“A política feita até agora tem levado à ineficiência do Estado e à corrupção”
Redação DM
Publicado em 29 de abril de 2018 às 02:11 | Atualizado há 7 anos
Líder das pesquisas para a disputa ao Palácio do Planalto, sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal Jair Bolsonaro, do Rio de Janeiro, militar da reserva do Exército, agora filiado ao PSL, faz uma pré-campanha pregando mudanças para o País. Mudanças no comportamento dos políticos, novos rumos para a economia e também investimentos que possam impulsionar o crescimento da economia, com distribuição de renda e promoção das desigualdades sociais.
Jair Bolsonaro concedeu entrevista, na última sexta-feira, ao DMTV, quando visitou a redação do Diário da Manhã. “O Brasil não está dando certo” foi a primeira frase que usou na abertura da conversa com os jornalistas do jornal. Ele esteve em Goiânia para participar de solenidade de entrega do Espadim Tiradentes no Comando da Academia da Polícia Militar de Goiás.
Polêmico e detentor de frases que repercutem, de imediato, na mídia, principalmente nas redes, dispara, com frequência, petardos na direção da esquerda, principalmente a partidoscomoPT, PCdoB, RedeePSOl, pois considera os “conceitos e as ideologias dessa gente” atrasadas, retrógradas.
Jair Bolsonaro tem 24 anos de experiência na Câmara, mas ficou conhecido no Brasil inteiro por suas declarações polêmicas, confusões com colegas, membros do Governo e entidades representantes de negros e homossexuais.
Em 2016, Bolsonaro surpreendeu o País ao afirmar que o coronel reformado do Exército Carlos Brilhante Ustra é um “herói brasileiro”. Ustra, que morreu aos 83 anos em 2015, foi reconhecimento pela Justiça como torturador no período da ditadura militar (1964-1985).
Jair Bolsonaro disse, na entrevista do DMTV, que, ao longo das últimas décadas, o País descambou para “a esquerda, para o populismo, para a política barata para cativar o eleitor pobre, muitas vezes sem uma cultura suficiente e está partindo, no meu entender, para o socialismo no Brasil.” Ele destaca: “Então, é reverter isso, buscar o ponto de inflexão e reverter isso. Não podemos nos aproximar da Venezuela e muito menos de Cuba”.
À pergunta como governador, o presidenciável do PSL tem resposta pronta: “Precisa-se do parlamento brasileiro. Hoje, temos uma bancada de praticamente 50 parlamentares de vários partidos que querem fazer uma política de maneira diferente do que é feita até agora. A política feita até agora tem levado à ineficiência do Estado e à corrupção, são os grandes acordos partidários, muitos líderes de grandes partidos indicam pessoas para ministérios, para estatais, para bancos públicos que não atendem a necessidade do povo brasileiro, até por interesse denãoseroBrasileserapenasdeatender aos seus apadrinhados. Então essa é a forma de nós estamos trabalhando para fazer a política diferente.”
Bolsonaro entregou para o economista Paulo Guedes, de reconhecimento internacional, a elaboração de seu plano de governo e a definição de metas.
A maneira como está montada a estrutura de campanha do pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL-RJ) promete ações que fogem ao figurino tradicional das grandes disputas presidenciais. Sem um marqueteiro, uma equipe enxuta de só cinco pessoas trabalha voltada exclusivamente para alimentar postagens em grupos de WhatsApp e páginas no Facebook.
Bolsonaro viaja sempre com um responsável pela gravação de vídeos. Após a produção, as imagens são encaminhadas para a equipe, que alimenta perfis oficiais e as distribui no WhatsApp.
ÍNTEGRA DA ENTREVISTA
Helvécio Cardoso – Quais são os seus projetos de governo? Que medidas o senhor pretende implementar, caso seja eleito?
Jair Bolsonaro – O Brasil não está dando certo. Ao longo das últimas décadas, descambou para esquerda, para o populismo, para a política barata, para cativar o eleitor pobre, muitas vezes sem uma cultura suficiente, e está partindo, no meu entender, para o socialismo no Brasil. Então, é reverter isso, buscar o ponto de inflexão e reverter isso. Não podemos nos aproximar da Venezuela e muito menos de Cuba. Como governar? Precisa-se do parlamento brasileiro. Hoje, temos uma bancada de praticamente 50 parlamentares de vários partidos que querem fazer uma política de maneira diferente do que é feita até agora. A política feita até agora tem levado à ineficiência do Estado e à corrupção, são os grandes acordos partidários. Muitos líderes de grandes partidos indicam pessoas para ministérios, para estatais, para bancos públicos que não atendem à necessidade do povo brasileiro, até por interesse de não ser o Brasil e ser apenas de atender aos seus apadrinhados. Então essa é a forma de n ó s estarmos trabalhando para fazer a política diferente. Vou fazer o Brasil que o povo quer
Helton Lenine – Como o senhor avalia o fato de o povo estar descontente com os políticos, sem motivação para as eleições?
