismo político”. Perillo foi candidato ao Senado por duas vezes e saiu derrotado. Segundo ele, os processos tiveram consequências políticas e econômicas com grande peso no resultado das eleições e no crescimento econômico de Goiás, após a divulgação do escândalo. Na coletiva, o ex-governador fez uma análise sobre os riscos do ativismo jurídico em setores isolados dos órgãos de controle e fiscalização, servindo como uma reflexão para o aprimoramento das instituições.
O TCE arquivou por unanimidade processo relacionado a Tomada de Contas Especial instaurada pela Goinfra para investigar supostas irregularidades nas obras de pavimentação da rodovia GO-230, no trecho entre Água Fria de Goiás e Mimoso de Goiás. O acórdão foi publicado na última terça-feira (14/3).
Já o MP-GO iniciou uma série de arquivamentos de ações que apontavam improbidade administrativa do ex-governador Marconi Perillo, presidente estadual do PSDB, na concessão de benefícios fiscais a empresas do setor sucroalcooleiro. Mais de 20 empresas estavam envolvidas.
Defesa
O advogado do ex-governador, João Pina, explica que o MP entrou com diversas ações contra Marconi Perillo e empresas do setor sucroenergético, inclusive pedindo o bloqueio de R$ 1 bilhão por supostas irregularidades na concessão de renúncia fiscal, em 2019.
Pina ainda lembra que, em 2012, quando Perillo era governador, ele encaminhou à Assembleia Legislativa de Goiás um projeto de lei para alterar a redação do artigo 3º da Lei 13.246/1981. Desta forma, seria autorizado ao chefe do poder executivo a concessão de crédito outorgado do ICMS aos industriais do setor de açúcar e etanol. Estes, foram enquadrados no programa Fomentar e Produzir. “Então, em 2019, o MP entrou com as ações porque o governador pediu a isenção fiscal na Assembleia para atrair essas indústrias, o que foi aprovado. O MP, então, entrou nos processos para pedir a desistência”, disse o advogado. O juiz Liciomar Fernandes da Silva acatou a desistência e julgou improcedentes os pedidos iniciais.
Vale lembrar que o candidato do Partido Liberal (PL), Wilder Morais, venceu as eleições para o Senado em Goiás com 25,32% dos votos. Dessa forma, ele desbancou o favoritismo de Marconi Perillo (PSDB), que ficou com 19%.
Futuro
Para 2026, o ex-governador Marconi Perillo não descarta nenhuma candidatura, majoritária ou proporcional. Ele vai atuar, em 2024, pela eleição de maior quantidade de prefeitos e vereadores pelo PSDB e, em seguida, se cacifar para o pleito seguinte. No ninho tucano, fala-se em uma candidatura de Marconi ao Senado ou à Câmara Federal.
Nas últimas eleições, o PSDB, com as derrotas sucessivas, perdeu quadros importantes, com a desfiliação de deputado federal, deputados estaduais, prefeitos e vereadores.
