Política

“2017 é o ano da recuperação do PT”

Diário da Manhã

Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 01:00 | Atualizado há 8 anos

  •  Em entrevista ao deputado e jornalista Paulo Pimenta, ex-presidente ressaltou otimismo em relação à imagem do partido

“Estou muito otimista em relação a 2017, acho que é o ano da recuperação do PT. É o ano da gente começar a discutir com o povo brasileiro uma saída efetiva para o País”, ressaltou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista ao deputado federal e jornalista Paulo Pimenta (PT-RS). Em cerca de seis minutos de entrevista, Lula destacou os caminhos que pretende seguir junto ao partido e da sociedade. “Acho que ainda não fizemos tudo aquilo que a gente pode fazer no País. É isso, inclusive, que me motiva a estar nessa disputa outra vez, a  viajar o Brasil, a discutir com educadores, intelectuais, com trabalhadores, empresários, a discutir com os pequenos e médios proprietários do campo e da cidade para que o País volte a recuperar sua autoestima, para que possamos voltar a gostar do Brasil, a ter orgulho de ser brasileiro. É isso que é minha tarefa”, reforçou.

Em outro trecho da conversa, Lula destacou sua disposição para a política – mesmo com 71 anos de idade -, e que pretende viajar pelo Brasil para discutir melhorias para o País, além de recuperar a imagem do partido. “2017 é um ano que eu pretendo andar pelo Brasil, viajar esse país de ponta a ponta. Espero que tenham muitos companheiros com a disposição de viajar para a gente poder recuperar o nosso partido e fazer com que o PT venha efetivamente ser o partido de esquerda mais importante da América Latina”, afirmou.

Lula também ressaltou a importância do PT para o Brasil, principalmente para os mais humildes, apontando a seguinte reflexão: “Como seria o País sem o PT? Como é que seria o povo mais humilde desse País sem o PT? É pensar isso, para depois a gente sentir vontade e orgulho da nossa existência, do que nós fizemos e do que a gente pode fazer pelo Brasil”, clamou. O ex-presidente deixou claro que não sairá da legenda neste momento de instabilidade do partido. “Fico com pena se alguém acha que vou deixar ou sair do PT em momentos difíceis. Esse momento é que a gente tem que ter coragem de ir para a luta, reconstruir. Se tiver alguém que cometeu erro, que pague pelo erro cometido. Porque queremos que o processo seja democrático e justo, que as pessoas tenham o direito de defesa”, argumentou.

Protagonista Internacional

Em relação ao potencial do Brasil no exterior, Lula destacou o crescimento principalmente com a descoberta do pré-sal. No entanto, o ex-presidente frisou que há nações que não conseguem aceitar esse desenvolvimento do País. “Acredito que tem muita gente lá fora que não aceita o fato do Brasil ser protagonista internacional. Obviamente, que a descoberta do pré-sal fez com que muita gente ficasse de olho gordo no Brasil. A participação do Brasil na política internacional com o fim da Alca e a criação e fortalecimento do Mercosul, a criação do Brics, a criação do Ibas – que é Brasil, África do Sul e Índia -, a nossa relação com a África, nossa entrada no Oriente Médio, tudo isso incomodou o chamado Grupo dos 5 que compõem o Conselho de Segurança da ONU”, ressaltou e continuou: “Acho que as pessoas não estão habituadas a ver um país, considerado de terceiro mundo, de repente ter autoestima e ser respeitado, de repente ganhar coisas importantes nas disputas internacionais”, concluiu.

Lula ainda fez observações sobre o momento político no Brasil e destacou a criminalização dada ao PT. “Tem muita gente no Brasil que nunca se conformou das pessoas mais humildes terem acesso e subir um degrau na escada social desse país, das pessoas começarem a entrar na universidade, começarem a viajar, a ter direito a ter acesso às coisas que até então eram de uma pequena casta. Acho que isso incomodou e a criminalização ao PT não é porque um outro do PT cometeu erro ou não. A criminalização ao PT é exatamente pelo significado da inclusão social que o PT fez neste País, acho que isso fez com que muita gente chegasse a demonstrar ódio na votação do impeachment da Dilma com relação ao PT”, acredita.

Legado

O ex-presidente frisou que o PT tem um legado e uma história na política brasileira e se o partido reassumir o poder fará políticas públicas para recuperação do país e melhor qualidade de vida aos brasileiros. “Somente um partido do tamanho do PT e com a história política do PT é capaz de propor uma saída para o Brasil, não só porque o nosso legado permite que a gente tenha autoridade de propor uma coisa nova para o futuro. Ou seja, uma política econômica que gere emprego, que acolhe e dá cidadania às pessoas, uma política que gere desenvolvimento, distribuição de renda. Um país que não coloque na obriga de gastos o dinheiro para educação, porque tem que ser investimento”, pontuou Lula.


A criminalização ao PT é exatamente pelo significado da inclusão social que o PT fez neste País”

 

 

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