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Um relatório divulgado pela Polícia Federal após perícia realizada no aparelho de celular de Gabriela Cid, esposa do ex-ajudante de ordens do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL), revelou que havia atuação efetiva dela e de familiares de militares, na propagação de informações e notícias falsas sobre vacinas contra Covid-19. O celular foi apreendido em maio deste ano, durante operação da Polícia Federal, que realizou a prisão de Mauro Cid.
Nas mensagens encontradas, Gabriela zomba do fato de nunca ter tomado uma dose da vacina, mas possuir um certificado que aponta o contrário: "Tomei minhas doses kkkkk" escreveu. De acordo com a PF, as informações localizadas auxiliam na comprovação da suspeita do envolvimento de seu marido no esquema de emissão de certificado de vacinação falsos.
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Os investigadores identificaram grupos de mensagens em que Gabriela Cid solicitava a amigas vídeos com informações inverídicas sobre a vacinação contra Covid-19. Em um dos registros, ela pergunta: "Vc tem aquele documentário sobre a vacina? Mostrando os coágulos sendo retirados nas autópsias?". A intenção seria utilizar o material para compartilhar com outras pessoas.
Em um grupo de Whatsapp, chamado de “Mulheres 2.0”, a Polícia Federal encontrou imagens que comprovam uma trama para fraudar o aplicativo “ConecteSUS”, sistema do Ministério da Saúde responsável pelo registro de informações sobre vacinação de cidadãos brasileiros. O assunto surgiu após uma das pessoas que participavam do grupo, enviar uma notícia de dezembro de 2022 que relatava a compra de 50 milhões de doses da vacina produzida pela Pfizer, na mensagem, há a falsa teoria de vacinação compulsória a ser promovida pelo Governo Lula. No decorrer das mensagens trocadas no grupo, uma das mulheres afirma que conseguiu um comprovante de vacinação falso no Estados Unidos. Outra apresenta a sugestão da contratação de um hacker para invadir o “ConecteSus”.
"Contrate um hacker para colocar no ConecteSUS. Ou fala que o celular foi roubado e não tem como mostrar" Participante de grupo de Whatsapp "Mulheres 2.0"
“Meu marido tem um amigo que faz parte de um grupo chamado 'não vacinados'. Eles todos têm o ConecteSUS. Rs. Vou descobrir o esquema” Participante de grupo de WhatsApp encontrado no celular de Gabriela Cid
Em um áudio, Gabriela Cid afirma a esposa de um militar não identificado que há a ocorrência de mortes de pessoas após receberem doses do imunizante contra a Covid-19. Segundo ela não seria possível confiar em mais ninguém, pois teria o medo de além da possível imposição da vacinação, a falsa ideia da aplicação de outra medicação afirmando ser contra a Covid-19. Uma completa teoria da conspiração.
“Você vê até com relação à vacina... é... eles querem porque querem impor a vacinação. Inclusive agora, até em criança. E a gente tá vendo... a quantidade de gente que tá morrendo... é... a gente tá vendo tudo, né? (...) Eu vou confiar, sei lá, numa Anvisa, por exemplo, entendeu? Eu não confio em ninguém. Eu não confio, já há muito tempo eu falo, o meu medo é que comecem a administrar vacina pra tal coisa dizendo que, vamos supor, uma poliomielite, sei lá, qualquer coisa, eu não tô falando da pólio, né? Eu só citei essa doença assim porque eu lembrei dessa doença. Mas assim, o meu medo é administrarem, né? Uma vacina de covid dizendo que é outra, a gente tá sendo enganado, sabe? Há muito tempo eu penso nisso. Porque não dá pra confiar em ninguém, não dá, não dá há muito tempo” Gabriela Cid em Áudio identificado pela PF
A filha do General Villas Bôas, Ticiana Villas Bôas, também foi identificada nas trocas de mensagens com Gabriela Cid. Nos registros ela afirma concordar com as ideais absurdas e fantasiosas propagadas pela esposa de Mauro Cid, e garante: "Aqui ninguém rela nos meus filhos. Nem em mim".
Procurados, os envolvidos não responderam aos contatos desta reportagem.
