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A guinada de Rogério Cruz: prefeito entra no radar dos melhores do Estado

Quando estava em um dia de inaugurações em CMEI na Capital, em fevereiro, o prefeito Rogério Cruz foi chamado no canto por uma dona de casa que desejava agradecer a vaga conquistada.
O prefeito sorridente ouviu que estava impactando na vida da família inteira e que aquilo, sim, era governar “para os humildes”. Ali, Cruz teve uma epifania: “É isso que tem que ser feito! A resposta tem que ser esta”. O gestor, então, pediu aos auxiliares que buscassem mais alegria ao lidar com as pessoas e que colecionassem elogios sinceros da população, como termômetro de que estão certos com suas políticas públicas.
A cena aconteceu antes de Cruz protagonizar sequências desagradáveis, durante uma greve que teve agressões físicas por parte dos paredistas.
A violência da greve e a reação do prefeito marcou a guinada na sua imagem – ainda em construção na cabeça do povo.  Atacado, Cruz foi discreto, polido e aberto ao diálogo. Dias depois, as cenas que restaram foram de sorrisos e bonomia: a representante dos professores, em uma foto, se abria ao lado do gestor municipal após assinarem o reajuste salarial.   
Cruz confessa que as duas cenas (do agradecimento e da agressão) eram inesperadas, já que ele – na melhor das hipóteses – deveria estar ocupando uma simples vice na gestão do ex-prefeito Maguito Vilela.
Após a posse mandatória através do inesperado falecimento do prefeito eleito e dele próprio enfrentar a covid-19 duas vezes, um turbilhão de coisas aconteceu. Mas as cenas dos últimos meses revelam que o gestor assumiu – por hora – papel de estadista e busca a consolidação: 1) assumiu a gestão sem sobressaltos e deu continuidade ao trabalho do ex-prefeito Iris Rezende; 2) encarnou o papel de ‘ouvidor’ da população ao consultá-la, como a mãe que agradeceu pelo CMEI no bairro; 3) tirou de letra uma greve que começou estranha, se desenvolveu com violência contra ele e terminou com negociação republicana. Ao lado do prefeito de Catalão, Adib Elias; de Anápolis, Roberto Naves; e de Rio Verde, Paulo do Vale, Rogério Cruz tornou-se vitrine dos municípios. É a revelação dentre os administradores de cidades.
Chega a ser absurdo um ex-prefeito como Gustavo Mendanha (Patriota), de Aparecida de Goiânia, sem nenhum índice social e econômico decente para fazer páreo aos apresentados pela gestão Cruz, ganhar no grito e marketing a fama de “melhor prefeito”.  
Nos dois anos que foram chefes do Executivo juntos, as gestões são incomparáveis nos números e índices. A "cidade inteligente" da propaganda, por exemplo, não tem a internet mais rápida do país, mas Goiânia, segundo o ranking "Minha Conexão".
Ao contrário da gestão vizinha, que teve recordes de investimento em publicidade, Cruz faz proporcionalmente menor gasto em propaganda – e desperdiça menos ainda com distribuição de cargos para partidos.
Sua sustentação, até agora, está em ações concretas e reais: atender a população e interferir nos parâmetros que entram para história como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e Gini, além da geração de empregos e avaliações positivas de educação e saúde - quilômetros de distância de cidades como Aparecida e outras campeãs de propaganda.    
Então, qual motivo de Cruz ainda não ser reconhecido dentre os melhores?  Questão de tempo. 
Seu desempenho ao encarar as recentes crises – IPTU e greve de professores – o credencia a pautar vários debates públicos municipais.
Por enquanto, uma segunda compreensão se forma na cabeça dos seus observadores: a de que o prefeito não vai misturar política com igreja.  
Semelhante ao que ocorreu no Rio de Janeiro, em que o ex-prefeito Marcelo Crivela aparelhou a prefeitura com o conservadorismo do discurso religioso, o esperado era que a Igreja Universal se transformasse em subsidiária da Prefeitura de Goiânia.
Mas não aconteceu: o prefeito professa sua religião, faz defesa dela e respeita outras denominações. No feriado, nas redes, por exemplo, homenageava Goiânia e sua padroeira católica, justificativa do feriado.

