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Republicano, Caiado mostra como se comportar diante manifestação de extrema direita

A participação do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) no encontro de regularização fundiária, em Rio Verde, nesta quarta-feira, 20, foi desrespeitada por uma pequena claque de extrema direita que defendeu a ditadura, agrediu fisicamente o prefeito Paulo do Vale, de Rio Verde, e vaiou o governador quando foi anunciado que ele faria um discurso.

Quando foi chamado a discursar, Caiado esperou que as vaias fossem concluídas e discursou em respeito aos produtores rurais e ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Após o evento, os produtores rurais se indignaram com o comportamento do pequeno grupo, cuja pauta de implantação da ditadura é rejeitada pelo próprio presidente, que garante cumprir a Constituição.

Em seu discurso, o governador Ronaldo Caiado realizou a defesa do agronegócio, agradeceu o Governo Federal pelas parcerias e relembrou sua trajetória no agronegócio e na direita brasileira. 

Conforme Caiado, existe uma longa trajetória de defesa do agronegócio no país que não pode ser esquecida. Ele lembrou que há 36 anos foi criado um ambiente para realizar esta defesa – e ele já estava lá nas origens, quando ajudou a fundar a União Democrática Ruralista (UDR), entidade civil cuja função era resguardar o campo das invasões motivadas pelo Movimento Sem Terra (MST).

“Queria pedir ao presidente para informar aos desinformados que, em 1989, ninguém tinha coragem de ser candidato a presidente pra defender produtor rural. Na primeira eleição, foi Ronaldo Caiado que saiu presidente da República, foi Ronaldo Caiado quem foi pra frente da luta enfrentar as esquerdas do Brasil, levar o nome de quem trabalha e quem produz”, disse.

O governador de Goiás lembrou das pautas esquerdistas, que incluíam o boicote aos produtores rurais e as lutas travadas no âmbito da Assembleia Nacional Constituinte, responsável pela atual Constituição. Recordou que atuou para realizar efetivo contraditório e impedir que os produtores perdessem direitos.

Na época, Caiado era o maior líder ruralista do país, despontando como candidato a presidente. A revista Veja deu ao goiano a capa inteira: “A força da UDR”.

O governador de Goiás lembrou sua defesa da propriedade privada rural e da pauta dos produtores, mas não se esqueceu de elogiar o presidente Bolsonaro, que realiza importantes parcerias com Goiás.

O próprio presidente, que também discursou em defesa do agronegócio, lembra que já votou em Caiado, em 1989, para presidente da República, época que teve início a reformulação do pensamento de direita no país.

Estadismo

Alguns aliados do governador Ronaldo Caiado comentaram que ele não deveria ter ido ao evento e evitado a claque da extrema direita que defende golpe militar. Mas o governador teria dito que como chefe do Executivo é seu dever receber o presidente no Estado e tratá-lo de forma digna.

Também vaiado e mesmo agredido verbalmente, ao passear de moto em Rio Verde, conforme vídeos que circulam nas redes, Bolsonaro foi recebido pelo governador e o prefeito Paulo do Vale, outro que foi vitimado no evento. A Polícia Civil prendeu um pastor que portava arma de fogo e agiu de forma truculenta contra o prefeito.

Sob suspeita de fraude e outros crimes, o líder religioso bolsonarista se identificou como integrante do Exército. Ele utilizava também uma camisa do Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer), sendo que não é membro da corporação. Preso em flagrante com armas de calibre 380, o pastor deverá ser transferido para a Casa de Prisão Provisória (CPP). Os episódios lamentáveis encobrem um fato político e um acidente grave: a motociata que deveria marcar mais um episódio pré-eleitoral da candidatura à reeleição do presidente perdeu noticiabilidade diante do conjunto de agressões. Da mesma forma o acidente do ônibus que levava público bolsonarista para o encontro, que tombou e capotou na BR-060.

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