À espera de Iris, PMDB ignora Paulo Garcia
Redação DM
Publicado em 4 de março de 2016 às 22:04 | Atualizado há 9 anosO deputado Bruno Peixoto, presidente do PMDB Metropolitano, comunicou ao deputado Luis Cesar Bueno, presidente do PT Metropolitano, que a prioridade de seu partido é obter a confirmação de Iris Rezende como pré-candidato a prefeito de Goiânia – o que deverá ocorrer em abril -, deixando para o final de julho conversações sobre alianças partidárias às eleições deste ano.
Paulo Garcia, em reunião com os peemedebistas que ocupam cargos na prefeitura deu prazo, expirado na última terça-feira, para que o PMDB decidisse sobre aliança com o PT nas eleições deste ano na Capital. Sem garantias dos cardeais peemedebistas, Murilo Ulhôa (presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos) procurou o prefeito e pediu adiamento do prazo para a resposta da direção de seu partido.
Com a provável inviabilidade de aliança PMDB/PT, o prefeito Paulo Garcia deverá exonerar os seguidores de Iris Rezende que ocupam cargos no primeiro escalão do Paço: Andrey Azeredo (Trânsito, Transporte e Mobilidade), Fernando Machado (Saúde), Paulo Borges (Desenvolvimento Econômico), Carlos Freitas (Procuradoria Geral do Município), Murilo Ulhôa (Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo), Ubirajara Abdul (Gabinete Executivo de Projetos Especiais), Sebastião Peixoto (Agência de Turismo) e o coronel Marco Aurélio Godinho (Gabinete Militar).
Paulo Garcia nunca escondeu a sua posição favorável à aliança do PT com o PMDB, tendo Iris Rezende como candidato a prefeito, apesar das divergências existentes desde que o seu partido optou, em 2014, por lançar a candidatura de Antônio Gomide a governador, dividindo a oposição com o líder peemedebista.
A relação PT/PMDB se agravou, no final do ano passado, com as críticas feitas pelo vice-prefeito Agenor Mariano à administração de Paulo Garcia. O quadro piorou com o endosso de Iris Rezende aos ataques desferidos ao Paço pelo vice-prefeito.
Desde que Paulo Garcia estabeleceu relação político-administrativa próxima com o governador Marconi Perillo, o ex-governador Iris Rezende se afastou do prefeito petista, deixando, inclusive, de trocar telefonemas. “Estou no meu canto e o prefeito no dele”, disse, Iris, há algumas semanas, em entrevista à rádio 730/AM.
Dos sete vereadores do PMDB, cinco integram a base aliada do prefeito Paulo Garcia na Câmara: Denício Trindade, Eudes Vigor, Izídio Alves, Misael Lemes Júnior e Wellington Peixoto, todos com cargos nos segundo e terceiro escalões da administração. Apenas Clécio Alves e Célia Valadão (ex-líder do prefeito) fazem oposição ao governo petista.
Só em julho
Bruno Peixoto deixou claro, na conversa com Luis Cesar Bueno, que o PMDB só irá tratar de alianças partidárias, em relação à sucessão em Goiânia, no final de julho, incluindo, neste caso, o próprio PT. “O PMDB tem seu tempo. Estamos esperando Iris Rezende confirmar a sua pré-candidatura a prefeito de Goiânia. A partir daí vamos tratar de alianças partidárias e o prazo final é 2 de agosto”.
O presidente do PMDB Metropolitano disse acreditar que Iris Rezende vai entrar na disputa pela prefeitura de Goiânia. “Iris Rezende foi o melhor prefeito da história de Goiânia. Em todas as pesquisas, lidera, com folga, a corrida ao Paço. Por isso, estamos esperando a sua confirmação como candidato.”
Bruno Peixoto argumenta que, caso não seja possível a aliança PMDB/PT no primeiro turno da sucessão em Goiânia, os dois partidos poderão caminhar juntos novamente, caso haja segundo turno. “Não fechamos as portas, queremos o diálogo. É evidente que qualquer acerto passa pela opinião de Iris Rezende.”
O dirigente ressaltou que a decisão de exonerar os peemedebistas que ocupam cargos no Paço Municipal é do prefeito Paulo Garcia. “O PMDB não indicou nenhum secretário. Os companheiros estão ocupando os cargos, a convite do prefeito. Cabe a ele estabelecer regras para manter ou não qualquer auxiliar.”
A interlocutores, Iris Rezende tem demonstrado desinteresse em reatar a aliança PMDB/PT, principalmente diante da impopularidade dos governos Paulo Garcia e Dilma Rousseff junto ao eleitorado goianiense, conforme revela pesquisa interna contratada recentemente pelo seu partido.
Luiz Cesar Bueno disse que o PT não irá esperar até 2 de agosto para definir alianças partidárias, em Goiânia, inclusive com o PMDB. “É um prazo longo. Temos que definir, até o final deste mês, o caminho do PT nas eleições deste ano, na Capital. O partido vai decidir, em prévias, o candidato que concorrerá à sucessão do prefeito Paulo Garcia.” O PT tem dois pré-candidatos: o próprio Luis Cesar Bueno e a também deputada estadual Adriana Accorsi.
O dirigente frisou que o PT aguarda resposta do PMDB sobre se Iris Rezende vai concorrer às eleições deste ano a prefeito. “Solicitamos ao PMDB que nos dê uma resposta sobre Iris vai concorrer e pretende fazer aliança com o PT. A partir daí, vamos tomar a nossa decisão.”
O presidente do PT prefere não opinar sobre a saída de peemedebistas da equipe de Paulo Garcia. “Esse assunto de ocupação de cargos no secretariado pertence a Paulo Garcia. Cabe ao prefeito estabelecer governabilidade e construção de maioria no Legislativo. Eu trato das questões que afetam ao partido e suas consequências nas eleições deste ano em Goiânia.”