Política

A réplica e a tréplica

Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2016 às 21:02 | Atualizado há 4 meses

Júlio César Machado nega que sua gestão tenha sido “inoperante” e defende seu legado

O advogado Júlio César Machado contestou a afirmação do seu colega, Rodolfo Otávio Mota, de que a Caixa dos Advogados de Goiás – Casag, esteve inoperante durante a gestão que terminou no final do ano passado. Julio Cesar era presidente da instituição e foi sucedido por Rodolfo Otávio.

O atual presidente disse, em entrevista ao Diário da Manhã, de 16 de fevereiro, o seguinte: “A Casag, nós a encontramos em uma situação financeira diferente da Secional de Goiás da OAB. A OAB-Goiás, como será demonstrado em auditoria, está com obrigações em aberto e terá um 2016 deficitário. Já a casag está em situação diametralmente oposta. Ela está com saldo de caixa. Mas a encontramos inoperante”.

Segundo Rodolfo, não se via a Casag se comunicando com os advogados e levando seus benefícios aos quatro cantos do Estado. Talvez até por isso é que ela tenha se tornado superavitária, na avaliação dele. “Deixou de cumprir seus objetivos estatutários, que é levar benefícios e serviços a todos os advogados, para atender apenas aos advogados goianienses. Os serviços em maior número estão à disposição apenas dos advogados que transitam pelo Setor Oeste, onde a Casag tem sua sede à Rua 100. E isto não pode acontecer. Temos que fazer justiça aos advogados que recolhem o mesmo valor em anuidade”, afirmou o presidente.

Júlio César diz que a Casag, sob sua gestão, nunca foi “inoperante”. E atribui ao “desconhecimento” de Rodolfo “muita coisa que ele falou”. Júlio César afirma que fez chegar às mãos do seu sucessor um “circunstanciado relatório” de todas as atividades da Casag até o dia 16 de dezembro do ano passado. Diz ainda que franqueou aos novos diretores todas as dependências da Casag e deu ordens aos funcionários para prestar a eles todas as informações que fossem solicitadas. Daí, disse ele, seu estranhamento em face das declarações do seu sucessor.

Rodolfo Mota, não se via a Casag se comunicando com os advogados e levando seus benefícios aos quatro cantos do Estado. (Ruber Couto)

A razões de Júlio César

O ex-presidente da Casag explica que 65% dos advogados goianos moram na capital do estado. Os 35% restantes residem por todo o interior. Isto, segundo ele, explica por que a Casag tem atuação mais forte na capital do Estado. Ele afirma que, durante sua gestão, a Casag teve um crescimento patrimonial da ordem de 64%, deixando em caixa um superávit de 7 milhões de reais.

Informa o ex-presidente que a Casag venceu uma ação consignatória contra o INSS, graças ao que poderá recuperar mais de R$5,6 milhões dos valores depositados.

Ele afirma que o plano de saúde da Casag cresceu 40,70% durante sua gestão. A Loja de Óculos, a “Ótica da Casag”, registrou um aumento de 108% do volume de vendas, com duas unidades de atendimento em Goiânia e uma no interior. Os óculos eram vendidos a preço de custo. Foram celebrados 233 convênios com outras entidades, na capital e no interior. Tais convênios foram celebrados com uma grande empresa aérea, para fornecimento de passagens; com postos de gasolina, e com farmácias, com lojas de roupas e com lavanderias etc.

Relativo à prestação assistencial, por meio dos “auxílios”, que são estipêndios aos advogados e advogadas que a eles fazem jus, diz Júlio César que foram atendidas, no interior e na capital, 672 solicitações de “auxílio maternidade”; 116 de “auxílio extraordinário”; 166 de “auxílio funeral”.

Júlio César elenca ainda, como realizações de sua administração, a reforma do Edifício da Casag, à Avenida Goiás; a modernização administrativa, contábil e financeira da entidade; a doação de mais de 160 computadores às subseções da Ordem, visando a inclusão digital de advogados que militam no interior. Informa ainda que, para facilitar a vida dos advogados, trouxe para dentro das instalações da entidade funcionários da Unimed, para agilizar o agendamento de consultas médicas, de exames etc.

Júlio César Machado, que atua na área empresarial e tributária, foi conselheiro da OAB-GO por dois triênios seguidos, e presidente da Casag no último triênio. Foi subcoordenador do Exame de Ordem e, antes de exercer o cargo de conselheiro, foi membro de várias comissões.

O ex-presidente da Casag sentiu-se ofendido pelo que considerou “injusto” comentário do atual presidente. Diz que se doou sobretudo por seus auxiliares e pelos colegas que serviram sob suas ordens como diretores, aos quais “agradeço pela colaboração”. Por esta razão ele deixou de comparecer à cerimônia de inauguração de seu retrato na galeria dos ex-presidentes.

Ouvido novamente pelo Diário da Manhã, o atual presidente da Casag, Rodolfo Otávio ratificou suas declarações anteriores e acrescentou que “a Casag foi omissa em relação aos hipossuficientes”. Disse que a Casag deu exclusividade aos advogados da capital, “exceto pelo fato de manter dois funcionários em Rio Verde”. Disse que a Casag deixou de cumprir suas finalidades estatutárias. “A Casag não é um banco”, encerrou.

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