Jair Bolsonaro – Vejo que o povo tem razão. Não produzimos felicidade, que esse é o objetivo do parlamento brasileiro. Um parlamento no País mergulhado em corrupção. Uma parte da delação do Palocci acabou de vir à público e pegou gente graúda do Rio de Janeiro, inclusive um pré-candidato ao governo do Estado. A corrupção, no meu entender, é uma das coisas mais importantes a ser combatida e está na cabeça do povo brasileiro. A outra questão que o povo quer que eu veja, eles querem que nós, que temos autoridade, não deixemos à vontade isso que está acontecendo. Em terceiro lugar, a pesquisa é bastante longa, é o conservadorismo, é a questão dos valores familiares, você ter um currículo escolar adequado. No meu tempo, onde nós aprendíamos alguma coisa, e hoje não se aprende nada. Uma política externa não mais voltada com um viés ideológico…
Helton Lenine – O senhor defende leis mais duras para resolver o problema da segurança?
Jair Bolsonaro – É uma medida efetiva para se combater a violência do Brasil, quero uma política do encarceramento duro, que o elemento não fique preso por alguns meses ou anos e vá para rua novamente. A segunda chance merece quem comete um crime de pequeno, quem comete determinados tipos de crime. Não podemos falar em prisão perpétua no Brasil, mas merece ficar 30 anos lá dentro, dessa forma ficar afastado da sociedade. É uma política que se fala em armamento, sim, porque é uma irresponsabilidade do governo desarmar nós, cidadãos de bem, porque eu também fui desarmado como capitão do exército, e deixar armado a bandidagem que vemos por aí, que não atua mais nos grandes centros, mas também nas regiões rurais. Não dar respostas a tudo isso é o que leva o descrédito da classe política.
Helvécio Cardoso – Além do economista Paulo Guedes, quem mais o senhor vai anunciar para o seu ministério, caso seja eleito?
Jair Bolsonaro – Tenho conversado com o Paulo Guedes e ele seria ministro da Fazenda e Planejamento, um ministério só. A defesa vai ser indicada pelo general Heleno, um oficial general do último posto, e a questão da ciência e tecnologia, que é muito importante, temos conversado com Marcos Pontes, é o nosso astronauta e um homem que está na ativa ainda, foi para a reserva da Aeronáutica há uns 10 anos, trabalha na Nasa, é um empreendedor e um homem que tem interesse por pesquisa. Uma pessoa com essa formação vai fazer o Brasil se preocupar com essa área. Cadê o nosso Vale do Silício no Brasil? Hoje, não fabricamos uma máquina fazer de operações. Cadê nossa pesquisa no tocante a nióbio. Temos Catalão, que parece, pelo que me consta, se entregou ao capital chinês.
Helvécio Cardoso – Recentemente o senhor levantou a questão do nióbio. O Brasil é um dos maiores produtores de nióbio do mundo, mas não fixa seu preço, que é estabelecido em Londres, apesar da Inglaterra não ter nióbio, um minério de importância estratégica, como qual se fabrica mísseis, turbinas de avião etc. Como o senhor se posiciona diante desta questão?
Jair Bolsonaro – Quando estive em Araxá, vi umas 50 bandeiras de países na entrada da empresa que extraí o minério, e são de países que importam nióbio nosso. Comecei a pesquisar alguns países que não investem na questão do nióbio e eles apenas estão fazendo reserva estratégica, porque sabem do seu potencial para o futuro. No primeiro momento, não se pode exportar à vontade, como estão fazendo agora com a China, em Catalão, Goiás, que está bastante adiantada nessa política. Tem que segurar isso. A China está utilizando o nióbio para construção; a Alemanha, em chassis de automóveis. O nióbio é mais pesado que o ferro, mas se usa menos porque tem uma liga muito mais forte para o chassis de automóvel, serve até, num primeiro impacto, como se fosse um airbag. Serve para fazer vidros inteligentes. De acordo com a concentração de nióbio no vidro, ele define quanto de luz e calor entra em um prédio, ele define a economia elétrica no tocante a isso. E estamos entregando esse minério a preço de banana. Devemos segurar a questão.
