Política

Adriana Accorsi e Luís Cezar disputam a indicação ao Paço

Diário da Manhã

Publicado em 31 de janeiro de 2016 às 23:26 | Atualizado há 4 meses

Deputado estadual participará das prévias internas do PT programadas para março de 2016
Parlamentar foi a mais votada da sigla na Capital e crê na recuperação de Paulo Garcia
Presidente do PT descarta aliança com Democratas, presidida pelo incendiário Ronaldo Caiado
Delegada de Polícia é filha do ex-prefeito de Goiânia Darci Accorsi [1993-1996]

O deputado estadual e presidente do PT Luís Cesar Bueno e Freitas e a delegada de Polícia Adriana Accorsi disputarão as prévias da legenda em 2016. A consulta aos filiados da sigla para a escolha do candidato a prefeito municipal de Goiânia deverá ocorrer em fevereiro ou março. Todos os membros do partido em dia com a tesouraria poderão participar do fórum.

Fundador do PT, o primeiro é historiador, especialista em políticas públicas e dirigente da tendência interna Movimento PT. Os seus primeiros passos estão sendo coordenados pelo publicitário Renato Monteiro, da Cantagalo. A segunda é graduada em Direito, ex-diretora-geral da Polícia Civil, filha do ex-prefeito da Capital Darci Accorsi e porta-voz da Articulação.

Luís Cesar Bueno refuta a proposta de acordo com o Democratas [DEM]. A legenda que refundou o velho e carcomido PFL [Partido da Frente Liberal]. Mais: ele quer estabelecer um distanciamento de segurança do PMDB, controlado por Iris Rezende Machado. O PT quer colocar o seu bloco nas ruas, retomar a iniciativa política e ocupar espaços na Região Metropolitana.

Adriana Accorsi, deputada estadual mais votada do PT em 2014, já teria oficializado a sua pré-candidatura à Prefeitura de Goiânia. As eleições ocorrerão em outubro de 2016. Registro: 400 convencionais escolherão o nome. Uma aliança, hoje, com o PMDB estaria cada vez menos provável. É a conversa nos bastidores do PT. Ao contrário de 2008, 2010, 2012 e 2014.

O parlamentar informa ao Diário da Manhã que os critérios para a definição do candidato devem ser: densidade eleitoral, compromisso com a gestão do prefeito de Goiânia, Paulo de Siqueira Garcia, e identidade com o programa e a história do Partido dos Trabalhadores, legenda fundada em 10 de fevereiro de 1980. Esses são os requisitos definidos pela executiva municipa

– Para a escolha do candidato à sucessão municipal.

Tanto Adriana Accorsi quanto Luís Cesar Bueno acreditam que, com investimentos de R$ 1 bi, a Prefeitura de Goiânia realizará um pacote de obras e serviços que repaginará o layout da cidade, deixará a marca da sustentabilidade permitirá que Paulo Garcia recupere a sua imagem no mesmo porcentual de outubro de 2012, quando subiu ao pódio nas eleições ao Paço já no 1º turno.

Alianças políticas

O PT de Goiânia aguarda apenas a resolução nacional para o estabelecimento de prazos para a definição do nome e do arco de alianças políticas e eleitorais possíveis para 2016. A tendência é que o campo de acordos políticos se restrinja à base de apoio político e parlamentar, no Congresso Nacional e nas unidades da federação, da presidente da República, Dilma Rousseff Linhares;

Luís Cesar Bueno lembra que, em Goiânia, o PT tradicionalmente realiza prévias internas para o afunilamento de nomes às eleições. É um instrumento legal e democrático utilizado dentro do partido, frisa. Antes da homologação do pré-candidato, porém, a pré-convenção deve definir se lançará nome próprio ou se optará por carreira solo na sucessão municipal.

Tática política

Pragmático, Luís Cesar Bueno suaviza o discurso e afirma que o ex-ministro de Estado da Agricultura e da Justiça, ex-governador do Estado de Goiás por dois mandatos [1983-1985] e ex-prefeito de Goiânia por três gestões [1966-1969; 2005-2008; 209-2010] Iris Rezende [PMDB] possui uma folha de serviços prestados e surge nas pesquisas com chances reais de vitória em 2016

– Mas o PT trabalha com a perspectiva de ter candidatura própria. O que não há é identidade política nem programáticacom o DEM!

Economia

É consenso no PT de Goiânia que com a nova equipe econômica a economia voltará a crescer, retomará o ritmo da era Luiz Inácio Lula da Silva [2003-2006 e 2007-2010], a crise política vai se dissipar e o porcentual de aprovação de Dilma Rousseff voltará a subir. Apesar da crença dos cardeais petistas, somente o tempo irá dizer se o Palácio do Planalto sairá da linha de tiro

De Luís Cesar Bueno:

– É preciso realizar uma reforma tributária, taxar as grandes fortunas, reduzir o nível do arrocho e atenuar os efeitos da crise internacional no Brasil. Grécia, Espanha, Portugal, Irlanda, Japão apresentam sinais de crise e houve uma desaceleração do crescimento da Ásia, em particular, da China, uma das principais parceiras comerciais do Brasil.

A renúncia ou mesmo o impeachment de Dilma Rousseff não fazem parte de nossa agenda política, atira. O governo federal possui uma base parlamentar que impedirá a aprovação de qualquer pedido de impedimento, dispara o cardeal da sigla. Dilma Rousseff terminará o seu mandato, apesar da tentativa de golpe do PSDB e do DEM, acredita e denuncia.

– Luiz Inácio Lula da Silva será candidato ao Palácio do Planalto em 2018, avisa.

Capital

A Prefeitura de Goiânia realiza, hoje, 80 obras em múltiplos pontos da Capital. Jeovalter Correia, secretário de Finanças do município, promove. Hoje, o equilíbrio orçamentário e financeiro, amplia a receita e permitirá a execução de um pacote de obras e serviços em parcerias com o Governo Federal. A parceria com a Casa Verde distanciou Paulo Garcia de Iris Rezende

A legenda pretende dobrar o número de prefeitos nas próximas eleições. O partido elegeu 17, em 2012, mas expulsou quatro, em 2014, por infidelidade partidária. A meta é pular de 30 para 60 o número de vices, ampliar a quantidade de vereadores e se consolidar, com a criação de diretórios municipais, em mais 80 cidades de Goiás. O PT se prepara já para as eleições de 2018

De linhagem socialdemocrata, ele critica o conceito de Estado Mínimo que supostamente teria inspirado a reforma administrativa do Governo do Estado de Goiás, com Marconi Ferreira Perillo [PSDB]. Luís Cesar ataca as Organizações Sociais [OS]. Adriana Accorsi, fiel às suas ideias na juventude dos anos 80, acredita em um programa socialista e democrático.