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POLÍTICA

PMDB: entre PSDB e DEM

Em Goiás, muitos têm sido os afagos entre tucanos e peemedebistas. O gover­nador Marconi Perillo tem rece­bido com frequência prefeitos do PMDB em palácio, ou mesmo par­ticipando de eventos em prefei­turas administradas pelo partido. Esta relação respeitosa tem rendi­do declarações, de ambas as par­tes que, no mínimo, demonstram que as arestas estão aparadas.

A mais recente foi do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, que, durante inaugu­ração da Avenida da Paz, elogiou o governador, que estava presen­te, ao lado do vice, José Eliton. De acordo com registro do jornalista Altair Tavares (site Diário de Goiás), Gustavo disse que se estivesse no PSDB, votaria em Marconi para presidência da legenda. “Se votas­se, poderia ter certeza que o senhor teria o meu apoio”, enfatizou Men­danha. Noutra ocasião, o próprio Gustavo Mendanha declarou o seu voto e o seu apoio à candidatura do senador Wilder Morais (PP).

Maguito Vilela também tem feito demonstrações de apreço por uma aproximação entre es­tas duas legendas. Ex-governador, ex-senador e ex-prefeito de Apare­cida Maguito disse, em entrevista à Rádio 730, que não vê impedi­mentos numa aliança entre PMDB e PSDB em Goiás. Segundo ele, ambos partidos não são inimigos.

Ele salientou que, na política, é o diálogo e as ideias que promovem entendimentos entre adversários, podendo colocar todos do mesmo lado, em nome de um projeto maior para o Estado e o País. “O PMDB não vai dispensar apoio do PT, do PSDB, do DEM, não existe isto, te­mos que ciscar para dentro. É lógi­co que o PT desgaste, mas o PMDB, o PSDB, o DEM, o PP e o PTB têm desgaste também. Não existe par­tido de freiras no Brasil, todos eles têm desgastes”, disse Maguito.

Tucanos de alta plumagem con­sultados pela reportagem não veem dificuldades no diálogo entre o go­vernador e os principais líderes pee­medebistas. “Uma aliança como esta, tendo no mesmo palanque Marconi e Maguito, liquida a eleição no primeiro turno e deixa a ver na­vios o senador Ronaldo Caiado”, su­geriu um interlocutor palaciano. O beneficiado, certamente, seria José Eliton, candidato da base aliada ao governo de Goiás em 2018.

DEM-PMDB

Da mesma maneira em que há interesses comuns em jogo entre PMDB e PSDB, há cada vez mais trabalho por parte do senador Ro­naldo Caiado no sentido de apro­ximar o PMDB do DEM.

Antes do acidente que limitou temporariamente os seus movi­mentos (Caiado teve uma queda de uma mula, enquanto lidava com gado em sua fazenda), o senador democrata rodou o Estado promo­vendo encontros com as principais legendas da oposição, com a par­ticipação de prefeitos de peso do PMDB, como Adib Elias (Catalão), Ernesto Roller (Formosa) e Paulo do Valle (Rio Verde).

O resultado deste trabalho é que lideranças iristas, como o ex-presi­dente do PMDB e ex-prefeito Nail­ton Oliveira, já declararam neste DM apoio à Caiado: “O PMDB já perdeu cinco eleições, não pode perder pela sexta vez. Daniel Vile­la é jovem, está fazendo um traba­lho de renovação do partido, mas hoje as pesquisas mostram lideran­ça absoluta do senador Ronaldo Caiado, Se esta tendência persistir até julho, o PMDB deve considerar o apoio a Caiado”, frisa o ex-prefeito de Bom Jardim de Goiás.

Líder da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa, depu­tado José Nelto diz que a oposi­ção precisa lançar um nome “for­te e competitivo” para ganhar as eleições ao governo de Goiás em 2018. O nome poderá ser Daniel Vilela (PMDB), Ronaldo Caiado (DEM) ou outro da preferência da população goianiense.

CABEÇA-DE-CHAPA

Se é verdade que uma aliança ente PMDB e PSDB liquida a elei­ção no primeiro turno, porque se­ria menos verdade dizer que jun­tos, PMDB e DEM fecham a fatura também no primeiro turno? A res­posta para esta pergunta é saber se os “parceiros” (PSDB e DEM) estão dispostos a ceder a cabeça-de-cha­pa (leia-se candidatura a governa­dor) para o PMDB. Seja com Da­niel Vilela, Maguito Vilela ou Iris Rezende pilotando a eleição ao lado do PSDB ou do DEM, é bem provável que um deles fosse elei­to já na primeira etapa da eleição.

É certo que a soma das militân­cias peemedebista e tucana, agre­gadas às máquinas do governo do Estado e da prefeitura, têm muito mais impacto do que a estrutura do DEM, que neste momento se resume única e exclusivamente à liderança do senador Ronaldo Caiado. Por assim dizer, um acor­do entre tucanos e peemedebis­tas supera com folga um entendi­mento entre PMDB e DEM.

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