Política

Adriana apoia aliança entre PT e PMDB para eleição de Maguito

Redação DM

Publicado em 25 de janeiro de 2017 às 00:42 | Atualizado há 8 anos

Assim como fez o seu pai, o saudoso prefeito Darci Accorsi, a deputada estadual Adriana Accorsi está engajada na organização do Partido dos Trabalhadores em Goiânia. Darci, que foi candidato a prefeito em 1985, liderou naqueles primeiro anos do PT a formação de uma nova hegemomia política interna, que levaria os petistas às vitórias naquele ano e também em 1992. Adriana participa do PED – Processo de Eleição Direta do PT,  onde os militantes, pelo voto direto, escolhem escolher o presidente e os dirigentes do diretório metropolitano do partido. O processo acontece no mês de março e Adriana costura apoios com os vários grupos do partido. No mês de abril os petistas elegem o novo diretório estadual e em junho será realizado o VI Congresso Nacional que deve eleger Lula para a presidência da legenda.

Em sua campanha, Adriana defende que o PT ouça mais as base, evite decisões de cúpula e se aproxime dos movimentos sociais. Ela defende que o PT esteja na oposição aos governos do presidente Michel Temer (PMDB-SP), Marconi Perillo (PSDB) e Iris Rezende (PMDB). Segundo Adriana, o PT e os brasileiros foram vítimas de um golpe que depôs uma presidenta honesta (Dilma Roussef) e colocou o país à mercê de um agrupamento que está sob fortes acusações de corrupção na Operação Lava Jato. O reflexo deste governo golpista, segunda Adriana é que a cada 24 segundos um brasileiro perde o emprego.

Numa entrevista à Rádio 730, no programa dos jornalistas Rubens Salomão, Cleber Ferreira e Eduardo Horácio, a deputada falou de seus projetos para o PT e suas idéias para Goiânia e para Goiás. Perguntada sobre como o PT irá se comportar em relação as eleições de 2018, Adriana diz que a legenda tem como definição alianças com partidos de esquerda como o PC do B, o PDT, o PSOL e outros, mas quando questionada sobre a possibilidade de uma aliança com o PMDB, ela é enfática: diz que o único nome do PMDB com o qual acredita que é possível discutir o apoio do PT é o do ex-governador e ex-prefeito Maguito Vilela.

Adriana veta qualquer possibilidade de composição entre o PT e o PMDB numa chapa com o senador Ronaldo Caiado (DEM). A deputada diz que é preciso lutar para que aja eleições diretas para presidente da República já em 2017, revela que irá disputar a reeleição na Assembléia Legislativa e fala sobre seus projetos e a perspectivas do PT para os próximos anos. Confira:

 

Confira a entrevista

Passado o impeachment a situação do país não melhorou, por que?

Adriana Accorsi – Tiraram uma presidenta honesta e o país piorou. Fizeram uma criminalização do PT para que houvesse o golpe, que retirou uma presidenta honesta do poder. O golpe é negativo para o país, e o que se vê é que a cada 24 segundos uma pessoa perde o emprego no país. O governo golpista propóe uma reforma da previdência onde só a aquela menina, a Maysa, que era apresentadora do SBT poderá se aposentar. Temos o fim dos programas de inclusão social dos governos do PT, como o Minha Casa Minha Vida, ProUni, Fies, e as pessoas estão vendo. É claro que as instituições também passam por dificuldades, e o que acontece com o PT é que o partido está se reorganizado para se fortalecer, pensando não somente nas eleições, mas nas lutas que temos como causa, que são as lutas dos trabalhadores

 

Qual é o projeto de Adriana Accorsi em 2018?

Adriana Accorsi – Sou candidata á reeleição para deputada estadual, pois acredito que a oposição cumpre um papel importante no Legislativo.

 

O PT é oposição ao prefeito Iris Rezende?

Adriana Accorsi – O PT está a priori em oposição em todos os níveis, em Goiânia, no Estado de Goiás e em Brasília, contra o governo golpista que exigimos eleições diretas para presidência da República, para que se retome o curso da democracia no Brasil. Em Goiânia estamos na oposição, e as pessoas que acompanham a nossa tragetória sabe que nós sempre tivemos uma oposição propositiva, responsável, séria, que não é baseada em críticas infundadas. Eu como deputada, que tive uma grande votação em Goiânia, tenho que contribuir com a minha cidade, e por isto tenho várias emendas voltadas para capital, como, por exemplo, para a Guarda Civil, para o Residencial Niso Prego, onde estão as crianças que estão privadas do convívio familiar, que a Delegacia de Defesa da Criança e do Adolescente tem que tirar do convívio dos pais por questões de violência doméstica. São emendas que eu fiz e que o governador tem sancionado estas emendas, pois o interesse é contribuir com Goiânia. O partido está na oposição e todas as decisões sobre política de alianças passarão ppor grande debate no partido

 

Como está o debate interno no PT em Goiânia e em Goiás?