Helvécio Cardoso – seria o caso de defender o nióbio brasileiro?
JairBolsonaro- CriaramaOPEP, décadas atrás. Apenas no Canadá, o produto é equivalente a 2% do mundo. Nós temos 98% e ninguém mais tem o nióbio de forma competitivamente falando, apenas no Brasil fomos agraciados com isso. Temos que agregar valor ao nióbio para depois exportá-lo. Junta o nióbio à questão do grafeno, que vem do grafite. Tem as áreas só de riquezas mineiras, temos o que o mundo não tem.
Helvécio Cardoso – O Estado de S. Paulo publicou uma reportagem mostrando que os investimentos públicos caíram a 1,6% do PIB, a menor taxa em 50 anos. É possível fazer o Brasil voltar a crescer sem investimentos públicos?
Jair Bolsonaro – Em torno de 93% do orçamento está comprometido com despesa obrigatória. ficamos devendo R$ 107 bilhões no ano passado, e é semelhante esse ano. Para o ano que vem, vai continuar. O que tenho conversado com o economista nosso é como resolver esse assunto, porque não é apenas economizar, porque tem muita torneira jorrando de forma desnecessária. Como entrar mais dinheiro no caixa sem aumentar imposto? Essa é a grande interrogação que o economista Paulo Guedes fala que tem como resolver. É você desregulamentando a economia, desburocratizando, buscar maneiras de diminuir o Custo Brasil.
Helton Lenine – Na sua opinião, a reforma das leis trabalhistas pode ajudar ou piorar a situação econômica?
Jair Bolsonaro – Todo mundo quer direito, mas o empresariado tem direito ao que? O trabalhador vai ter que chegar um dia e decidir: menos direitos ou mais emprego. Quem está dizendo não sou eu, é quem produz no Brasil. Essa equação vai ter que ser resolvida um dia, senão teremos um País mergulhado no caos. Porque ninguém quer ser patrão hoje em dia, é complicado demais. Se leva, no mínimo, 90 dias para se abrir uma empresa, o dobro de tempo se quiser fechá-la. E os direitos são tantos que você fica amarrado junto ao sindicato e nem sempre a economia tem como receber o que você produz, de modo a que você tenha algum lucro no final do ano. E mais ainda, hoje em dia, quando alguém quer investir em alguma coisa, ele vê a expectativa de lucro. Se for abaixo de 10% do que ele investiu, não quer arriscar, e muitas vezes fica aplicando na bolsa.
Helton Lenine – Os programas sociais vão continuar no seu governo, ou pretende extingui-los?
Jair Bolsonaro – Ano retrasado, gastamos R$ 29 bilhões de reais com bolsa família. Lembro que Dilma Rousseff, por ocasião da campanha, bateu no peito e falou com muito orgulho: “14 milhões de famílias recebem bolsa família no Brasil”. Eu teria vergonha de falar isso. O que tira o homem e uma mulher da pobreza não são esses projetos sociais, mas o conhecimento. Tem que investir maciçamente na educação, na instrução da nossa garotada. Por outro lado, não se pode acabar com o programa bolsa família, que tem um percentual considerável, que se você tirar ele nem vai para debaixo da ponte, porque não tem lugar para morar lá. Agora, as informações que temos, precisamos de mais dados, é que um terço é fraude, o outro terço é gente que poderia estar no mercado de trabalho se nós facilitássemos a empregabilidade por parte dos patrões. Então, esse é o nosso foco: combater a fraude, tentar inserir a pessoa no mercado de trabalho e dar o conhecimento para que essa pessoa não dependa do Estado eternamente.
Helton Lenine – Como resolver o problema do desemprego? Segundo o IBGE, são 14 milhões de desempregados.
