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POLÍTICA

STF vai julgar primeiras ações dos atos de vandalismo de 8/1

Supremo decidiu que os primeiros a serem julgados serão os que respondem por crimes mais graves

A Operação Lucas 12:2, deflagrada sexta-feira, 11, pela Polícia Federal (PF), revelou que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teriam vendido joias e outros objetos de valor recebidos em viagens oficiais da Presidência da República. Nomeada com um versículo bíblico que diz que “não há nada escondido que não venha a ser descoberto”, os investigadores tentam descobrir se os itens foram omitidos do acervo público e negociados para enriquecer o ex-presidente.

Entre os alvos da operação estão o general Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid; o advogado Frederick Wassef, que representou o ex-chefe do Executivo perante a Justiça; e o tenente Osmar Crivelatti que, assim como Mauro Cid, foi ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que, entre 105 páginas de denúncias e provas contra os aliados do ex-presidente, argumentou que “há fortes indícios de desvios de bens de alto valor patrimonial”.

As vendas investigadas seriam de presentes que Bolsonaro recebeu por conta do seu cargo de presidente da República. Essas peças deveriam ser incorporadas ao acervo da União, mas foram omitidos dos órgãos públicos, incorporados ao estoque pessoal do ex-chefe do Executivo e negociados para fins de enriquecimento ilícito.

Mensagens recuperadas pela Polícia Federal indicam que Mauro Cid teve a ajuda do seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, para negociar as peças e repassar o dinheiro das vendas. O reflexo do general aparece em uma foto utilizada para barganhar uma escultura que o ex-presidente recebeu em uma viagem oficial.

De acordo com a PF, os montantes obtidos das vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal do ex-presidente, por meio de laranjas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores. Em mensagens trocadas em janeiro deste ano por Mauro Cid e Marcelo Câmara, assessor especial da Presidência da República, um áudio revelou aos investigadores da PF que Cid estaria com 25 mil dólares que, possivelmente, pertenciam a Bolsonaro.

Os fatos levantados fazem parte do desdobramento de uma operação iniciada pela PF para apurar se houve peculato no caso das joias recebidas pelo governo do ex-presidente de autoridades da Arábia Saudita. Um dos três pacotes é avaliado em R$ 16,5 milhões.

Membros da gestão Bolsonaro teriam tentado trazer ao Brasil joias inicialmente avaliadas em cerca de R$ 16,5 milhões - valor que foi posteriormente corrigido pela própria Receita Federal para R$ 5 milhões.

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