Adriana Accorsi – Eu acredito que esta discussão vai se aprofundar nestes próximos meses, vai ser alvo de muitos debates, o PT terá o seus encontros municipais, estaduais e nacional. Eu acredito que o PT tem que tomar decisões pela sua maioria, e nós líderes, temos que cumprir. Acredito nisto. Se o PT definir que temos que nos aliar a este ou aquele partido, temos que cumprir, pois defendo que as decisões da maioria sejam cumpridas pelos líderes, deputados, candidatos. Isto é muito caro para nós.

 

Com quais forças o PT irá conversar para as eleições de 2018?

Adriana Accorsi – Eu estou defendendo este posicionamento na renovação do diretório, de que as decisões não sejam de cúpula, sejam da base. Nós temos como definição hoje que temos que buscar alianças no campo da esquerda, como o PC do B, PSOL, e alguns outros partidos neste campo.

 

Pode haver uma aliança com o PMDB?

Adriana Accorsi – O futuro dirá, porque na minha opinião, não vejo como o PT esteja numa aliança onde esteja o DEM e o senador Ronaldo Caiado.

 

E se a aliança não tiver o DEM?

Adriana Accorsi – Tenho todo respeito por ele (Caiado), mas nossos posiocionamentos, não só políticos, mas as políticas públicas são totalmente diferentes, então é incoerente esta aliança. Em não estando presente o DEM, nós podemos discutir esta aliança, sobretudo  em havendo a possibilidade do ex-prefeito e ex-governador Maguito Vilela ser o candidato.

 

Por que Maguito?

Adriana Accorsi – Porque foi um governador parceiro do Partido dos Trabalhadores. Sou testemunha porque ele foi governador quando meu pai (Darci Accorsi) foi prefeito de Goiânia.

 

Maguito foi contra o impeachment…

Adriana Accorsi – Maguito foi sempre parceiro e leal aos governos do presidente Lula e da presidenta Dilma, que por sua vez foram parceiros da cidade de Aparecida de Goiânia. Eu sempre defendi que uma vez passadas as eleições temos que pensar na população e não nos partidos políticos, e os governos devem destinar recursos para o que é justo e o que é certo, independente de partido de situação ou de oposição. E desta forma foi feito o governo de Maguito Vilela no Estado e na prefeitura de Aparecida e acredito que devemos conversar.

 

Por que se registram tantos casos de violência contra a mulher em Goiás?

Adriana Accorsi – Hoje em Goiás, e no Brasil, temos o desafio de coibir esta violência, Começamos o ano com uma grande chacina onde um homem matou a ex-esposa e o próprio filho numa explosão de ódio, brutalidade, motivado pelo sentimento machista que perpassa a cultura brasileira. Em Goiás isto é muito forte, em quatro anos nós passamos de nono para terceiro lugar em feminicídio, isto é muito grave. Eu temo que no mapa de violência que está sendo feito agora, Goiás esteja em primeiro ou segundo lugar. Ontem (segunda-feira, 23) tivemos mais um caso, em Goiatuba. Tenho estudado muito esta questão e acredito que as ações tenham que ser em dois aspectos principais: de um lado, fortalecer as instâncias que combatem o crime contra as mulheres, que são as Delegacias da Mulher. Infelizmente as delegacias estão com número de policiais insuficientes. Minhas emendas foram à sua maioria para as Delegacias da Mulher e para o abrigo onde as crianças ficam. Também defendemos o monitoramento eletrônico das tornozeleiras e a ampliação das Patrulhas Maria da Penha, que é um serviço relevante feito pela Polícia Militar de Goiás que protegem as mulheres ameaçadas. Defendo que estas estruturas sejam reforçadas e principalmente, precisamos de uma mudança cultural no país, porque, por exemplo, em Goiatuba,o homem matou a mulher, matou o filho dela e se matou, ou seja, esta pessoa não está preocupada com cadeia. Então temos que mudar as consciências através da educação, mudar esta cutura machista para que a juventude deixe de reproduzir esta violência.

 


O PT está a priori em oposição em todos os níveis, em Goiânia, no Estado de Goiás e em Brasília, contra o governo golpista que exigimos eleições diretas para presidência da República, para que se retome o curso da democracia no Brasil”

Se o PT definir que temos que nos aliar a este ou aquele partido, temos que cumprir, pois defendo que as decisões da maioria sejam cumpridas pelos líderes, deputados, candidatos”

 

Tenho todo respeito por ele (Caiado), mas nossos posiocionamentos, não só políticos, mas as políticas públicas são totalmente diferentes,
então é incoerente esta aliança”

 

 

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