Jair Bolsonaro – Não são 14 milhões de desempregados, são em torno de 40 milhões. Porque quem recebe bolsa família é tido pelo IBGE como se empregado fosse. Quem não procura emprego é tido como empregado. Quem trabalhou uma semana o ano passado é tido como empregado. Quem recebe auxílio-reclusão é tido como empregado. São números falsos. A situação é mais grave do que se possa imaginar. Por outro lado, eu poderia ter uma empresa e ter meia dúzia de empregados. Não tenho porque, dada a questão trabalhista, que é muito fácil a esquerda e sindicatos falar que você quer acabar com direitos… Eu votei favorável à reforma trabalhista, me orgulho disso. O ano retrasado tivemos 4 milhões de ações trabalhistas no Brasil, mais do que em todo o mundo. Esse é um sinal mais do que claro que tem muita coisa errada. Tem que começar a mexer nessa questão.
Helvécio Cardoso – a agricultura e a pecuária são a base da economia do Centro- Oeste. Há quem defenda o fim dos subsídios ao crédito rural, e até em privatizar o Banco do Brasil. Como encarar o problema?
Jair Bolsonaro – Falar em privatizar o Banco do Brasil não está certo. Problemas para o produtor rural não faltam e como o agronegócio é uma das poucas coisas que está dando certo na economia, o que os governos fazem? A briga do funrural. Há poucos meses saiu um sentença favorável de referência a R$ 20 bilhões de reais. Outro problema, não é bem o governo, mas as bancadas. Está avançando no Senado, um projeto para não valer a Lei Kândir para os Estados Produtores. Cada estado cobraria ICMS das commodities. É mais um problema. Querem também cobrar água, daqui a pouco vão cobrar o vento. Mais ainda: tem uma emenda constitucional, de 2015, que trata exatamente da questão da propriedade privada. Hoje em dia, a propriedade privada, ninguém pode dizer que aquela fazenda é dele, porque se obriga ao proprietário privado a questão do trabalho escravo. Então, o trabalho escravo leva à desapropriação do imóvel. Então, qualquer jurista, o Judiciário já se aparelhando à esquerda… Qualquer trabalho análogo ao de escravo é trabalho escravo também, porque pode ser qualquer coisa. Você vê uma senhora pulverizando uma plantação com todo o equipamento, chega a fiscalização do Ministério do Trabalho e diz que ele está grávida e nem ela sabia que estava.. e por trabalho análogo à escravidão. Então, aquele proprietário vai perder sua fazenda com tudo o que está dentro. Esses são os problemas. A insegurança jurídica está ameaçando a propriedade privada. Já tem proprietário rural, em alguns estados, com ações na Justiça para expropriação, tendo em vista a Emenda Constitucional 81.
Helvécio Cardoso – Como pretende resolver o problema da dívida interna, que cada vez cresce mais?
Jair Bolsonaro – Quase metade do que se arrecada no Brasil é para juros e rolagem de divida. Botei isso na mesa para o economista Paulo Guedes, porque a situação está bastante complicada. Tem que arrecadar mais, segundo ele e eu, sem aumentar impostos. Onde explodiu nossa dívida interna? Na metade dos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso, onde a taxa Selic chegou a bater 50%. É a mesma coisa de se pegar dinheiro de um agiota pagando 10% ao mês e, de repente, ele a passa a 50%. Não se paga a dívida, mas ela cresce. Essa é a situação que está o Brasil. Quando falo que todos tem que conversar, o sistema financeiro fica chateado comigo. Não adianta falar que vai honrar compromisso se não tem dinheiro. Ninguém quer dar calote em ninguém, todo mundo quer pagar a sua conta, mas esta conta está impagável e nós temos que buscar uma maneira de solucionar o problema.
Helvécio Cardoso – Outro problema angustiante é o endividamento dos Estados e dos Municípios. Mais ou menos metade da dívida foi contraída junto a instituições financeiras públicas e privadas, mas a parte substancial é dívida junto à Secretaria do Tesouro Nacional. É uma coisa mágica: quanto mais se paga essa dívida, mais ela aumenta. Uma solução para desafogar os Estados não seria a União perdoar esta dívida, que não tem contrapartida e que consome cerca de 14% das receitas líquidas? Isso não poderia ser aplicado em Educação, Saúde, Segurança?…
Jair Bolsonaro – Você vai trazer a dívida para a União, se trazer a responsabilidade toda para a União. Tem-se que buscar um meio termo. Esse conselho teu é meio mágico. A dívida vai para União. O ano passado, depois da despesa obrigatória, pagamos R$ 110 bilhões de reais e essa dívida fica cada vez mais impagável. Então temos que buscar uma solução. Não pode dar canetaço em nada. Segundo o economista me disse no tocante a isso, como privatizar, trazer a taxa Selic para uma taxa menor, fazer uma reforma da previdência como a proposta do governo Temer? Essa solução passa…. como no começo eu falei que não entedia de economia por uma questão de humildade… A Dilma entendia. Onde botou o Brasil? Inclusive, ninguém nunca falou de entender ou não de economia, mas, o que levou o Brasil ao caos não foram esses economistas que sempre estiveram ai? Esses são exatamente os mesmo que estão assessorando outros pré-candidatos. Pelo menos o meu nunca esteve a serviço de governo nenhum, é uma pessoa reconhecida dentro e fora do Brasil e sempre esteve ao largo dessas questões.
