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Vitor Hugo: Eduardo Bolsonaro na Liderança do PSL vai estabilizar o partido e harmonizar com o Governo

O líder do Governo na Câmara, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), informou nesta quinta-feira (17/10), em entrevista coletiva em Brasília, que os deputados federais do PSL expressamente alinhados ao presidente Jair Bolsonaro continuarão coletando assinaturas para nomear o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) como novo líder do partido na Casa, em substituição ao Delegado Waldir. O objetivo, segundo explicou Vitor Hugo, é garantir maior estabilidade na condução do partido e no apoio às pautas do Governo Bolsonaro na Câmara.

“Queremos o máximo possível de convergência e de pacificação”, disse Vitor Hugo. Ele ressaltou que a Liderança anterior vinha obstruindo votações de matérias importantes de interesse do País e dando declarações infelizes.

O objetivo é que Eduardo Bolsonaro assuma a Liderança do PSL na Câmara e permaneça no cargo até dezembro. Em seguida, haverá eleição do futuro líder.

A seguir, nos principais tópicos da entrevista, veja o que disse o líder Vitor Hugo:

LISTA DE ASSINATURAS PARA TROCA DO LÍDER
Vamos buscar uma nova lista, sim, mantendo o intuito já manifestado pelos deputados que estão apoiando expressamente o presidente da República de mudar a Liderança do PSL. Vamos prosseguir.

Houve a questão administrativa de não conferência de algumas assinaturas nas duas listas apresentadas na noite de quarta-feira (16/10), mas nós vamos superar isso assinando novamente.

Tínhamos 27 assinaturas de apoio ao deputado Eduardo Bolsonaro para assumir a Liderança do PSL e é sempre uma questão cronológica. Quem apresentar as assinaturas da maioria absoluta da bancada de maneira mais recente assume a Liderança. [o PSL tem 53 deputados.]

No passado, já houve casos na Câmara de esse tipo de disputa acontecer até que houve um processo de pacificação e uma Liderança se consolidou, e é isso o que estamos buscando. O processo não acabou ainda.

MELHORIA DA RELAÇÃO DO PSL COM O GOVERNO BOLSONARO
Tenho a certeza de que no final nós vamos conseguir colocar uma Liderança mais alinhada com o Governo, mais séria, mais equilibrada e que mantenha dentro do PSL, ainda que haja disputas partidárias, um clima que consiga trazer possibilidades maiores de fazer o Governo avançar nas suas pautas.

Não se pode ter uma Liderança do PSL que desestabilize o jogo, por exemplo, orientando no Plenário da Câmara obstrução numa pauta importantíssima, como uma medida provisória que tinha o risco de caducar [a MP 886/19, sobre mudanças em atribuições dos ministérios]. Não podemos ter uma orientação contrária do PSL à posição do Governo na Comissão Especial sobre Proteção Social dos Militares.

Estamos buscando estabilidade. A Liderança, da maneira como estava sendo conduzida, trazia uma instabilidade que queremos acabar.

Imagine, por exemplo, na Proteção Social dos Militares, que é um tema importantíssimo não para o Governo, mas para o País, como prosseguimento da reestruturação da Previdência, e a Liderança do PSL com a possibilidade de orientar contrariamente à aprovação, ou trazendo argumentos inclusive falaciosos em relação, por exemplo, à forma como foi construída a reestruturação. Houve toda uma preocupação dos Ministérios da Defesa e da Economia de manter um equilíbrio e uma coerência na meritocracia, e isso estava sendo explorado da mesma forma que na oposição.

ÁUDIO DO LÍDER DO PSL DIZENDO QUE IRIA IMPLODIR O GOVERNO
Foi uma manifestação extremamente infeliz, mais um motivo que reforça a necessidade da mudança da Liderança. Imagine o líder do PSL, que é o partido do presidente da República, fazendo uma manifestação expressa contra o presidente dessa maneira extremamente desrespeitosa e certamente falando uma mentira. Não há nada contra o presidente para implodir o partido.

O presidente da República é um membro do PSL, como nós somos, e tem todo o direito de opinar sobre as condições da Liderança do partido.

O presidente foi eleito em 2018 com 57 milhões de votos e o PSL tinha um deputado só na legislatura passada. Então, não foi uma coincidência o PSL ter feito 54 deputados na eleição de 2018. Todos nós fomos eleitos apoiando as ideias do presidente, que tiveram grande eco na população brasileira. É muito incoerente ver agora vários deputados se voltando contra o presidente num momento difícil, que é o de busca pela estabilidade.

Existe a possibilidade, e isso está acontecendo, já há alguns diálogos, para que deputados que estavam ainda indecisos e assinaram as duas listas [a favor de Eduardo Bolsonaro e do Delegado Waldir] migrem para este lado do PSL e passem a apoiar expressamente o Governo Bolsonaro, até mesmo em função da cobrança dos eleitores, que está acontecendo nas redes sociais. A lista para indicação do deputado Eduardo Bolsonaro como líder do partido está à disposição na Liderança do Governo.

O QUE ACONTECERÁ SE EDUARDO BOLSONARO ASSUMIR A LIDERANÇA
Os deputados do PSL que queiram migrar para o nosso lado não vão ter qualquer tipo de derrota: é simplesmente uma reavaliação política, até mesmo diante da pressão dos eleitores que escolheram o presidente Bolsonaro para comandar o Executivo e os deputados para que o apoiassem — parlamentares que agora devem ficar ao lado do presidente.

Queremos o máximo possível de convergência e o máximo possível de pacificação. Não sabemos ainda qual vai ser o final desta disputa partidária, não só em termos da Liderança, mas de prosseguimento ou não do PSL neste formato de mais de 50 deputados.

O importante é terminar o ano viabilizando as pautas importantes para o País, a exemplo da reforma tributária, a questão do saneamento básico, a autonomia do Banco Central, o licenciamento ambiental e tantas outras. O partido do presidente precisa ter estabilidade para votar essas pautas e, na verdade, a estabilidade é o que estamos buscando com este movimento de troca da Liderança do PSL.

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