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POLÍTICA

Espera de Lula atravanca projetos de opositores goianos

A pré-candidatura de José Eliton (PSB), ex-governador de Goiás, pode ser retirada da agenda política estadual diante novas decisões nacionais que dependem do ex-presidente Lula.

Ele almejava disputar novamente o Governo de Goiás.

Eliton esperava ter o anúncio de apoio do PT no dia 28 e a retirada formal de Wolmir Amado, o nome apresentado pelos petistas até agora. Mas o que era negado até então - uma aproximação de Marconi Perillo (PSDB) e Lula - pode estar em curso e tornar obsoleta uma candidatura do PSB, legenda que deverá ser apêndice do PT em Goiás.

O PT tem priorizado Lula: o partido está aberto a qualquer aliança para voltar ao poder e derrotar Jair Bolsonaro (PL). Nacionalmente, o PSB já se submeteu aos mandamentos de Lula.

Não bastasse, o PT estadual informou que não decidirá agora os destinos da legenda. O partido adiou um encontro que ocorreria nos próximos dias para 11 de junho.

Político de perfil ideológico de direita até pouco tempo [com passagens no DEM, PP e PSDB], José Eliton se filiou no PSB após pedido de Geraldo Alckmin, ex-tucano que migrou recentemente para o Partido Socialista Brasileiro (PSB) como o "vice de Lula".

Segundo um dirigente partidário, tanto ele quanto Marconi e PT aguardariam a palavra final de Lula, que começou a interferir na política goiana após reestruturar sua pré-candidatura, em janeiro, e perceber que só derrotaria Bolsonaro com articulações nos estados.

O PT tem articulado onde é possível. Em Minas Gerais, por exemplo, a sigla indicou ontem a vice de Alexandre Kalil (PSD), pré-candidato ao governo.

Sutilezas de Goiás

Goiás é um dos estados menos receptivos ao PT. No poder, o partido pouco prestigiou Goiás - jamais indicou um ministro goiano. Poucas obras são lembradas da era Lula-Dilma. Seria um dos motivos para o baixo espectro de votos no Estado.

Após especulações, Marconi chegou a declarar para a "Folha de S. Paulo" que não existiria hipótese de aproximação com Lula, com quem entrou em atrito no episódio do Mensalão, em 2003, a compra de deputados federais para a aprovação de leis. Os dois políticos são antagonistas históricos por conta dos julgamentos criminais da época.

A união seria de conveniência, já que Gustavo Mendanha (Patriota), outro pré-candidato ao governo de Goiás, tem rejeitado uma aproximação tanto com Marconi Perillo quanto com o PT. Na avaliação suscitada por pesquisas, Marconi e PT apresentam grande rejeição e mais prejudicam do que ajudam, com o passivo de suspeitas de corrupção, processos e denúncias ainda na memória da população.

Nas pesquisas nacionais, Lula tem rejeição próxima de Jair Bolsonaro - o petista com 37,7 % frente aos 43,7% do presidente. Em Goiás, a última pesquisa, Instituto Brasmarket, mostra Marconi líder das rejeições.

Restaria para Marconi, sem Mendanha, uma aliança com o PT. Acostumado a exercer a coadjuvância, Eliton aguardará os desdobramentos. Pode ser o candidato à vice de Marconi novamente, se o PT não apresentar um nome. Ou sair ao Senado, caso ocorra uma aliança PT-PSDB-PSB.

Em troca de abrir palanque para Lula, que precisa vir ao Estado ao menos duas vezes, o grupo, em caso de vitória do petista, teria em mãos cargos federais de segundo escalão.

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