Prefeito Rogério Cruz e esposa Thelma na Feira das Pretas: pautas inclusivas em vez de perseguição ideológica


Pastor da Universal, Cruz surpreende com programas sociais inclusivos e respeito às minorias – caso dos grupos LGBTs e negros. A demonstração de que a gestão segue livre e sem peias ideológicas ocorreu em 2021, quando a polêmica faixa de pedestre com bandeira LGBT foi questionada por conservadores na Justiça.
O prefeito continua religioso, participando de cultos e não entrou no embate, mas estava claro que seu farol de gestão não chegava aos detalhes de espezinhar minorias.
Primeiro prefeito negro de Goiânia, Cruz e a esposa Thelma prestigiam sempre que podem a Feira das Pretas – evento empreendedor apoiado pela Prefeitura que busca criar alternativas para a camada das mulheres mais impactadas com a falta de autonomia financeira.
Outra demonstração de que o gestor segue caminho oposto ao conservadorismo ideológico é o investimento de R$ 8 milhões na retomada cultural, com projetos como Festival de Ópera, Arraial de Goiânia, FestCine, Festival de Teatro Popular, Som do Mercado, etc.  
    

Ao lado da esposa Thelma, gestor procura comunicar empatia: aprovação melhorou nos últimos meses
Rogério Cruz na Igreja Sagrada Família consolida imagem de prefeito republicano ao participar de eventos laicos e de religiões diversas

Capital ainda tem muitos problemas  

O bom momento de Rogério Cruz não tira dele a necessidade de empenho para concluir o mandato. Como qualquer Capital, a cidade apresenta problemas em diversas áreas e a gestão depende da calibragem e cobranças dos setoristas e do maior dos gestores - o próprio prefeito.
Exemplos de reclamações: o teleatendimento para marcação de consultas no Whatsapp. O atendimento começa em um dia e sequer tem prosseguimento minutos, horas e dias depois, ou seja, não é efetivo.
Faltam obras de infraestrutura a serem feitas em vários bairros. Existe maior cobrança de políticas públicas por conta de moradores da região de Campinas, que receberam – desde a gestão de Iris – levas de usuários de drogas, que se apropriaram da Praça Joaquim Lúcio. E constantes cobranças para que as obras do BRT sejam finalizadas.
Mesmo com todos os problemas, o fato é que a imagem que começa a se construir na cabeça da população é de que Cruz não se furta a buscar soluções – o que já é uma grande evolução, quando observamos prefeitos que criam armadilhas nos municípios.   

Aproximação com Ronaldo Caiado melhora ambiente político

Rogério Cruz herdou do irismo uma conduta: a aproximação com o governador Ronaldo Caiado. Ele busca unir as duas gestões.

A prova tem sido o protagonismo de Rogério Cruz nos Mutirões do Governo de Goiás, com a Caravana do Bem.

A postura, novamente para efeito de comparação, é que faz a diferença. Em Aparecida de Goiânia, o prefeito, por interesse político, evitou parcerias com o governo.

Pois bem, Cruz tem fechado o máximo delas. E uma constante interlocução. Por exemplo, a Prefeitura abriu mão da Taxa de Desmembramento de Área para a construção de um Complexo Hospitalar Oncológico que terá internação, robótica, leitos de UTIs, etc.

Civilizado

Estas parcerias e alianças tornaram o prefeito civilizado perto de outros gestores que enxergam “política” em tudo.

As parcerias entre os dois entes federados estão em todas as áreas, com grande possibilidade de união política dentre prefeito e governador para 2022 e 2024.

Como resultados das parcerias, inaugurações de obras como o Viaduto da Avenida Jamel Cecílio e a mudança no Passe Livre já começam a surgir pesquisas que mostram a aprovação do gestor acima de 50%.   

 Sondagens internas e enquetes indicam a recuperação da imagem do gestor. Nacionalmente, Goiânia ganha “ar” de cidade civilizada, como quando a Prefeitura publicou, há uma semana, um decreto divertido sobre o frio. O tema foi notícia nacional nas emissoras da rede Globo e concorrentes, dando indiretamente ao gestor imagem de administrador leve, despretensioso e despojado.  

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