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POLÍTICA

Terroristas saqueiam escritório de advogado petista

O advogado tocantinense Célio Moura classificou de “atentado ter­rorista” o ataque contra seu escri­tório, localizado à Avenida Tocan­tins, em Araguaína. Foi o segundo ataque desfechado contra o escri­tório do advogado em quatro dias. Ele está convicto de que a motiva­ção foi política e ideológica.

Célio Moura foi eleito deputa­do federal pelo PT, e, atualmen­te, coordena a campanha de Fer­nando Haddad. Reside há quase 40 anos em Araguaína, onde pra­tica a advogacia trabalhista e cri­minal, estando há anos na defesa de interesses de posseiros, índios, pequenos proprietários rurais e funcionários públicos.

Não é a primeira vez que Célio é atacado. “Eu pago um preço alto por estar sempre do lado do poo pobre e sofrido do Bico do Papa­gaio, combatendo a a grilagem de terras, o trabalho escravo, a pistola­gem, os atentados aos direitos hu­manos, sem nunca ter mudado a minha linha de atuação”, afirma ele.

Católico, identificado com a teologia da libertação. Célio che­gou a Araguaína nos tempos que a região pertencia a Goiás e era re­fém de intensa violência, resulta­do da luta por terras devolutas. A pedido do recém-eleito senador Henrique Santillo, Célio foi para a região organizar o MDB e a resis­tência democrática.

Foi amigo e companheiro de lutas do ex-vereador Raimundo Galdino, que sofreu um atentado a bala que o deixou paraplégico. Célio foi muitas vezes ameaça­do e viu muitos de seus amigos de luta tombarem vítmas de ba­las traiçoeiras. O advogado Paulo Fontelles, assassinado no Sul do Pará, e o padre Josino, morto por pistoleiros no sul do Maranhão, e o juiz classista Otacílio Morei­ra Lima, foram amgos e compa­nheiros de luta do advogado.

Fundador do PT no Tocantins, Célio foi várias vezes candidato a governador e a prefeito de sua ci­dade, não obtendo êxito, apesar das expressivas votações, em vir­tude da falta de recursos para to­car as campanhas. Este ano, ele se elegeu deputado federal gas­tando menos de 150 mil reais.

O primeiro ataque ocorreu na madrugada de quarta para quinta-feira. Ao chegar pela ma­nhã no escritório, Célio encon­trou as portas arrombadas, os móveis virados e todos os docu­mentos espalhados pelo chão. O advogado mandou colocar por­tas de ferro reforçadas. Mas na manhã de ontem, segunda-fei­ra, ao chegar par ao trabalho, o escritório tenha sido novamente assaltado e vandalizado.

Célio está convicto de que se trata de atentado político. “Não furtaram nada, nem mesmo uma caneta, embora tenha objetos de valor no escritório, como obras de arte e notebooks da marca Aple, os mais caros do mercado”–disse.

Ontem à tarde, o advogado deu parte às polícias estadual e federal. Célio disse ao DM que a polícia já tem alguns suspeitos dos atentados, mas vai manter sigilo para não atrapalhar as in­vestigações. “Cedo ou tarde es­ses criminosos serão apanhados nas malhas da lei, e terão que prestar contas à Justiça”, decla­rou o advogado.

Na opinião de Célio, baseado na sua longa experiência de luta política e social, o objetivo dos cri­minosos, com certeza, é intimidá­-lo, e intimidar o eleitorado petis­ta. “Querem nos submeter pelo terror, como nos tempos da dita­dura militar, em que pistoleiros matavam impunemente e espa­lhavam o pânico em toda região”.

Não furtaram nada, nem mesmo uma caneta, embora tenha objetos de valor no escritório, como obras de arte e notebooks da marca Apple, os mais caros do mercado”

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