Mulheres ampliam vagas à Câmara Federal em Goiás
Redação
Publicado em 11 de outubro de 2022 às 15:37 | Atualizado há 3 anos
O número de deputadas
federais por Goiás triplicou nestas eleições para a Câmara dos Deputados. A
quantidade de representações femininas passou de duas para seis. Um recorde de
votação. Com essa quantidade, o Estado supera a cota de 30% de participação
feminina, alcançando 35% das 17 vagas na Casa.
Três dessas mulheres
aparecem como as mais votadas dentre a lista dos dez candidatos mais votados,
sendo a liderança encabeçada por Silvye Alves (UB). Na sequência, Flávia Morais
(PDT), com 142.155, terceira mais votada no geral; e Adriana Accorsi (PT), com
96.694, sexta colocada no geral.
Confira as eleitas, por ordem de votação: Silvye
Alves (União Brasil) – 254.639 votos; Flávia Morais (PDT) – 142.155; Adriana
Accorsi (PT) – 96.694; Magda Mofatto (PL) – 81.996; Marussa Boldrin (MDB) –
80.449; Lêda
Borges (PSDB) – 51.346.
Silvye Alves estreia na
política após exercer a atividade como apresentadora de televisão. Optou pelo
União Brasil, a convite do governador Ronaldo Caiado e da primeira-dama
Gracinha Caiado. Explorou o fato de ter sido vítima de agressão por parte de
ex-namorado, o que sensibilizou o eleitorado feminino.
Flávia Morais sempre teve
votações expressivas em Goiás. Foi primeira-dama do município de Santa Bárbara
e também, por duas vezes, exerceu o cargo em Trindade, como esposa do então
prefeito George Morais. Também foi secretária de Cidadania no governo Alcides
Rodrigues.
Adriana Accorsi é
delegada de Polícia Civil, filha do ex-prefeito de Goiânia Darci Accorsi, já
falecido. Concorreu, por duas vezes, ao cargo de prefeita de Goiânia.
Atualmente é deputada estadual.
Magda Mofatto é
empresária em Goiânia e Caldas Novas na área de turismo. Foi prefeita de Caldas
Novas e exerce o terceiro mandato como deputada federal.
Marussa Boldrin é
engenheira agrônoma e exerce mandato de vereadora em Rio Verde. Foi eleita com
o apoio do agronegócio, principalmente do atual deputao federal José Mário
Schneirer, que presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás
(Faeg).
Lêda Borges é procuradora
de justiça do Distrito Federal aposentada. Foi prefeita de Valparaiso de Goiás
e atualmente exerce mandato de deputada estadual.
O Estado de Goiás sempre
teve representação no Congresso Nacional – Lúcia Vânia, por exemplo, exerceu
cinco mandatos de deputada federal e dois de senadora – mas, ainda, de forma
acanhada, como em todo o país.
Bancada
do estado tem renovação de 47% dos parlamentares federais
A bancada goiana na Câmara dos
Deputados teve 47% das cadeiras renovadas em relação a 2018. Dos 17 deputados
federais, quatro não disputaram a reeleição e outros quatro não conseguiram um
novo mandato, casos de Alcides Rodrigues (Patriota), Elias Vaz (PSB), Francisco
Jr. (PSD) e Lucas Vergílio (Solidariedade). A renovação é menor que a de 2018,
que chegou a aproximadamente 59%. À época, dez dos eleitos não tinham mandato
como deputado federal.
Três dos novos deputados nunca
tiveram mandato: Silvye Alves (UB), Gustavo Gayer (PL) e Ismael Alexandrino
(PSD). A apresentadora Silvye Alves deteve o recorde de votos desta eleição em
Goiás: 254.639. Foi seguida por Gustavo Gayer, que alcançou 200.560 votos.
Silvye Alves disse achar que
sua eleição se deu por conta de sua “humanidade.” “A humanidade que eu sempre
preguei prevaleceu. A gente precisa tanto de coisas sociais.” Apresentadora de um programa policial na TV
Record, Silvye se filiou ao União Brasil a convite da primeira-dama, Gracinha
Caiado, e já era apontada pelas pesquisas internas dos partidos como uma das
mais votadas neste ano para a Câmara, sobretudo ao alto índice de conhecimento
que tem no eleitorado.
Segundo deputado federal mais votado,
Gustavo Gayer é um dos nomes mais ligados ao bolsonarismo em Goiás e disputou
sua primeira eleição em 2020, como candidato a prefeito de Goiânia. À época,
obteve quase 46 mil votos e foi quase automaticamente alçado à condição de
candidato ao Congresso Nacional. É empresário e influencer digital
constantemente ligado à desinformação.
Esta foi a primeira vez que
dois candidatos passaram de 200 mil votos em Goiás no mesmo pleito. Desde 2002,
passaram essa quantidade de votos: Dona Iris (MDB), em 2006, com 201.229; e
Delegado Waldir, que chegou a 274.625 em 2014 e 274.406 em 2018. Os 17 eleitos
somaram 1,73 milhão de votos; neste ano, 1,76 milhão.
Outros três passaram de 100 mil
votos, entre elas, a terceira mais votada: a deputada reeleita Flávia Morais
(PDT). Ela obteve 142.132, o que representa uma redução de 16,2% em seu número
total de votos, na comparação com 2018. Há quatro anos, ela foi a segunda mais
votada com 169.774, quando alcançou 5,6% dos votos válidos. Este será o quarto
mandato da parlamentar na Câmara.
Também conseguiram esse patamar
de votação Glaustin da Fokus (PSC) e José Nelto (PP), os dois também reeleitos.
O primeiro teve 117.912 votos (recebeu 100.437 em 2018) e o segundo, 104.491
(alcançou 61.809 há quatro anos).
Novatos
O outro deputado federal eleito
que assumirá seu primeiro mandato é Ismael Alexandrino (PSD). Ex-secretário de
Saúde de Goiás, ele se filiou ao PSD por articulação do governador Ronaldo
Caiado, movimento feito para segurar o PSD na base governista, e acabou ficando
com a vaga do partido na Câmara dos Deputados, então ocupada por Francisco
Júnior. O parlamentar não conseguiu se reeleger.
Além dele, assumem mandato na
Casa pela primeira vez também os deputados estaduais Adriana Accorsi (PT),
Jeferson Rodrigues (Republicanos) e Lêda Borges (PSDB), além da vereadora de
Rio Verde Marussa Boldrin (MDB) e do ex-prefeito de Bom Jesus de Goiás Daniel
Vieira (PL), conhecido como Daniel Agrobom. Os dois são nomes apoiados pelo
agronegócio. Marussa foi a candidata do atual deputado federal José Mário
Schreiner (MDB), que não disputou reeleição.
Também não disputaram novo
mandato: Delegado Waldir (UB) e João Campos (Republicanos), que tentaram vaga
no Senado; Major Vitor Hugo (PL), que disputou o governo estadual. Nenhum foi
eleito.