Helton Lenine- Como o senhor espera fazer um governo estável sem apoio do Congresso. Tudo indica que o senhor não vai conseguir formar bancadas majoritárias.
Jair Bolsonaro – Quem vai fazer um governo semelhante é quem está fazendo coligações. Eu não estou fazendo coligação nenhuma. Mas quem vai dizer a regra do jogo sou eu, porque sou o único diferente de todos eles. O que levou o meu partido antigo, o PP, à situação que se encontrou? O meu ex-partido, o PP, é o que tem percentualmente o maior número de parlamentares citados na Lava Jato. O Alberto Youssef, um dos delatores, disse que tinha deputado do meu ex-partido que ganhava por mês R$ 250 mil. O próprio Alberto Youssef falou que do meu ex-partido apenas três deputados não pegavam dinheiro na Petrobras. Então, se você for lotear para governar, vai continuar fazendo a mesma política de antes, e isso nós não faremos. Se for para fazer a mesma coisa, eu estou fora. Se alguém acha que não tenho condições de governar porque não vou entregar o patrimônio público para político, vote em outro candidato porque estes outros entregarão, sim.
Helvécio Cardoso – Dados do Banco Central indicam que quatro bancos particulares detêm 80% do mercado de crédito no Brasil. Há um consenso entre os economistas de que este monopólio está na base das taxas de juros mais altas do mundo. Recentemente, o Jornal do Brasil e a Folha de S. Paulo, em seus editoriais, propuseram a estatização do sistema bancário. Na sua opinião, a solução seria estatizar ou quebrar o monopólio?
Jair Bolsonaro – Tem que buscar quebrar o monopólio. Estatizar, jamais. Há poucos dias um grande economista falou o seguinte: “qualquer pessoa que queira propor uma reforma tributária ou fiscal tem que ser PhD em economia”. Essa pergunta é difícil de responder. Não tenho a resposta para os problemas do Brasil todas aqui, tanto é que você governa de acordo com a própria condição dos seus respectivos ministros. E a parte econômica é uma parte importantíssima nessa questão. Há o monopólio no Brasil, os bancos agem em conjunto. A ideia é, sim, quebrar o monopólio, mas estatizar, no meu entender, nunca passou pela minha cabeça, porque afinal de contas estamos quebrando o Brasil exatamente por quase tudo estar estatizado.
Helton Lenine – Aqui em Goiás, o seu partido vai apoiar qual candidato?
Jair Bolsonaro – A competência para decidir essa questão em Goiás é do delegado Waldir, que é o presidente do PSL. Tem o major Vitor também, que é um pré-candidato a deputado federal e, também o dr. Liberato Póvoa, outro pré-candidato. Obviamente, se houver interesse do Ronaldo Caiado… Eu o tenho no meu conceito, foi um colega na Câmara, sempre o achei uma pessoa excepcional lá dentro. Goiás está muito bem servido de pré-candidatos.
Helvécio Cardoso – Qual é a sua mensagem final para o povo goiano?
Jair Bolsonaro – O que precisamos, no meu entender, é elegermos um presidente homem ou mulher que seja honesto, com Deus no coração e que seja patriota. Vou fazer o Brasil que o povo quer. Acredito que com essa base e chegando lá com independência, se pode mais que sonhar, mas ter a certeza de mudar o destino do Brasil. Fora isso, continuaremos na mesma vala comum.
É uma irresponsabilidade do governo desarmar nós, cidadãos de bem, e deixar armada a bandidagem que vemos por aí”
A pasta da Defesa vai ser indicada pelo general Heleno, um oficial general do último posto”
Estamos entregando esse minério, o nióbio, a preço de banana”
Acho o Ronaldo Caiado excepcional”
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