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Caiado quer retomada das obras ferroviárias

  •  Para Caiado, as duas mais importantes obras ferroviárias do milênio vão acelerar o escoamento de toda produção, brasileira e goiana, com o mundo. A FNS e a FT se intercedem em Goiás

O senador Ronaldo Caia­do vai pressionar o gover­no federal, seja qual for o próximo presidente, a concluir “ur­gentemente” as obras ferroviárias em Goiás, que já deviam ter sido inauguradas em julho deste ano, mas que estão paralisadas. “Essas obras são de vital importância para o desenvolvimento econômico de Goiás, e não podem ficar paradas eternamente. É preciso reiniciar as obras o quanto antes, não só no in­teresse de Goiás, mas no de todo o Brasil”, disse Caiado, ontem à tarde, ao Diário da Manhã, antes de partir para novos atos de campanha pelo interior do Estado.

Somente o governo federal pode construir ferrovias interestaduais. Mas o governo do Estado pode e deve fazer pressão política para que as obras andem. Para o senador, o atual go­verno tem sido omisso quanto a esta questão, não fazendo o menor esforço para forçar a retomada das obras.

Durante décadas, os governos brasileiros fize­ram uma opção pelo trans­porte rodoviário. Em muitos lu­gares, trilhos foram até retirados. Uma ferrovia completa chegou a ser desconstruída, a Bahia-Minas, que foi desativada em 1.966. Ela saía de Uruçaí, à margem do Je­quitinhonha, em Minas Gerais, e ia dar no porto da Ponta de Areia, no Sul da Bahia, percorrendo qua­se 500 quilômetros. Essa tragédia econômica foi cantada em versos pungentes por Milton Nascimen­to em Ponta de Areia.

A partir do governo Sarney, o País tentou retomar a expansão de sua malha ferroviária, com o lan­çamento da pedra fundamental de Ferrovia Norte Sul. Saindo de Açai­lândia, no Maranhão, onde se co­necta a Ferrovia dos Carajás, a FNS deveria chegar até Anápolis, em Goiás. No final do governo FHC, esta ferrovia alcançou a divisa do tocantins com o Maranhão, na cidade de Aguiarnópolis. Nos oito anos do governo Lula, ela finalmente alcançou Aná­polis. A construção da FNS foi iniciada em 1987 com um traçado inicial que pre­via uma extensão de apro­ximadamente 1.550 km, de Açailândia-MA a Anápolis­-GO, de modo a cortar os Es­tados do Maranhão, Tocan­tins e Goiás. Dessa forma, o traçado original está cons­truído e em operação. A par­tir de Açailândia-MA a FNS prosseguirá em direção ao Norte, até Barcarena, no Es­tado do Pará. São aproxima­damente 477 km de extensão concebidos com o propósito de ampliar e integrar o sistema ferro­viário nacional e estabelecer a sua interligação com o Complexo Por­tuário de Vila do Conde, no Pará.

Lançado no segundo governo Lula, o Tramo Sul da FNS prolon­gará a ferrovia até Estrela do Oes­te, no Paraná, onde ela se conecta a outra ferrovia. Saindo de Ouro Ver­de, próximo de Anápolis, o Tramo Sul, que passa pela sudoeste goiano, está com 93% de suas obras físicas concluídas, segundo a Valec. Mas está parada há quase três anos, pois saiu da lista de prioridades do gover­no fe­deral.

Outra obra importante, também paralisada, é a chamada Ferrovia de Integração Oeste Leste, a Fiol. Esta ferrovia, de 1.527 km de extensão, que já está com 73% das obras fí­sicas concluídas, parte do Porto de Ilhéus, no Sul da Bahia, e vai até Fi­gueirópolis no Tocantins. Os tri­lhos chegaram até Barreiras, na Bahia.

O plano é ligar a Fiol à Ferro­via Transcontinental, cujo traçado sai de Campinorte, em Goiás, en­trando pelo norte do Mato Grosso. Com 901 km de extensão, esse tre­cho escoará a produção de grãos (soja e milho) do centro-norte do estado de Mato Grosso, maior re­gião produtora de soja do Brasil (o correspondente a 10% da produ­ção mundial desse grão), em direção aos princi­pais portos do País.

O projeto básico desse trecho, contratado pela Valec, foi finali­zado em duas etapas. A primeira, em dezembro de 2010, contem­plando o segmento de Campinor­te-GO a Água Boa-MT, e a segun­da, em fevereiro de 2012, para o segmento de Água Boa-MT a Lu­cas do Rio Verde-MT. O investi­mento previsto no PAC para toda a extensão da Ferrovia de Integra­ção Centro-Oeste, a Fico, (Campi­norte-GO a Vilhena-RO) é de R$ 6,11 bilhões. De Vilhena, a fer­rovia poderá chegar até ao lito­ral peruano, via acordo bi­lateral entre os dois países, abrindo para o Brasil acesso às rotas comerciais do pacífico.

São obras ferroviárias de gran­de importância estratégica para a economia goiana e nacional. O Es­tado ampliará as opções à exporta­ção de seus produtos que, atual­mente, vêm sendo escoado pelos portos da Região Sul. Nossas mer­cadorias destinadas aos mercados globais, com menor tempo de na­vegação, vão se tornar altamente competitivas em preços.

O NOVO PIB

Ao ser configurada, esta reali­dade vai elevar o PIB de Goiás em cifras multibilionárias e colocar o Estado a par de igualdade entre os primeiros do Brasil. Daí a urgência na conclusão da malha ferroviá­ria que, obrigatoriamente, terá tri­lhas no chão goiano. “O futuro exi­ge passar por um lugar. Este lugar é Goias”, sustentou Ronaldo Caiado (DEM).

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