A desejada transparência

O Conselho Seccional de Goiás da Ordem dos Advogados do Brasil apresentou ontem para os advogados o Portal da Transparência da instituição no Estado. “Estamos resgatando uma promessa de campanha para dar transparência aos gastos e receitas da Ordem e cumprir um compromisso firmado com a advocacia goiana de que os recursos serão totalmente contabilizados e disponibilizados para consulta”, frisou o presidente da OAB-GO, Lúcio Flávio Siqueira.

Foram apresentadas as duas novas versões de sites institucionais da OAB e principalmente a vedete do projeto, o tão aguardado portal OAB Transparente. As páginas foram desenvolvidas após um sistemático processo de pesquisa envolvendo profissionais de tecnologia de informação, design e comunicação, além de todos os coordenadores das áreas envolvidas, adotando como modelos sites que já são referência no País.

Lúcio Flávio falou da grande expectativa para estas novas versões que serão disponibilizadas para a advocacia, atendendo a um antigo apelo. Ele lembrou que a OAB sempre cobrou de governos e instituições total transparência nas receitas e nos gastos, mas que setores da advocacia ainda relutavam em dar transparência do que a Ordem recebe e gasta. Gestões anteriores à da atual diretoria não admitiam sequer que as contas fossem auditadas pelo Tribunal de Contas da União.

Advogados que compõem o Conselho Seccional comemoraram o compromisso resgatado da advocacia e elogiaram a postura da direção, lembrando que se a Ordem tivesse transparência em seus atos não teria chegado a um rombo de mais de R$ 25 milhões, como o ex-presidente Enil Henrique de Souza Filho e seu antecessor deixaram. Os conselheiros anteriores alegaram que não sabiam como a direção da Ordem gastava mais do arrecadava, como tomava empréstimos suspeitos e com juros escorchantes e davam prédios e imóveis em garantia sem qualquer critério técnico. A irresponsabilidade era tão gritante que os principais imóveis da Ordem estão penhorados até hoje para pagar o passivo milionário.

Modernização

A nova plataforma de consulta para os advogados permite aos seus filiados acompanharem todos os passos do processo de recebimento e gastos e solicitarem informações. Os sites também possuem mais recursos multimídias e dialogam perfeitamente com as redes sociais mais populares, como é o caso do WhatsApp. Todas as páginas foram pensadas em torno de três conceitos principais: Pessoas – Serviços – Comunicação, eixos que nortearam as concepções consideradas para se pensar, desenhar e programar as páginas.

“Os novos sites são apenas a ponta do iceberg. Entre a informação bruta, registrada nos softwares de gestão, e aquela disponível para o advogado, na tela de seu computador ou de seu smartphone, existe todo um processo. E para que fosse possível lançar estes novos sites, especialmente o novo Portal da Transparência, foi necessária uma série de mudanças para aprimorar o parque tecnológico. Mudanças estas que não se limitam à aquisição de equipamentos e modernização da infraestrutura; elas demandam algo bem mais profundo e delicado: uma mudança de cultura, de rotinas de trabalho”, explica o secretário-geral Jacó Coelho. “Ao chegar aqui, encontramos uma estrutura totalmente obsoleta, deteriorada e que necessitava de manutenção urgente”, lembra ele.

Um processo importante e que ocorre em paralelo na seccional, e que será incorporado pelas novas páginas, é a “eliminação dos papéis”, digitalizando arquivos e processos. O coordenador de Tecnologia da Informação (TI) da OAB-GO, Leonardo Peixoto, reforça que a informatização é importante para a melhoria dos trabalhos prestados, o que irá beneficiar diretamente o advogado e a população. “A reestruturação para acabar com os papéis envolve a inovação dos processos internos. Essa modernização é muito produtiva e, sem dúvida, vai dar mais agilidade aos serviços”, comenta.

Nada a esconder

O presidente Lúcio Flávio lembra que esse é um dos mais importantes compromissos de campanha honrados. “Enfim a OAB-GO vai mostrar de fato e integralmente suas contas. Ocultar informações só interessa a quem não tem compromisso com a governança, a responsabilidade e a boa gestão. Felizmente esse tempo acabou na Ordem goiana”, finaliza.